Gaza

De acordo com um estudo da Brown University, a guerra em Gaza matou mais jornalistas desde 7 de Outubro de 2023 do que a Guerra Civil Americana, as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a Guerra da Coreia, a Guerra do Vietname (incluindo os conflitos no Camboja e no Laos), as guerras na Jugoslávia nas décadas de 1990 e 2000 e a guerra no Afeganistão após o 11 de Setembro, todas juntas.

«Ao ritmo em que os jornalistas estão a ser mortos em Gaza pelo exército israelita, em breve não haverá mais ninguém para manter o mundo informado», alertou Thibaut Bruttin, director-geral da organização Repórteres Sem Fronteiras, na apresentação da campanha de protesto mundial que organiza juntamente com a Avaaz e que une, nesta segunda-feira, 1 de Setembro, mais de 270 meios de comunicação de 70 países para denunciar o assassinato de jornalistas pelo exército israelita na Faixa de Gaza, exigir o fim da impunidade dos crimes cometidos contra repórteres e apelar à evacuação de emergência dos jornalistas...

Israel assassinou 18.489 estudantes palestinos desde 7 de Outubro de 2023 segundo informação do Ministério da Educação e do Ensino Superior da Palestina. Acrescendo as mortes de professores e outro pessoal de educação e a destruição de inúmeras infra-estruturas escolares, a educação de toda uma geração está irremediavelmente comprometida.

A informação divulgada pelo MEES palestino na passada terça-feira revela que a agressão israelita em curso já causou a morte a 18.346 estudantes palestinos em Gaza e 143 na Cisjordânia, e causou ferimentos em 28.854 estudantes, dos quais 976 na Cisjordânia.

Entre professores e outro pessoal de educação, registaram-se 970 vítimas mortais e 4533 feridos.

No que respeita a equipamento escolar, 160 escolas públicas foram completamente destruídas na Faixa de Gaza, além de 63 edifícios universitários. 118 escolas públicas e 93 escolas da UNRWA foram bombardeadas e vandalizadas. Na Cisjordânia, 152 escolas foram vandalizadas e 8 universidades foram alvo de...

O futebolista Suleiman al-Obaid, conhecido como o «Pelé palestino», foi morto em 6 de Agosto enquanto esperava por ajuda perto de um ponto de distribuição no sul de Gaza. Al-Obaid, 41 anos, nascido em Gaza e pai de cinco filhos, era considerado uma das estrelas mais brilhantes da história do futebol palestino. Marcou mais de 100 golos por clubes e jogou 24 partidas oficiais pela selecção nacional tendo marcado dois golos.

O basquetebolista Mohammed Shaalan foi morto a 20 de Agosto, em Khan Younis, enquanto procurava comida e medicamentos para a sua filha, Maryam, que sofre de insuficiência renal. Shaalan, 40 anos, foi um dos jogadores mais destacados da selecção nacional palestina de basquetebol. 

O corredor internacional palestino Allam Al Amour foi morto pelo exército israelita, na passada quarta-feira, 27 de Agosto, junto de um dos centros de distribuição de ajuda em Khan Younis. Al Amour havia conquistado a medalha de bronze na prova de 3.000 metros, na categoria júnior, no...

Gaza atingiu a Fase 5 (Catástrofe/Fome) da Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC) segundo revela um estudo agora divulgado. Mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão confinadas numa situação de fome, marcada por inanição generalizada, miséria e mortes evitáveis. Prevê-se que as condições de fome se espalhem da província de Gaza para as províncias de Deir Al Balah e Khan Younis nas próximas semanas.

Num comunicado conjunto, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a UNICEF, o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiteram o apelo para um cessar-fogo imediato e acesso humanitário sem obstáculos para conter as mortes por fome e desnutrição.

Até o final de Setembro, mais de 640.000 pessoas enfrentarão níveis catastróficos de insegurança alimentar — classificados como Fase 5 do IPC — em toda a Faixa de Gaza. Outras 1,14 milhões de pessoas no território estarão em situação de emergência (Fase...

Para manter viva a memória das crianças de Gaza assassinadas por Israel, foram afixadas, em vários locais da cidade de Coimbra, nesta quinta-feira 21 de Agosto, faixas evocativas dos 18.276 menores vitimados pelo genocídio sionista.

Esta iniciativa vem na sequência do acto público realizado na tarde do dia 11 de Agosto, na Praça 8 de Maio, onde, simbolicamente, foram lidos os nomes de 510 crianças das mais de 18 mil assassinadas (bebés com menos de um ano, foram mortos 937) e foram colocadas faixas com os nomes de mais 2000 crianças mortas.

Ambas as iniciativas foram promovidas pelos Núcleos de Coimbra do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), do Projecto Ruído, do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e pela União dos Sindicatos de Coimbra (USC/CGTP-IN).

No dia 9 de Outubro de 2023, o ministro da Defesa de Israel de então, Yoav Gallant, declarou, “ordenei um bloqueio completo à Faixa de Gaza. Não haverá electricidade, nem alimentação, nem combustível, tudo está encerrado. Estamos a lutar contra animais humanos e agimos em consonância”. 

