Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Uma equipa médica estado-unidense conseguiu retirar uma bala da cabeça de uma menina palestina de 7 meses, baleada há três semanas. A menina, que estava ao colo da mãe, foi atingida quando os soldados israelitas abriram fogo perto da sua casa, na aldeia de Al-Mazraa, a norte de Ramala, na Cisjordânia ocupada.

Após três semanas nos cuidados intensivos, a menina foi submetida a uma complexa operação de duas horas, realizada no Hospital de Rafidia, em Nablus, na Cisjordânia ocupada. A operação foi coroada de êxito e a menina pôde sair do hospital.

A equipa de voluntários estado-unidenses, especializada em neurocirurgia, é composta por dois médicos e duas enfermeiras e foi enviada pela ONG Palestine Children’s Relief Fund. É uma das equipas médicas internacionais que visitam regularmente os territórios palestinos, em cooperação com o Ministério da Saúde, para realizar cirurgias difíceis e outros actos médicos.

O Estádio de Gaza City foi bombardeado pela aviação israelita em Abril de 2006 e Novembro de 2012

A Associação de Futebol de Israel tem entre os seus membros seis equipas de futebol dos colonatos ilegais construídos em território palestino ocupado pela violência. A FIFA recusa impor-lhe a sua norma que proíbe a organização de jogos em território ocupado. Entretanto, a Puma assumiu o patrocínio da Associação de Futebol de Israel quando a Adidas se retirou sob pressão da opinião pública internacional.

Os colonatos são ilegais pelo direito internacional

Desde que, em 1967, Israel ocupou militarmente a Cisjordânia (além da Faixa de Gaza, de Jerusalém Oriental e dos Montes Golã sírios), tem desenvolvido uma política de facto consumado nos territórios ocupados, nomeadamente, através da construção de colonatos. Os colonatos são ilegais à luz do direito internacional humanitário (IV Convenção de Genebra) que proíbe uma potência ocupante de alterar demograficamente o território ocupado ou de aí efectuar construções permanentes.

As autoridades israelitas estão a avançar com planos para demolir um bairro palestino inteiro em Jerusalém Oriental ocupada, deixando 550 pessoa sem abrigo, informa o B'Tselem (Centro Israelita de Informação sobre os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados).

No bairro de Wadi Yasul, localizado entre os bairros de Abu Tur e Silwan, residem 72 famílias palestinas.

Segundo o B'Tselem, o município israelita de Jerusalém (que também abrange a parte oriental, ocupada, da cidade) «emitiu ordens de demolição para todas as casas do bairro, de modo que todas as famílias daí estão sob ameaça de expulsão».

No final de Abril, «a câmara municipal já executou duas das ordens de demolição e desalojou duas das famílias».

Wadi Yasul, observa o B'Tselem, «é adjacente a uma floresta, também localizada em terrenos privados que foram expropriados aos seus proprietários palestinos em 1970».

As forças de ocupação israelitas mataram 29 palestinos, feriram outros 312 e prenderam 370 pessoas nos territórios palestinos ocupados durante o mês de Maio, informa um relatório da Organização de Libertação da Palestina divulgado na segunda-feira.
 
Segundo o relatório, 27 palestinos foram mortos nos ataques israelitas a Gaza, incluindo um paramédico, quatro mulheres e quatro crianças, enquanto dois «foram executados a sangue frio», alegadamente em resposta a tentativas de esfaqueamento e atropelamneto na Cisjordânia ocupada.
 
Durante o mesmo mês, o relatório assinala que 312 palestinos ficaram feridos em resultado da agressão israelita à Faixa de Gaza, da repressão dos protestos de Gaza e de ataques a manifestantes que foram «severamente espancados durante a detenção e como resultado da repressão de marchas pacíficas em zonas em risco de serem expropriadas para actividades de colonização».
 

Um paramédico palestino sucumbiu aos ferimentos causados por uma bala de borracha disparada pelas forças israelitas no mês passado, informou o Ministério da Saúde palestino.

