Actualidade

A campanha criminosa e genocida levada a cabo por Israel contra o povo palestino continua e aprofunda-se, sem que sejam tomadas medidas sérias e concretas para a travar. Israel tem exibido a total impunidade dos seus crimes, cometidos em toda a Palestina – dentro das suas próprias fronteiras, nos Territórios Ocupados em 1967 e até mesmo em espaço internacional ou território de países soberanos.

Os crimes praticados em Gaza por Israel, após quase dois anos de agressão e genocídio desenfreado são impossíveis de listar e descrever: bombardeamento de hospitais, escolas, tendas humanitárias ou improvisadas e todo o tipo de infra estruturas, demolição de bairros e cidades inteiras, assassinatos indiscriminados a tiro, com drones ou robots, deslocamento forçado de populações... Tudo isto somado a um bloqueio com mais de 18 anos e que nos últimos dois se tornou absoluto, sendo utilizado por Israel para praticar uma política de extermínio através da fome, da sede e da ausência de bens essenciais...

A guerra de genocídio que Israel está a impor em Gaza, para além do seu insuportável custo em vidas humanas, está também a provocar um ataque sistemático e deliberado ao património cultural palestino, um dos muitos crimes de guerra que a África do Sul alega contra Israel no processo que apresentou no Tribunal Internacional de Justiça.

Desde a sua fundação, mas com especial agressividade desde Outubro de 2023, o Estado de Israel tem procurado apagar a identidade nacional do povo palestino recorrendo à manipulação, pilhagem ou destruição do seu património cultural tendo como alvo não só o património material —edifícios históricos e religiosos, sítios arqueológicos, museus e bibliotecas, edifícios culturais e académicos, centros de documentação —, mas também o património imaterial — os costumes, a cultura e os artefactos. 

Num relatório actualizado a 18 de Agosto de 2025, com base exclusivamente em imagens de satélite, a UNESCO verificou danos em 110 locais desde 7 de Outubro de 2023 – 13...

As vítimas do genocídio do povo palestino que Israel está a praticar não são apenas as atingidas directamente pelos bombardeamentos e assassinatos selectivos: um número incontável de vítimas irá perecer ou sofrer malformações a curto, médio e longo prazo devido a desnutrição, epidemias ou falta de cuidados de saúde adequados.

O mais recente relatório da Organização Mundial de Saúde, relativo ao período de 7 de Outubro de 2023 a 21 de Agosto de 2025, indica que apenas metade dos hospitais de Gaza (18 em 36) estão parcialmente funcionais. Nenhum dos 10 hospitais de campanha está totalmente operacional e só estão funcionais pouco mais de um terço das unidades de cuidados primários de saúde (65 em 168).

O sistema de saúde de Gaza foi alvo de 772 ataques que causaram 924 mortos e 1465 feridos. Foram atacadas 125 unidades de saúde incluindo 34 hospitais.

Neste período foram internados 694 pacientes com desnutrição aguda grave com complicações. Há um número crescente de crianças gravemente...

Na segunda-feira, 1 de Setembro, partiu de Barcelona o primeiro grupo de cerca de 20 embarcações que integra a Global Sumud Flotilla cujo destino final é Gaza, onde vai levar ajuda humanitária e um testemunho de solidariedade internacional.

Depois de uma escala técnica em Menorca, o grupo está agora em rota para Tunes onde se vai juntar com o grupo de embarcações organizado pela Maghreb Sumud Flotilla. Outras embarcações se juntarão no Mediterrâneo, esperando-se reunir cerca de 50 embarcações com activistas de mais de 40 países. A expectativa é chegar a Gaza dentro de cerca de uma semana.

A bordo da flotilha seguem políticos, activistas, artistas, figuras públicas e uma variedade de profissionais. Também há portugueses a bordo, idos de Portugal ou de outros países. De Portugal, embarcaram em Barcelona a deputada Mariana Mortágua, o activista Miguel Duarte e a actriz Sofia Aparício.parecer

A protecção de civis

A Global Sumud Flotilla é integrada por civis desarmados que estão empenhados...

De acordo com um estudo da Brown University, a guerra em Gaza matou mais jornalistas desde 7 de Outubro de 2023 do que a Guerra Civil Americana, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietname (incluindo os conflitos no Camboja e no Laos), as guerras na Jugoslávia nas décadas de 1990 e 2000 e a guerra no Afeganistão após o 11 de Setembro, todas juntas.

«Ao ritmo em que os jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelo exército israelita, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado», alertou Thibaut Bruttin, director-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras, na apresentação da campanha de protesto mundial que organiza juntamente com a Avaaz e que une, nesta segunda-feira, 1 de Setembro, mais de 270 meios de comunicação de 70 países para denunciar o assassinato de jornalistas pelo exército israelita na Faixa de Gaza, exigir o fim da impunidade dos crimes cometidos contra repórteres e apelar à evacuação de emergência dos jornalistas...

