Solidariedade Internacional

Num relatório divulgado em 2012, a  ONU previa que a Faixa de Gaza se tornaria inabitável em 2020.  Mas os peritos dizem que essa ruptura já ocorreu há muito. Os seus quase dois milhões de habitantes sofrem de escassez crónica de alimentos, água e medicamentos e acesso a cuidados médicos. Estão sujeitos a racionamento de energia, a uma desertificação crescente, a poluição grave da água e do ar e recorrentes ataques israelitas.

Um grupo de bispos da Europa e da América do Norte exortou os seus governos a insistirem na aplicação do direito internacional em Israel e na Palestina.

O apelo dos bispos da Coordenação da Terra Santa surge na sequência da sua visita de cinco dias à região, esta semana.

Os bispos, que visitam a região todos os anos em apoio à Igreja local para promover o diálogo e a paz, afirmaram-se inspirados pela resiliência duradoura das pessoas que conheceram em Gaza, Jerusalém Oriental e Ramala, apesar do agravamento da situação.

No comunicado final da sua visita, os bispos europeus e americanos referem o lamento dos bispos católicos locais de que a comunidade internacional não ajude a realizar a justiça e a paz «aqui no local do nascimento de Cristo».

Um presépio diante do Muro, perfurado por um obus, é o último trabalho de Banksy, revelado poucos antes do Natal na simbólica cidade de Belém, na Cisjordânia ocupada.

A obra intitula-se A Cicatriz de Belém, um jogo de palavras entre Star (estrela) e Scar (cicatriz), e está em exposição no Walled-Off Hotel, que foi inaugurado por Banksy em 2017 na cidade palestina. Os quartos do hotel têm vista para o Muro de oito metros de altura construído pelo Estado sionista.

Blocos em miniatura do Muro, com grafitos apelando à paz e ao amor, servem de pano de fundo ao presépio. O impacto de um obus no Muro lembra uma estrela por cima das figuras de Maria, José e Jesus, rodeados por uma vaca e um burro.

Com este trabalho, Banksy contribui «à sua maneira» para as festividades de Natal em Belém, a cidade onde Jesus nasceu, segundo a tradição cristã.

Comemora-se hoje o 29.º aniversário da adopção pela Assembleia Geral das Nações Unidas de uma resolução sobre a Convenção Internacional sobre a Protecção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas Famílias.

No mesmo mês (11 de Dezembro de 1948), 42 anos antes da adopção dessa convenção, a Assembleia Geral da ONU adoptou a Resolução 194, que consagra que os refugiados palestinos, expulsos à força de suas terras ancestrais em 1948, quando Israel foi criado, têm o direito de retornar, o que o Estado de Israel lhes tem negado até agora.

A Assembleia da República aprovou nesta sexta-feira, 22 de Novembro, um Voto de «condenação da nova agressão israelita a Gaza e da declaração da Administração Trump sobre os colonatos israelitas».

O MPPM saúda e congratula-se com o facto de o parlamento português, com a nova composição resultante das eleições de 6 de Outubro, reafirmar a solidariedade com o povo palestino e verberar as agressões de que é vítima.

Apresentado pelo grupo parlamentar do PCP, o texto mereceu o voto favorável de PS, BE, PCP, PAN e PEV; votaram contra PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal; abstiveram-se o Livre e 1 deputado do PS.

Nesta terça-feira, 164 países votaram a favor do direito à autodeterminação do povo palestino numa sessão da Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Uma proposta de resolução sobre esta matéria a submeter à Assembleia Geral da ONU obteve na Terceira Comissão 164 votos a favor e 5 contra (Israel, Estados Unidos, Estados Federados da Micronésia, Ilhas Marshall, Nauru), com 9 abstenções (Austrália, Camarões, Guatemala, Honduras, Kiribati, Ruanda, Togo, Tonga e Vanuatu).

Muitos países alteraram o sentido habitual do seu voto, votando a favor da resolução. Particularmente notável é a inversão do sentido de voto do Canadá, aliado muito próximo dos EUA, que desde 2006, em 14 votações consecutivas, se recusara a apoiar uma resolução essencialmente nos mesmos termos.

O dia 9 de Novembro marca trinta anos desde a queda do Muro de Berlim e da proclamação da superioridade do Ocidente e do seu modelo de mercado livre, com o qual iam cair todos os muros. Três décadas depois, foram construídos mais de 70 muros em todo o mundo. Visto do ponto de vista da Campanha Palestina contra o Muro, parece que o mundo está a atravessar um processo de «israelização».

Em carta aberta intitulada «O direito ao boicote», centenas de autores de renome denunciaram a decisão da cidade alemã de Dortmund de retirar à escritora Kamila Shamsie um prémio literário por apoiar o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) pelos direitos do povo palestino.

A carta aberta, publicada esta segunda-feira na London Review of Books, é subscrita, entre outros, por Arundhati Roy, J.M. Coetzee, Noam Chomsky, Amit Chaudhuri, William Dalrymple, Yann Martel, Jeanette Winterson e Ben Okri, bem como pelos historiadores israelitas Avi Shlaim e Ilan Pappe.

Os seus autores afirmam-se «consternados» com a decisão de Dortmund de «punir» Kamila Shamsie «por defender os direitos humanos», retirando-lhe o prémio que lhe tinha sido atribuído alguns dias antes.

A cidade alemã de Dortmund reverteu a sua decisão de conceder um prémio literário à romancista Kamila Shamsie por esta apoiar o movimento BDS de apoio ao povo palestino.

Em 10 de Setembro foi anunciado que a escritora britânico-paquistanesa recebera o Prémio Nelly Sachs.

Mas numa declaração publicada no passado dia 18, o painel de oito jurados anunciou que retirava o prémio à escritora por esta apoiar o movimento BDS.

«O posicionamento político de Shamsie de participar activamente no boicote cultural como parte da campanha da BDS contra o governo israelita está claramente em contradição com os objectivos estatutários e o espírito do Prémio Nelly Sachs», afirma o comunicado do júri.

Nascido em 24 de Agosto de 1928, Yasser Arafat foi um dos fundadores do movimento Fatah, que liderou de 1959 a 2004. Foi Presidente da Organização de Libertação da Palestina (OLP) de 1969 a 2004 e Presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) de 1994 a 2004.

Arafat passou os últimos anos de vida cercado por forças israelitas no complexo presidencial palestino, a Muqata, e veio a morrer num hospital militar francês em 11 de Novembro de 2004, com 75 anos. Os médicos não indicaram uma causa específica de morte, pairando a suspeita de que foi envenenado pelos serviços secretos de Israel.

Foto: Expresso. Yasser Arafat em Lisboa em 1979, por ocasião da Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina. Arafat está ladeado pelo militante da paz e da solidariedade Silas Cerqueira (à sua direita) e pelo marechal Costa Gomes, ex-presidente da República de Portugal.

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