Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Israel proibiu nesta quinta-feira as congressistas democratas estado-unidenses Rashida Tlaib e Ilhan Omar de entrarem no país, para uma visita a Israel e à Cisjordânia ocupada.

A decisão do governo de Benjamin Netayahu surgiu pouco depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionar Israel a proibir a entrada das duas deputadas à Câmara dos Representantes do Congresso dos EUA.

«Mostraria uma grande fraqueza se Israel permitisse a visita da congressista Omar e da congressista Tlaib», escreveu Trump no Twitter. «Elas odeiam Israel e todo o povo judeu, e não há nada que se possa dizer ou fazer para que mudem de ideias.»

Rashida Tlaib e Ilhan Omar, as duas primeiras mulheres muçulmanas eleitas para o Congresso dos EUA, têm repetidamente criticado a política de Trump e de Israel em relação aos palestinos.

Trinta palestinos encarcerados em prisões israelitas entraram em greve de fome em solidariedade com seis presos que se recusam a comer ou beber para protestar contra a sua detenção ilegal sem acusação nem julgamento.

A Frente Popular para a Libertação da Palestina informou esta segunda-feira que um novo grupo de 30 presos se juntou à greve de fome de duração indeterminada para protestar contra a prática da chamada detenção administrativa.

Os presos rejeitam a ingestão de alimentos ou água, visando aumentar a pressão sobre as autoridades israelitas para que acedam às reivindicações dos seis detidos que já se encontravam em greve de fome, particularmente Huthaifa Halabiya, cujo estado de saúde se está a deteriorar rapidamente.

A polícia israelita neste domingo disparou balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra dezenas de milhares de palestinos no complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada. A violência da polícia é bem patente num vídeo publicado pelo jornal Haaretz. Os fiéis muçulmanos opunham-se à entrada no local de colonos israelitas fanáticos no primeiro dia do Eid Al-Adha (Festa do Sacrifício), uma das principais festividades religiosas muçulmanas.

O Crescente Vermelho Palestino informou que pelo menos 61 palestinos ficaram feridos, principalmente idosos, sendo 15 conduzidos ao hospital. A polícia israelita prendeu várias pessoas. Nos confrontos terão ficado ligeiramente feridos quatro polícias.

Uma comissão da Administração Civil de Israel, organismo do governo militar que administra a Cisjordânia ocupada, anunciou nos últimos dias planos para avançar com 2304 unidades habitacionais em colonatos israelitas na Cisjordânia, informa a agência palestina WAFA. As 2304 unidades habitacionais estão em várias fases do processo de aprovação.

Antes das eleições de Abril, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu  anexar a Israel os colonatos na Cisjordânia ocupada. Não tendo conseguido formar uma maioria parlamentar, foram convocadas novas eleições para Setembro. A seis semanas das eleições, o anúncio da autorização de mais 2304 habitações nos colonatos reflecte a tentativa de atrair para o Likud, o partido de Netanyahu, os votos dos mais de  400 000 israelitas que vivem nos colonatos no território palestino ocupado militarmente por Israel desde 1967.

Forças israelitas realizaram nesta segunda-feira uma incursão numa prisão na Cisjordânia ocupada, disparando gás lacrimogéneo e transferindo vários presos palestinos para isolamento.

Os presos encarcerados em duas secções da prisão de Ofer, perto de Ramala, recusaram-se a comer no domingo à noite «como acto de protesto contra o ataque aos dirigentes dos presos em Ofer e às comissões que administram os seus assuntos diários», informou o Clube dos Presos Palestinos (PPC), citado pelo sítio noticioso Middle East Eye.

Na segunda-feira, forças da unidade de Metzada, uma unidade de operações especiais do Serviço Prisional de Israel, invadiram as duas secções para pôr fim ao protesto, usando gás lacrimogéneo.

Cinco presos foram transferidos para o centro de detenção de Gilboa, enquanto outros 20 presos foram colocados em isolamento em Ofer.

