Gaza

A história de vida de Amjed Tantesh, o professor de natação que sonhava levar uma equipa palestina aos Jogos Olímpicos, mas que está a enfrentar diariamente a morte na Faixa de Gaza, ganhou o One World Media Award 2025 na categoria Podcast & Rádio.

A reportagem «Encontrando liberdade na água: o professor de natação de Gaza», produzida por Louise Morris, foi pela primeira vez apresentada no programa Outlook do BBC World Service em 24 de Abril de 2024:

«De um campo de refugiados em Rafah, Amjed Tantesh está determinado a retomar as aulas de natação assim que a guerra terminar. Conversámos com Amjed pela primeira vez há um ano sobre a sua paixão pela água e a ambição de treinar a próxima geração de aspirantes olímpicos de Gaza, mas à medida que ele reconstruía piscina após piscina, ao longo de décadas de conflito, a sua iniciativa de natação encontrou o seu verdadeiro propósito: ajudar as crianças a curar os seus traumas. Neste programa, ouvimos como a vida de Amjed mudou drasticamente...

Nesta terça-feira 17 de Junho, em que no Parlamento se discutia o programa do governo – omisso em compromissos com a Palestina –, milhares de pessoas voltaram a manifestar-se em Lisboa num grande desfile que teve início no Largo de Camões e culminou numa concentração frente à Assembleia da República.

O apelo lançado por CGTP-IN, CPPC, MPPM e Projecto Ruído, a que aderiram muitas outras organizações e colectivos, reclamava o fim do genocídio e o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal.

Frente à Assembleia da República, com apresentação de Isabel Medina, André Levy leu uma mensagem de Mahmoud Issa Abu Marcel, palestino que esteve 27 anos preso nas cadeias de Israel, dirigida a esta manifestação.

Seguiram-se intervenções de Isabel Camarinha (CPPC), Mariana Metelo (Projecto Ruído), Carlos Almeida (MPPM) e Tiago Oliveira (CGTP-IN).

Foi então posta a votação uma moção que foi aprovada por unanimidade e aclamação.


Texto da intervenção de Carlos Almeida

Ali dentro, começou hoje a ser...

Na maior concentração de pessoas em solidariedade com a Palestina a que o Porto assistiu nos últimos anos (mais de 1300, em vigília, na Praça Humberto Delgado, na noite de 13 de Junho), reclamou-se o fim da ocupação e do genocídio perpetrado pelo governo de Israel e pelas suas forças militares, o cessar-fogo imediato e a entrada sem restrições da urgentíssima ajuda humanitária em Gaza. 

Criticou-se também, com veemência, a posição tíbia e cúmplice, quer dos governantes portugueses quer das instâncias europeias, em relação à chacina em curso, na Faixa de Gaza. O apoio militar, logístico e político dos EUA ao governo ultradireitista e ao regime colonialista e de apartheid de Israel foi igualmente contestado por diversos intervenientes.

A projecção da bandeira rubra e negra, verde e branca na fachada da Câmara, o simbólico acender de velas no chão formando a palavra Palestina, a música, o canto e a poesia pontuaram, com assinalável beleza e emotividade, uma iniciativa que teve mais de duas...

O MPPM esteve presente, na tarde do dia 9 de Junho, no Protesto “Fim ao Genocídio, fim à ocupação ilegal da Palestina. Libertem os activistas da flotilha, quebrem o cerco a Gaza”.

Esta acção urgente foi convocada por um conjunto de colectivos e pessoas individuais na sequência do apresamento do navio “Madleen” e do sequestro da sua tripulação por parte de Israel - mais uma flagrante violação do direito internacional e mais um episódio na longa e sinistra história do cerco de Gaza por parte de Israel que nos últimos quase dois anos se converteu em genocídio aberto e despudorado.

Os manifestantes exigiram a libertação imediata da tripulação do “Madleen”, a entrada urgente de ajuda humanitária e o fim do bloqueio a Gaza, o fim do genocídio em curso, o fim do Acordo de Cooperação UE-Israel e o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal, entre outras palavras de ordem.

As organizações e manifestantes presentes deixaram também claro que tencionam continuar a demonstrar...

Às primeiras horas desta madrugada, a embarcação Madleen, parte da Flotilha da Liberdade recebida em Portugal pelo povo e os trabalhadores em Julho de 2024, foi abordada em águas internacionais pelas forças armadas de Israel, num acto que não pode senão ser classificado como de pirataria. 

As doze pessoas que viajavam a bordo desta embarcação – que transportava material de ajuda humanitária com destino ao território palestino da Faixa de Gaza – foram raptadas por Israel encontrando-se nesta altura em paradeiro incerto.

A acção das forças de Israel – violenta por definição – é destituída de qualquer fundamento legal. Israel não detém nenhuma autoridade legal sobre aquele território, nem nenhuma prerrogativa lhe assiste que legitime o apresamento de uma embarcação em águas internacionais. Desde 2007, aliás, Israel impôs sobre a Faixa de Gaza um bloqueio total, terrestre, aéreo e marítimo, ilegal.

Neste momento, Israel leva a cabo uma agressão militar que inúmeras organizações internacionais...

A Baixa de Lisboa assistiu hoje a mais uma vibrante manifestação de solidariedade com a Palestina e de protesto contra a agressão genocida de Israel contra o povo palestino. 

