Solidariedade Internacional

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) expressa a sua mais viva condenação por mais um acto de pirataria levado a cabo durante a noite pelo exército de Israel contra uma flotilha de ajuda humanitária com destino a Gaza, desta vez a Global Sumud Flotilla, na qual, recorde-se, viajam três cidadãos portugueses, a saber, Sofia Aparício, Miguel Duarte e Mariana Mortágua.

A intercepção das embarcações que integram a Flotilha e o rapto das pessoas que viajam a bordo ocorreu em águas internacionais, pelo que tal constitui uma violação grosseira do direito internacional que só pode merecer a mais viva censura de governos e organizações internacionais.

Convém sempre recordar que a Faixa de Gaza foi ocupada por Israel em 1967 e que essa condição de território ocupado se mantém inalterada, pese embora o desmantelamento dos colonatos e a relocalização das tropas de Israel nas margens do território ordenado pelo governo de Israel em 2005. No ano seguinte...

À medida que o genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza se intensifica, possibilitado pelo apoio militar e político dos EUA, o Gabinete de Controlo de Activos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a proeminentes organizações palestinas de direitos humanos, Al-Haq, Al Mezan Center for Human Rights e Palestinian Centre for Human Rights. Isto representa um grave ataque aos padrões de direitos humanos, à busca global pela justiça e ao respeito pelo direito internacional. 

O trabalho dessas organizações em pesquisa jurídica, documentação e defesa dos direitos humanos tem lançado luz sobre as violações contínuas do direito internacional por parte de Israel. O seu envolvimento com mecanismos de justiça internacional, incluindo o Tribunal Penal Internacional (TPI), resultou na sua inclusão numa série mais ampla de sanções dos EUA aplicadas ao procurador e adjuntos do TPI, seis juízes do TPI e à relatora especial da ONU para os territórios palestinos...

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) manifesta o seu firme repúdio pelas ameaças proferidas pelo Governo de Israel contra a Global Sumud Flotilla, e bem assim pelos actos de intimidação de que a mesma tem sido alvo nos últimos dias, e exige do governo português protecção e coerência política.

Num contexto em que prossegue há quase dois anos o genocídio cometido por Israel contra o povo palestino da Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que se intensifica a violenta campanha de limpeza étnica na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a Global Sumud Flotilla (GSF), numa acção solidária, pretende levar alimentos e medicamentos para a população sitiada da Faixa de Gaza. Trata-se de uma missão humanitária não violenta, com activistas solidários de mais de 40 países, constituindo a maior missão marítima civil organizada até hoje para quebrar o cerco ilegal de Israel a Gaza. 

Os exemplos da acção de Israel contra missões humanitárias similares no passado, que...

A Global Sumud Flotilla anunciou que, na madrugada desta quarta-feira, onze embarcações foram atacadas com dispositivos químicos e granadas de atordoamento em águas internacionais a sudoeste da ilha grega de Creta Quatro barcos ficaram danificados mas não foram relatados feridos entre as tripulações.

Horas antes tinham sido detectados mais de 15 drones a sobrevoar o Alma, o navio onde estão alguns dos coordenadores do projecto, ao mesmo tempo que se verificavam interferências nas comunicações.

Entretanto, o ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, condenou um ataque e disse que redireccionou um navio da marinha italiana para oferecer assistência à flotilha. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, disse que «cidadãos italianos, juntamente com deputados e eurodeputados» que integram a flotilha, confirmaram as explosões e danos causados por «objetos não identificados» lançados sobre os conveses. Em comunicado, informou ter notificado as autoridades israelitas de que...

A Global Sumud Flotilla (GSF), que reúne actualmente 42 embarcações partidas de Espanha, da Tunísia e de Itália, está a aproximar-se da designada «zona amarela», a região entre Itália e Chipre onde aumentam os riscos de ataques israelitas. Algures no Mediterrâneo Oriental irá integrar outras seis embarcações saídas da Grécia.

No início deste mês, quando a frota partiu de Espanha, o ultra-direitista ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, anunciou que queria declarar os activistas humanitários «terroristas» e detê-los em conformidade. Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores de Israel considerou a frota humanitária como uma «frota jihadista» e alegou que ela tem ligações com o Hamas.

Entretanto os tripulantes vão recebendo treino sobre comportamento não-violento na perspectiva de um mais que provável assalto das forças armadas de Israel.

A Global Sumud Flotilla (GSF) é a maior missão marítima civil organizada para quebrar o cerco ilegal de Israel a Gaza...

Começaram a partir dos portos da Sicília, na quinta-feira, os barcos que se juntam à Global Sumud Flotilla que vai levar ajuda humanitária a Gaza. Partindo de portos como Catânia e Augusta, os navios pararam em Siracusa, no sul da Sicília, antes de partiem ao encontro de barcos vindos de Espanha e da Tunísia.

