Continua a sabotagem dos colonos judeus aos olivais palestinos

Os actos de violência dos colonos judeus contra os palestinos e os seus bens são rotineiros na Cisjordânia, mas intensificam-se na época da apanha da azeitona, que os ocupantes sabem ser a principal fonte de subsistência de grande parte das famílias palestinas.

Segundo noticia a agência Wafa, colonos israelitas do colonato ilegal de Shavei Shomron inundaram hoje terras de propriedade palestina com esgotos e águas residuais na localidade de Sebastia, a norte da cidade de Nablus.

As terras estão plantadas com oliveiras e damasqueiros e este acto de vandalismo acarreta pesadas perdas materiais para os agricultores.

Outro incidente ocorreu hoje na aldeia Deir al-Hatab, situada a leste de Nablus, em que colonos israelitas, oriundos do colonato israelita ilegal de Elon Moreh, agrediram e expulsaram das suas terras agricultores palestinos que procediam à colheita da azeitona.

Já ontem, um grupo extremista do mesmo colonato tinha inundado olivais da aldeia com esgotos e águas residuais, quando os habitantes procediam à colheita da azeitona, danificando as oliveiras e pondo em risco a colheita anual.

No passado sábado, colonos israelitas vandalizaram cerca de 30 oliveiras na aldeia de Qaryout, a sul de Nablus. Segundo foi relatado à Wafa por um responsável local, os colonos esgueiraram-se para a propriedade durante a noite e cortaram as oliveiras.

O organismo da ONU para a coordenação dos assuntos humanitários na Palestina (OCHA-OPT) regista, desde o início do ano, 136 actos de vandalismo de colonos contra propriedade palestina e 53 incidentes que causaram vítimas palestinas.

O OCHA-OPT estima em 10 milhões o número de oliveiras plantadas na Cisjordânia, ocupando 47% da terra arável. Entre 85 000 e 100 000 famílias dependem da azeitona e do azeite para a sua subsistência económica.

No entanto, os agricultores palestinos são confrontados com o vandalismo dos colonos, que inundam e incendeiam os olivais e arrancam as oliveiras, e com as imposições das autoridades de ocupação que lhes dificultam, ou mesmo interditam, o acesso à sua terras, em especial se estiverem situadas na vizinhança do Muro do Apartheid ou de colonatos israelitas.

A ONG palestina Miftah lembra que «as oliveiras têm mais do que um significado económico na vida dos palestinos. Elas não são como qualquer outra árvore, elas são simbólicas da ligação dos palestinos à sua terra. Porque as oliveiras resistem ao vento e crescem em solos pobres, representam a resistência e a resiliência dos palestinos. O facto de as oliveiras viverem e darem fruto durante milhares de anos é paralela à história e continuidade da Palestina na terra.»

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