Vigília no Porto mobiliza mais de 1300 pessoas
Na maior concentração de pessoas em solidariedade com a Palestina a que o Porto assistiu nos últimos anos (mais de 1300, em vigília, na Praça Humberto Delgado, na noite de 13 de Junho), reclamou-se o fim da ocupação e do genocídio perpetrado pelo governo de Israel e pelas suas forças militares, o cessar-fogo imediato e a entrada sem restrições da urgentíssima ajuda humanitária em Gaza.
Criticou-se também, com veemência, a posição tíbia e cúmplice, quer dos governantes portugueses quer das instâncias europeias, em relação à chacina em curso, na Faixa de Gaza. O apoio militar, logístico e político dos EUA ao governo ultradireitista e ao regime colonialista e de apartheid de Israel foi igualmente contestado por diversos intervenientes.
A projecção da bandeira rubra e negra, verde e branca na fachada da Câmara, o simbólico acender de velas no chão formando a palavra Palestina, a música, o canto e a poesia pontuaram, com assinalável beleza e emotividade, uma iniciativa que teve mais de duas horas e meia de duração e em que foi reiterada a exigência do reconhecimento do Estado da Palestina pelo governo Português.
O êxito da vigília fica a dever-se à cuidadosa preparação liderada pela CGTP-União dos Sindicatos do Porto, em estreita cooperação com diversas estruturas: MPPM, CPPC, Projecto Ruído, Colectivo pela Libertação da Palestina e outras que à iniciativa se associaram: Comunidade Bengali, Parents for Peace, movimento associativo, associações estudantis e outras.
Sucederam-se leituras de poemas (pela palestina Rita Alsalaq, pela actriz Sara Barros Leitão e pela poetisa e editora Iolanda Oliveira) e momentos musicais (por Luís Pimenta, por Rui David, por Nuno Melo e pelas extraordinárias Sopa de Pedra, no seu inigualável canto a capella).
Pelas entidades organizadoras intervieram o secretário-geral da CGTP Intersindical, Tiago Oliveira (que encerrou) e o coordenador da União dos Sindicatos do Porto, Filipe Pereira; João Rouxinol, da direcção do CPPC; José António Gomes, da direcção nacional do MPPM; Bruno Costa, do Colectivo pela Libertação da Palestina; Joana Machado, do Projecto Ruído; Mohamed Shah Alam, pela Comunidade Bengali; e Ana Magalhães, pela Parents for Peace.
A vigília terminou com a “Grândola Vila Morena”, cantada pela multidão presente, num momento que sublinhou a importância da unidade na solidariedade com o martirizado povo da Palestina.
Fotos: Egídio Santos e MPPM