Em declarações na quinta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, disse que ligou ao seu homólogo israelita, Gideon Saar, e informou-o de que irão prestar assistência diplomática e consular aos 58 cidadãos italianos que se juntam à frota. 

Também o governo de Espanha tinha garantido apoio diplomático e consular aos membros da flotilha. Estas posições contrastam com a do governo português que ainda não assegurou essa protecção aos nacionais que integram a flotilha, nomeadamente os que viajaram a partir de Lisboa – Sofia Aparício, Miguel Duarte e Mariana Mortágua.

Prestes a partir de Bizerta, na Tunísia, estão os barcos saídos de Barcelona numa primeira...

Na segunda-feira, 1 de Setembro, partiu de Barcelona o primeiro grupo de cerca de 20 embarcações que integra a Global Sumud Flotilla cujo destino final é Gaza, onde vai levar ajuda humanitária e um testemunho de solidariedade internacional.

Depois de uma escala técnica em Menorca, o grupo está agora em rota para Tunes onde se vai juntar com o grupo de embarcações organizado pela Maghreb Sumud Flotilla. Outras embarcações se juntarão no Mediterrâneo, esperando-se reunir cerca de 50 embarcações com activistas de mais de 40 países. A expectativa é chegar a Gaza dentro de cerca de uma semana.

A bordo da flotilha seguem políticos, activistas, artistas, figuras públicas e uma variedade de profissionais. Também há portugueses a bordo, idos de Portugal ou de outros países. De Portugal, embarcaram em Barcelona a deputada Mariana Mortágua, o activista Miguel Duarte e a actriz Sofia Aparício.parecer

A protecção de civis

A Global Sumud Flotilla é integrada por civis desarmados que estão empenhados...

O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – reafirma, perante o anúncio de que Portugal, assim como diversos outros países, poderá vir a reconhecer o Estado da Palestina, a urgência e a necessidade de que esse reconhecimento seja pleno, imediato e incondicional, corresponda ao reconhecimento de um Estado palestino independente, contínuo, viável  e soberano, nas fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como capital, conforme determinam o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas.

Ao contrário do que tem sido afirmado, nomeadamente pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o reconhecimento do Estado da Palestina não pode ser condicionado ao cumprimento de exigências arbitrárias, discriminatórias e de espírito profundamente colonial, como sejam a condenação e desarmamento da resistência palestina, a realização de eleições sob ocupação militar, a aceitação de um «Estado...

Era uma vez um barquito pequenito que navegava por águas do Mediterrâneo rumo a Gaza. E, embora soubesse que do outro lado do horizonte o aguardava um grande monstro disposto a engoli-lo, o barquto continuou a navegar porque o seu destino era levar uma mensagem de humanidade a gentes martirizadas pelas bombas, pela fome, pela destruição minuciosa e sistemática do seu mundo e das suas vidas perante a inacção e a cumplicidade de grande parte do mundo: as gentes de Gaza.

O barquito tem o nome de Handala, essa figura criada pelo grande desenhador palestino Nayi Al Ali, nos anos 80 do século passado, que, juntamente com a kufia de quadrados brancos e pretos ou a oliveira milenar, é símbolo da Palestina… Handala tem a cabeça encurvada com quatro cabelos espetados no alto, os pés descalços e as mãos entrelaçadas nas costas numa postura de pensador peripatético, mas não é um sábio, é uma criança; tem entre 10 e 11 anos, a idade que tinha o seu criador quando, juntamente com a sua família e os...

O MPPM promoveu, nesta segunda-feira 21 de Julho, um encontro, moderado por Carlos Almeida, entre a resistência palestina, apresentada através da arte – mais concretamente do teatro – numa conversa com os actores-fundadores do Ashtar Theatre, da Palestina, Iman Aoun e Edward Muallem, e a solidariedade internacional representada no documentário «The Voyage of the Handala», um documentário sobre um grupo internacional de activistas e trabalhadores humanitários que navegam da Europa para Gaza para sensibilizar para a situação dos palestinos e quebrar o bloqueio israelita a Gaza, numa projecção que contou com a presença de Jim Koenigsaecker, um dos realizadores.

As actrizes Mónica Lara, Maria Henrique e Inês Louro leram três dos «Monólogos de Gaza», histórias pessoais de 33 jovens estudantes de teatro do Ashtar que foram traduzidas em 14 línguas e representadas em simultâneo a 17 de Outubro de 2010 por mais de 1500 jovens em mais de 60 cidades de 36 países em todo o mundo e que, desde então...