Era o tempo em que dirigentes mundiais, de Biden a Von der Leyen, de Macron a João Cravinho, à época ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, corriam para os braços de Netanyahu, proclamando que Israel tinha o direito de se defender. Acrescentavam que tudo devia ser feito nos limites do direito internacional humanitário, sabendo que Israel sempre rejeitara a aplicação das convenções de Genebra aos territórios palestinos ocupados em 1967. Nas televisões e nos jornais, justificava-se a ofensiva que Israel se preparava para lançar sobre Gaza e de cujos objectivos não fazia segredo. Herzog, o presidente de Israel, referindo-se à população palestina, dizia no dia 13 de Outubro de 2023: “é a nação...

Cinquenta voluntários em dez horas não conseguiram ler metade dos nomes das 18.726 crianças palestinas assassinadas por Israel na Faixa de Gaza, onde uma criança é morta a cada 40 minutos. Tal é a dimensão do horror que se abate sobre o povo palestino, que impressionou vivamente todos os que estiveram ou passaram ontem pelo Rossio, em Lisboa, mas não parece demover os cúmplices e aliados do Estado genocida de Israel.

A iniciativa foi promovida por CPPC, CGTP-IN, MPPM e Projecto Ruído e contou com a adesão de muitos colectivos e figuras públicas. Entre as 10 e as 20 horas foram lidos os nomes de crianças, começando com os de bebés que ainda nem sequer eram nascidos em 7 de Outubro de 2023. Roupas e brinquedos de criança evocavam os sonhos nunca concretizados. Listas de nomes e fotografias eram amostras simbólicas das vidas ceifadas por Israel.

Pessoas que passavam inteiravam-se do que se estava a passar e manifestavam a sua solidariedade. Mas houve quem não arredasse pé durante todo o dia...

O Conselho Geral da Universidade de Évora aprovou, no passado dia 29 de Julho, uma moção de solidariedade com o povo palestino, de condenação do genocídio na Faixa de Gaza, de apelo ao fim da violência e de solidariedade com as vítimas de perseguições por expressarem a sua opinião sobre o genocídio. A moção expressa a disponibilidade da Universidade de Évora para apoiar o processo de reconstrução do sistema de Ensino Superior e Ciência da Palestina e apela a todas as instituições de ensino superior e investigação nacionais para que, seguindo o exemplo das Universidades de Évora, da Nova de Lisboa, do Minho e do CES/Coimbra, se juntem na denúncia e repúdio pelo genocídio perpetrado por Israel.

Moção de Solidariedade do Conselho Geral da Universidade de Évora

No momento em que a ofensiva militar de Israel contra a Palestina provoca, nas estimativas mais baixas, mais de 50 000 mortos, chegando, segundo a revista médica Lancet, a ultrapassar os 186 mil palestinianos mortos por Israel na...

Era uma vez um barquito pequenito que navegava por águas do Mediterrâneo rumo a Gaza. E, embora soubesse que do outro lado do horizonte o aguardava um grande monstro disposto a engoli-lo, o barquto continuou a navegar porque o seu destino era levar uma mensagem de humanidade a gentes martirizadas pelas bombas, pela fome, pela destruição minuciosa e sistemática do seu mundo e das suas vidas perante a inacção e a cumplicidade de grande parte do mundo: as gentes de Gaza.

O barquito tem o nome de Handala, essa figura criada pelo grande desenhador palestino Nayi Al Ali, nos anos 80 do século passado, que, juntamente com a kufia de quadrados brancos e pretos ou a oliveira milenar, é símbolo da Palestina… Handala tem a cabeça encurvada com quatro cabelos espetados no alto, os pés descalços e as mãos entrelaçadas nas costas numa postura de pensador peripatético, mas não é um sábio, é uma criança; tem entre 10 e 11 anos, a idade que tinha o seu criador quando, juntamente com a sua família e os...

A fotojornalista palestina Samar Abu Elouf foi a vencedora absoluta da edição de 2025 do concurso World Press Photo com a fotografia de Mahmoud Ajjour, um menino de nove anos que sofreu amputação dos dois braços em consequência de um ataque israelita à cidade de Gaza em Março de 2024.

O menino: Mahmoud Ajjour

A narrativa que acompanha a fotografia diz-nos que, enquanto a sua família fugia de um ataque israelita, Mahmoud voltou atrás para incentivar os outros a seguirem em frente. Uma explosão cortou um dos seus braços e mutilou o outro. A família foi evacuada para o Catar, onde, após tratamento médico, Mahmoud está a aprender a usar os pés para jogar no telemóvel, escrever e abrir portas. Além disso, ele precisa de assistência especial para a maioria das actividades diárias, como comer e vestir-se. O sonho de Mahmoud é simples: ele quer obter próteses e viver a sua vida como qualquer outra criança.

A fotógrafa: Samar Abu Elouf 

Samar Abu Elouf é uma fotojornalista autodidacta de Gaza...