Israel assassinou 18.489 estudantes palestinos desde 7 de Outubro de 2023 segundo informação do Ministério da Educação e do Ensino Superior da Palestina. Acrescendo as mortes de professores e outro pessoal de educação e a destruição de inúmeras infra-estruturas escolares, a educação de toda uma geração está irremediavelmente comprometida.

A informação divulgada pelo MEES palestino na passada terça-feira revela que a agressão israelita em curso já causou a morte a 18.346 estudantes palestinos em Gaza e 143 na Cisjordânia, e causou ferimentos em 28.854 estudantes, dos quais 976 na Cisjordânia.

Entre professores e outro pessoal de educação, registaram-se 970 vítimas mortais e 4533 feridos.

No que respeita a equipamento escolar, 160 escolas públicas foram completamente destruídas na Faixa de Gaza, além de 63 edifícios universitários. 118 escolas públicas e 93 escolas da UNRWA foram bombardeadas e vandalizadas. Na Cisjordânia, 152 escolas foram vandalizadas e 8 universidades foram alvo de...

O futebolista Suleiman al-Obaid, conhecido como o «Pelé palestino», foi morto em 6 de Agosto enquanto esperava por ajuda perto de um ponto de distribuição no sul de Gaza. Al-Obaid, 41 anos, nascido em Gaza e pai de cinco filhos, era considerado uma das estrelas mais brilhantes da história do futebol palestino. Marcou mais de 100 golos por clubes e jogou 24 partidas oficiais pela selecção nacional tendo marcado dois golos.

O basquetebolista Mohammed Shaalan foi morto a 20 de Agosto, em Khan Younis, enquanto procurava comida e medicamentos para a sua filha, Maryam, que sofre de insuficiência renal. Shaalan, 40 anos, foi um dos jogadores mais destacados da selecção nacional palestina de basquetebol. 

O corredor internacional palestino Allam Al Amour foi morto pelo exército israelita, na passada quarta-feira, 27 de Agosto, junto de um dos centros de distribuição de ajuda em Khan Younis. Al Amour havia conquistado a medalha de bronze na prova de 3.000 metros, na categoria júnior, no...

No próximo dia 29, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia vão reunir-se em Copenhaga. Na agenda não pode deixar de estar a situação catastrófica em Gaza, e o mundo espera que, desta vez, tenham a coragem de assumir medidas eficazes contra Israel.

«Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE falharam em 24 de Fevereiro e em 20 de Junho, não podem falhar novamente em 15 de Julho», dizia-se numa declaração conjunta que o MPPM subscreveu com mais 186 organizações sindicais, de direitos humanos e humanitárias europeias.

Mas falharam. Não obstante as inúmeras provas credíveis de genocídio e apartheid, incompatíveis com as exigências do Acordo de Associação com Israel, os MNE da UE protelaram, uma vez mais, a decisão de o suspender com base num pretenso «acordo humanitário» com Israel pomposamente anunciado pela vice-presidente e Alta-Comissária Kaja Kallas: «Na sequência das resoluções do Conselho de Ministros israelita e do diálogo construtivo entre a UE e Israel, foram...

Gaza atingiu a Fase 5 (Catástrofe/Fome) da Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC) segundo revela um estudo agora divulgado. Mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão confinadas numa situação de fome, marcada por inanição generalizada, miséria e mortes evitáveis. Prevê-se que as condições de fome se espalhem da província de Gaza para as províncias de Deir Al Balah e Khan Younis nas próximas semanas.

Num comunicado conjunto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a UNICEF, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiteram o apelo para um cessar-fogo imediato e acesso humanitário sem obstáculos para conter as mortes por fome e desnutrição.

Até o final de Setembro, mais de 640.000 pessoas enfrentarão níveis catastróficos de insegurança alimentar — classificados como Fase 5 do IPC — em toda a Faixa de Gaza. Outras 1,14 milhões de pessoas no território estarão em situação de emergência (Fase...

Para manter viva a memória das crianças de Gaza assassinadas por Israel, foram afixadas, em vários locais da cidade de Coimbra, nesta quinta-feira 21 de Agosto, faixas evocativas dos 18.276 menores vitimados pelo genocídio sionista.

Esta iniciativa vem na sequência do acto público realizado na tarde do dia 11 de Agosto, na Praça 8 de Maio, onde, simbolicamente, foram lidos os nomes de 510 crianças das mais de 18 mil assassinadas (bebés com menos de um ano, foram mortos 937) e foram colocadas faixas com os nomes de mais 2000 crianças mortas.

Ambas as iniciativas foram promovidas pelos Núcleos de Coimbra do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), do Projecto Ruído, do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e pela União dos Sindicatos de Coimbra (USC/CGTP-IN).