Mohammed Sobhi Al-Jdeily, de 36 anos, que trabalhava para o Crescente Vermelho palestino, foi atingido por uma bala de borracha na sexta-feira 3 de Maio, enquanto desempenhava o seu trabalho humanitário durante uma das manifestações semanais junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

Al-Jdeily foi atingido pela bala de borracha no nariz, o que lhe provocou fracturas no crânio, informou o Crescente Vermelho. Morreu num hospital de Hebron, na Cisjordânia ocupada, e o seu corpo será transferido para Gaza para o funeral. Era pai de quatro filhos e morava no campo de refugiados de Bureij.

É o 306.º palestino a ser morto pelas forças israelitas nos protestos da Grande Marcha do Retorno, iniciadas em 30 de Março de 2018.

David Friedman, embaixador dos EUA em Israel, disse numa entrevista publicada neste sábado no New York Times que o Estado sionista tem o direito de anexar pelo menos «parte» da Cisjordânia ocupada.

Os palestinos condenaram de imediato as declarações de Friedman, que é há muito um férreo defensor dos colonatos, tendo dirigido antes de ser nomeado embaixador a organização sionista Friends of Bet El, que financia colonatos construídos em terras palestinas roubadas.

Saeb Erekat, secretário-geral do Comité Executivo da OLP, afirmou que as declarações de Friedman evidenciam que a sua visão, que compartilha com o presidente dos EUA, Donald Trump, é «a anexação do território ocupado, que é um crime de guerra segundo o direito internacional».

Na Faixa de Gaza, todos os meses pelo menos três menores ficam permanentemente deficientes em resultado da violência israelita, segundo dados da Organização Mundial de saúde (OMS).

O relatório da OMS, divulgado na passada sexta-feira e citado pelo site noticioso Middle East Monitor, refere dados recolhidos entre Março de 2018 e Março de 2019. No ano que passou, um total de 172 habitantes de Gaza foram feridos de tal forma que ficaram deficientes para toda a vida — 36 dos quais menores. Em média, é afectada uma pessoa dia sim dia não.

Pierre Vidal-Naquet usou esta expressão contra os falsários e negacionistas que negavam ou minimizavam a escala e a premeditação do extermínio perpetrado pelos nazis contra os judeus, os ciganos, os comunistas, os homossexuais…

Eu utilizo-a contra aqueles que se apropriaram da história, da memória e das identidades judaicas para construir, em nome dos judeus, um Estado de apartheid que lembra em muitos planos, segundo o historiador Zeev Sternhell, a Alemanha da década de 1930.

Israel, uma sociedade à deriva.

O dia 5 de Junho marca o 52.º aniversário daquilo a que palestinos chamam Naqsa (derrota ou revés), a ocupação por Israel dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza na chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Em 1967 Israel rematou o que iniciara em 1948, ocupando todo o território situado entre o Mediterrâneo e o Jordão. Ficaram sob o domínio sionista todos os palestinos que não tinham sido convertidos em refugiados — em 1967 novos refugiados vieram somar-se aos de 1948. Aos palestinos dos territórios recém-ocupados foi aplicado o mesmo regime militar sob o qual tinham vivido os seus irmãos palestinos de Israel até ao ano anterior.

Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump, expressou dúvidas sobre a capacidade dos palestinos de se governarem a si próprios, numa entrevista televisiva transmitida neste domingo.

Kushner é o arquitecto do plano de paz de Trump para o Médio Oriente, há muito anunciado mas ainda não revelado.

Na entrevista ao site noticioso Axios, quando interrogado sobre se acreditava que os palestinos são capazes de se governar sem a interferência de Israel, Kushner disse: «Isso é uma coisa que teremos que ver. A esperança é que eles, com o tempo, se tornem capazes de governar.»

Ao ser-lhe perguntado se os palestinos poderiam esperar serem livres da interferência militare e governamental de Israel, respondeu que issso seria uma «fasquia alta».

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