Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Um jovem palestino de 18 anos foi morto a tiro por soldados israelitas neste sábado à noite perto do checkpoint (posto de controlo) da aldeia de Beit Awwa, em Hebron, na Cisjordânia ocupada.

Segundo testemunhas oculares, os soldados do exército de ocupação israelita dispararam balas reais contra três jovens perto do colonato de Shigav, matando Badawi Khaled al-Shalash e ferindo outros dois, um deles com gravidade.

As forças de ocupação israelitas impediram as ambulâncias palestinas de entrarem na zona onde tinham ocorrido o tiroteio, informou o Crescente Vermelho palestino.

Segundo o exército israelita, os três jovens estariam a lançar cocktails molotov contra a torre de observação militar das forças de ocupação e o carro de um colono que se deslocava na rua.

Milhares de manifestantes palestinos participaram nesta terça-feira num «dia de raiva» na Cisjordânia ocupada para protestar contra a recente posição dos EUA sobre os colonatos israelitas, declarando que não violam o direito internacional.

Respondendo ao apelo de diversos movimentos políticos palestinos, milhares de pesssoas congregaram-se para protestar em várias cidades da Cisjordânia ocupada. Alguns grupos entraram em confronto com as forças repressivas israelitas, que tinham declarado estado de alerta máximo.

O Crescente Vermelho Palestino informou que durante os protestos as forças israelitas provocaram ferimentos em pelo menos 77 pessoas, causados por balas de aço revestidas de borracha ou inalação excessiva de gás lacrimogéneo.

Israel expulsou nesta segunda-feira Omar Shakir, director da Human Rights Watch para Israel e os territórios palestinos, acusando-o de apoiar o boicote ao país.

A expulsão de Shakir, cidadão dos EUA, foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Israel em 5 de Novembro e tem lugar ao abrigo de uma lei de 2017 que permite a deportação de estrangeiros que apoiam o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS). Este movimento internacional apoia os direitos dos palestinos e denuncia a sua violação por Israel. A Human Rights Watch (HRW) e Omar Shakir negam a acusação.

Em Maio de 2018 Israel revogou o visto de trabalho de Shakir, que desde então travou uma longa campanha jurídica contra a sua expulsão.

Numa conferênia de imprensa antes da sua deportação, Shakir declarou: «Regressarei quando chegar o dia em que conseguirmos desmantelar o sistema de discriminação que afeta israelitas e palestinos.»

Israel agravou as restrições impostas aos agricultores palestinos da Cisjordânia ocupada cujas terras ficaram isoladas entre o Muro e o território israelita.

Segundo informa o jornal israelita Haaretz, os novos regulamentos emitidos pela Administração Civil, organismo do governo militar israelita que administra a Cisjordânia ocupada, estabelecem quotas anuais e reduzem os motivos admitidos para os proprietários terem acesso a essas terras.

Os palestinos consideram que estas medidas constituem uma «anexação rastejante», ou seja, uma manobra destinada a forçá-los a abandonar as suas terras, a serem mais tarde anexadas a Israel.

A Assembleia da República aprovou nesta sexta-feira, 22 de Novembro, um Voto de «condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas».

O MPPM saúda e congratula-se com o facto de o parlamento português, com a nova composição resultante das eleições de 6 de Outubro, reafirmar a solidariedade com o povo palestino e verberar as agressões de que é vítima.

Apresentado pelo grupo parlamentar do PCP, o texto mereceu o voto favorável de PS, BE, PCP, PAN e PEV; votaram contra PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal; abstiveram-se o Livre e 1 deputado do PS.

As autoridades israelitas fecharam esta quarta-feira de manhã várias instituições palestinas na cidade ocupada de Jerusalém por um período de seis meses.

Segundo informa a agência palestina WAFA, a polícia israelita invadiu os escritórios da Palestine TV e afixou um aviso encerrando o escritório durante seis meses, alegadamente por planear realizar actividades sob os auspícios da Autoridade Palestina.