Desconhece-se o número de presos feridos durante o ataque.

Pelo menos 51 palestinos foram feridos pelas forças represivas israelitas na sexta-feira durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que 24 dos feridos foram atingidos por balas reais. Entre os feridos contam-se dois jornalistas.

Milhares de palestinos acorreram ao leste da Faixa de Gaza para participar na 69.a semana consecutiva da Grande Marcha do Retorno, que decorreu sob o lema «Sexta-feira de Solidariedade com o povo de Wadi Hummus», o bairro na zona palestina junto a Jerusalém Oriental onde recentemente Israel demoliu 10 prédios de habitação.

A comissão organizadora tinha apelado a uma ampla participação a fim de exprimir a rejeição do processo de transferência e limpeza étnica sistemática, que visa obliterar a identidade árabe de Jerusalém e expulsar os seus habitantes palestinos.

Israel aprovou a construção na Área C da Cisjordânia ocupada de 715 unidades habitacionais para palestinos e de 6000 casas para colonos israelitas.

O gabinete de segurança de Israel aprovou por unanimidade na terça-feira, 31 de Julho, as licenças de construção para 715 unidades habitacionais em localidades palestinas na Área C da Cisjordânia ocupada.

O gabinete de segurança aprovou também a construção de 6000 casas em colonatos israelitas (ilegais à luz do direito internacional) na mesma Área C, que segundo os Acordos de Oslo está sob controlo total de Israel.

Em resposta à decisão israelita, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayeh, afirmou esta quarta-feira, num comunicado citado pela agência Ma'an, que as áreas A, B e C já não existem porque Israel violou o Acordo Interino de Oslo, e «nós não precisamos de autorização da potência ocupante para construir as nossas casas no nosso território».

Desde o início da década passada, equipas do Ministério da Defesa [de Israel] têm vasculhado arquivos locais e removido documentos históricos para ocultar provas da Nakba.
 
Há quatro anos, a historiadora Tamar Novick ficou chocada com um documento que encontrou na pasta de Yosef Waschitz, do Departamento Árabe do Partido Mapam, de esquerda, no arquivo Yad Yaari, em Givat Haviva. Este documento, que parecia descrever eventos ocorridos durante a guerra de 1948, começa assim:
 

Israel convocou para interrogatório um menino palestino de quatro anos do bairro de Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada.

Muhammad Rabi’ Elayyan, de quatro anos, recebeu um mandado para ser interrogado na esquadra da polícia israelita da Rua Salah Eddin.

A polícia israelita alega que o menino atirou pedras contra veículos seus, mas não apresentou nenhuma prova do facto.

O pequeno Muhammad e o pai, Rabi’, dirigiram-se na manhã desta terça-feira à esquadra, acompanhados por vários residentes de Issawiya, que vinham protestar contra o interrogatório. O pai foi brevemente interrogado pela polícia israelita e depois libertado.

Um palestino foi morto a tiro pelo exército de Israel durante um protesto semanal na Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde do território sitiado.

Ahmed al-Qarra, de 23 anos, foi baleado no estômago durante uma manifestação junto à vedação com que Israel isola o pequeno território palestino. Al-Qarra, que sucumbiu aos ferimentos no hospital pouco antes da meia-noite de sexta-feira, foi a primeira vítima mortal desde Junho nas manifestações semanais da Grande Marcha do Retorno, que se realizam sem interrupção desde há 16 meses.

Cinquenta e seis palestinos foram feridos pelas forças israelitas, 38 dos quais por balas reais, e 22 dos feridos tinham menos de 17 anos.

A Grande Marcha do Retorno teve início em Março de 2018, exigindo o direito dos refugiados palestinos a regressarem aos lugares de onde foram expulsos, na Palestina histórica, na campanha de limpeza étnica levada a cabo pelos sionistas por ocasião da criação de Israel, em 1948.

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