Militares israelitas assaltam o Handala em águas internacionais

A Freedom Flotilla Coalition informou que o seu navio civil Handala, que tinha por missão quebrar o bloqueio ilegal de Israel levando ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, foi violentamente interceptado pelos militares israelitas em águas internacionais a cerca de quarenta milhas náuticas de Gaza, às 23h43, hora da Palestina, neste sábado 26 de Julho.

O Handala tinha partido de Gallipoli no passado dia 20 e transportava uma remessa de ajuda humanitária essencial para os palestinos em Gaza, incluindo leite em pó, fraldas, alimentos e medicamentos. Toda a carga era não militar, civil e destinada à distribuição directa a uma população que enfrenta fome deliberada e colapso médico sob o bloqueio ilegal de Israel.

O Handala transportava 21 civis representando 12 países, incluindo parlamentares, advogados, jornalistas, sindicalistas, ambientalistas e outros defensores dos direitos humanos. 

O ataque ao Handala é o terceiro acto violento das forças israelitas contra as missões da Freedom Flotilla só este ano. Segue-se ao bombardeamento por drones do navio de ajuda humanitária Conscience em águas europeias em Maio, que feriu quatro pessoas e danificou o navio, e à apreensão ilegal do Madleen em Junho, onde as forças israelitas raptaram doze civis, incluindo uma deputada do Parlamento Europeu. 

Pouco antes do seu sequestro, a tripulação do Handala afirmou que entraria em greve de fome se fosse detida pelas forças israelitas e não aceitaria qualquer alimento das forças de ocupação israelitas.

As autoridades israelitas fazem tábua rasa das ordens vinculativas do Tribunal Internacional de Justiça que exigem a facilitação do acesso humanitário a Gaza e desprezam o direito marítimo internacional com os seus contínuos ataques a missões civis pacíficas.

Recorde-se que, no passado dia 15 de Julho, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia decidiram, uma vez mais, adiar a suspensão do Acordo de Associação com Israel com o pretexto de que a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros Kaja Kallas teria conseguido de Israel o compromisso de expandir a ajuda humanitária em Gaza — um acordo cujas medidas não foram tornadas públicas e que nunca foi confirmado pelas autoridades israelitas. A diplomacia europeia reconhece agora que Israel está a ficar aquém do que teria sido acordado, o que só surpreenderá os protagonistas dessa lamentável farsa.