O director da produtora al-Araz, que hospeda a Palestine TV, foi temporariamente detido, enquanto uma correspondente do canal foi convocada para interrogatório.

A polícia do Estado sionista invadiu também a Direcção de Educação e Ensino Superior em Jerusalém, onde afixou um aviso semelhante de encerramento durante seis meses, sob o mesmo pretexto, e deteve o seu chefe.

Foi também alvo de uma rusga da polícia a Escola do Orfanato Islâmico, na Cidade Velha de Jerusalém, onde foram apreendidos todos os registos e câmaras de vigilância.

O Clube dos Presos Palestinos informa que as autoridades de ocupação israelitas prenderam 745 palestinos com menos de 18 anos desde o início de 2019 até ao final de Outubro.

Num comunicado publicado na véspera do Dia Internacional da Criança, que por iniciativa da ONU se celebra todos os anos a 20 de Novembro, o Clube dos Presos relata que aproximadamente 200 menores palestinos continuam presos pelas autoridades israelitas nos centros de detenção de Megiddo, Ofer e Damon.

O Clube pormenoriza a gama de violações de direitos cometidas pelas autoridades de ocupação israelitas contra os menores durante o processo de prisão desde o momento da sua brutal detenção, quando são levados de suas casas a meio da noite.

Desde 2015, foram documentados dezenas de casos de menores que foram deliberadamente atingidos a tiro pelas forças de ocupação israelitas no momento da detenção.

Em mais uma grosseira afronta ao direito internacional, o secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, declarou esta segunda-feira que a administração Trump não considera ilegais os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada.

«A criação de colonatos civis israelitas na Cisjordânia não é, por si só, inconsistente com o direito internacional», afirmou Pompeo.

Trata-se de uma flagrante falsidade. Na realidade, a Quarta Convenção de Genebra sobre as leis da guerra proíbe explicitamente a transferência de civis da potência ocupante (neste caso Israel) para territórios ocupados.

O fotojornalista Moath Amarneh perdeu a visão no olho esquerdo depois de ser gravemente ferido por uma bala de borracha disparada por um soldado israelita quando cobria um protesto de palestinos no Sul da Palestina ocupada.

Além do jornalista, as forças de ocupação israelitas feriram, com balas de metal revestidas de borracha e cartuchos de gás lacrimogéneo, vários palestinos que participavam em Surif, perto de Hebron, num protesto contra o confisco pelas autoridades israelitas de terras destinadas à construção de colonatos judaicos.

Moath Amarneh foi transportado para um hospital para tratamento, mas os médicos não conseguiram salvar-lhe o olho.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou o ataque deliberado do exército israelita a um colega que envergava um colete à prova de balas com a palavra «Press» perfeitamente visível e pediu que «as instituições internacionais actuem rapidamente para parar essa violência contra a imprensa na Palestina».

O Movimento da Jihad Islâmica Palestina declarou um cessar-fogo após dois dias de hostilidades, iniciadas na madrugada de terça-feira quando Israel assassinou um comandante deste movimento de resistência, bem como a sua esposa, num ataque contra a sua casa, em Gaza.

Na madrugada de 12 de Novembro, a Força Aérea de Israel atacou e matou Baha Abu al-Ata, um comandante da ala armada da Jihad Islâmica Palestina, e sua esposa, enquanto dormiam em sua casa.

Um ataque semelhante atingiu também na terça-feira a casa de outro comandante da Jihad Islâmica em Damasco, na Síria.

Segundo o Ministério da Saúde palestino (MS) em Gaza, 34 pessoas foram mortas pelos ataques israelitas contra o enclave costeiro palestino, incluindo 23 homens, oito crianças e três mulheres. O Ministério da Saúde informou também que 111 palestinos ficaram feridos, incluindo pelo menos 41 crianças e 13 mulheres.

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