Ao fim da tarde desta quarta-feira 4 de Junho muitas centenas de pessoas concentraram-se no Largo do Chiado respondendo ao apelo de CGTP-IN, CPPC, MPPM e Projecto Ruído.

-Palestina vencerá!

- Paz no Médio Oriente, Palestina independente

Iniciou-se o desfile descendo a Rua Garrett enquanto se gritava:

- Libertar a Palestina, acabar com a chacina!

- Israel é culpado por um povo massacrado!

Ao descer a Rua do Carmo os manifestantes foram surpreendidos com o desfraldar de uma enorme bandeira da Palestina da galeria do elevador de Santa Justa.

- Hoje e sempre, Palestina independente!

- Israel é violência, Palestina é resistência!

Nesta altura já a percussão dos Ritmos da Resistência animava o desfile e fazia contraponto às palavras de ordem.

- Em cada cidade, em cada esquina, somos todos Palestina!

- Paz sim, guerra não!

No Rossio...

No primeiro dia de Junho, partiu de Catânia (Sicília) o navio Madleen, da Coligação Flotilha da Liberdade (FFC), que navega rumo a Gaza transportando ajuda humanitária e defensores internacionais dos direitos humanos, em desafio directo ao bloqueio ilegal de Israel. A viagem deverá durar sete dias, se não for violentamente interrompida.

A bordo do Madleen estão voluntários de vários países, entre eles a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan e a activista pela justiça climática Greta Thunberg. O navio transporta suprimentos urgentemente necessários para o povo de Gaza, incluindo fórmula infantil, farinha, arroz, fraldas, produtos sanitários femininos, kits de dessalinização de água, suprimentos médicos, muletas e próteses infantis.

Baptizado em homenagem à primeira e única pescadora de Gaza, o Madleen faz-se ao mar apenas um mês depois de drones israelitas terem bombardeado o Conscience, outro navio de ajuda da FFC, em águas internacionais ao largo da costa de Malta. Está também na...

Cerca de centena e meia de profissionais que desenvolvem actividades ligadas à infância subscreveram um documento em que repudiam o genocídio em Gaza e apelam a um mundo de Paz.

Este é o texto do manifesto com a lista dos seus subscritores:

Criamos e trabalhamos para a infância.
Ante o massacre de milhares de crianças 
e outros Palestinos em Gaza, 
não seremos cúmplices pelo silêncio.
Denunciamos e repudiamos o genocídio.
Um mundo de paz é possível.
É esse o mundo que desejamos.

Abigail Ascenso, ilustradora
Alain Corbel, ilustrador
Alice Vieira, escritora
Álvaro Magalhães, escritor
Amanda Baeza, ilustradora
Anabela Dias, ilustradora
Ana Biscaia, ilustradora
Ana Cepeda, assistente editorial
Ana Cristina Macedo, professora ens. sup., crítica
Ana Filomena Amaral, escritora
Ana Margarida Ramos, professora univ., crítica
Ana Parada da Costa, ativista
Ana Paula Faria, editora
Ana Paula Oliveira, prof. bibliotecária, escritora
Ana Rita Fernandes, livreira
André Carrilho, ilustrador
André da Loba, ilustrador
André...

O Projecto Ruído – Associação Juvenil assinalou o Dia Mundial da Criança, 1 de Junho, com um acto público em Sete Rios, Lisboa, a que o MPPM se associou. Numa homenagem às crianças palestinas, foram afixados cartazes com nomes de crianças palestinas assassinadas por Israel durante o seu ataque genocida à Faixa de Gaza.

O comediante Manuel Rosa contextualizou o acto público e leu alguns poemas de poetas palestinos, dando a palavra, sucessivamente, a Mariana Metelo (Projecto Ruído) e José Oliveira (MPPM).

Encerrou o acto a senhora Embaixadora da Palestina, Rawan Sulaiman.

Texto da intervenção de José Oliveira em nome do MPPM:

No dia em que assinalamos o Dia da Criança, em Gaza a infância está a ser exterminada.

Desde Outubro de 2023, Israel matou mais de 17.000 crianças palestinas. Milhares de outras foram feridas, ficaram sem o pai ou a mãe, ou sem os dois, ou estão desaparecidas sob os escombros. Todos os dias, 100 crianças são mortas ou feridas. Uma a cada 15 minutos.

Metade da população de...

“O dia vai chegar em que será a vez dos nossos filhos, dos nossos netos, olharem os livros de história, e aprenderem a soletrar as palavras Gaza, Palestina. Ouvirão falar de um tempo em que foi possível que uma população de mais de 2 milhões de pessoas, encarceradas num território com 300 e poucos km2 fosse bombardeada, massacrada durante semanas, quem sabe se meses, sem que tivesse sido possível travar essa chacina.

E perguntarão: o que fizeram os homens e as mulheres daquele tempo? Felizmente, estaremos vivos alguns, e seremos nós os que em primeira instância teremos de responder: onde estivemos? o que dissemos? o que fizemos? Cada uma e cada um assumirá a sua responsabilidade. Só uma coisa ninguém poderá dizer: eu não sabia.”

Assim começava a intervenção que proferimos, no final de Outubro de 2023, desde a tribuna do III Encontro da Paz, em Vila Nova de Gaia. Passaram-se os dias, 602, as semanas, 86, os meses, 20. Caminhamos para os 2 anos já. Ontem mesmo, Francesco Checchi, um...