Centenas de extremistas judeus protegidos pela polícia de choque israelita entraram hoje no complexo de al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, provocando a indignação dos fiéis muçulmanos.
A provocatória visita ocorreu durante um dos últimos dias do mês sagrado muçulmano do Ramadão, quando os fiéis se reúnem para rezar na mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, onde as orações não muçulmanas estão proibidas.
Normalmente os israelitas judeus são impedidos de aqui entrar durante os últimos 10 dias do mês sagrado muçulmano do Ramadão. Hoje esse período coincidiu com o «Dia de Jerusalém», em que os israelitas comemoram a ocupação de Jerusalém Oriental no final da guerra de 1967. Porém, da última vez em que se deu essa coincidência, em 1988, o complexo da mesquita de al-Aqsa foi fechado aos judeus.
A Administração Civil do Ministério da Defesa de Israel, órgão que administra a ocupação da Cisjordânia, vai leiloar na próxima semana bens doados pela UE e por vários países europeus e que o exército sionista confiscou a civis palestinos em Outubro passado.
Segundo informa Juan Carlos Sanz, correspondente do jornal espanhol El País, trata-se dos materiais usados na construção de duas salas de aula pré-fabricadas de uma escola da localidade de Ibziq, no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada.
O leilão dos bens doados pela UE e confiscados por Israel veio anunciado no jornal israelita Maariv e deve realizar-se nas unidades da Administração Civil situadas em colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada: Beit El (a nordeste de Ramala) e Gush Etzion (bloco de colonatos a sudoeste de Belém) na segunda-feira e terça-feira próximas.
A organização israelita B'Tselem divulgou um vídeo que mostra um grupo de colonos israelitas atacando aldeões palestinos e incendiando os seus campos a 17 de Maio, e conseguiu identificar um dos incendiários como um soldado israelita de licença.
Segundo o B'Tselem (Centro Israelita de Informação sobre os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), na sexta-feira, 17 de Maio de 2019, colonos paramilitares israelitas incendiaram os campos de agricultores palestinos em Burin e Asirah al-Qibliyah. Nas duas aldeias, os colonos apedrejaram as casas dos moradores.
Em Asirah al-Qibliyah, onde a área é controlada por torres de vigia militares, um colono até disparou tiros para o ar. Soldados que se encontravam próximo não prenderam os atacantes e impediram os palestinos de se aproximarem dos seus campos em chamas.
Um estudo recentemente divulgado revela que cerca de 16 500 menores palestinos foram presos pelas forças de ocupação israelitas desde o início da Segunda Intifada, em 28 de Setembro de 2000.
Este estudo, com 26 páginas, foi preparado por Abdul-Naser Farwana, ex-preso palestino e investigador da Comissão de Assuntos dos Detidos e ex-Detidos.
Durante a década 2000-2010, afirma o estudo, foram documentados anualmente pelo menos 700 casos de detenção de menores, tendo o número disparado para 1250 nos últimos oito anos.
Farwana acrescenta que todos os factos e estatísticas confirmam que há uma sistemática política de detenção de menores palestinos e que o número de menores detidos aumentou de forma constante desde 2000 e significativamente desde 2011.
Jason Greenblatt, enviado dos EUA para o Médio Oriente, apelou à dissolução da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos. Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, Greenblatt disse que a UNRWA deveria ser desmantelada e que a responsabilidade pelos refugiados palestinos deve ser assumida pelos países que os acolhem.
«Precisamos de falar com os governos anfitriões para começar uma conversa sobre o planeamento da transição dos serviços da UNRWA para os governos anfitriões ou para outras organizações não governamentais locais ou internacionais, conforme seja apropriado», afirmou.
Os dirigentes palestinos não participarão na conferência económica que os Estados Unidos vão organizar em Junho no Barém, primeira etapa do «plano de paz» de Trump para a Palestina.
O governo dos EUA anunciou uma «oficina» económica em 25 e 26 de Junho em Manama para aumentar o investimento na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que alegadamente permitiria a melhoria das condições de vida dos palestinos que vivem sob ocupação israelita.
Uma carta aberta de mais de 60 académicos judeus e israelitas, em vésperas da discussão no Bundestag de uma moção sobre o movimento BDS, alerta que não se pode confundir com anti-semitismo a crítica a Israel e às suas políticas antipalestinas.
Na sexta-feira passada o parlamento alemão aprovou uma moção que condena como sendo anti-semita o movimento BDS, que apela ao boicote, ao desinvestimento e às sanções como forma de pressão para que Israel ponha fim à ocupação da terra palestina, conceda direitos iguais aos cidadãos palestinos de Israel e reconheça o direito de retorno dos refugiados palestinos.
A final do Festival da Eurovisão, esta noite em Tel Aviv, tem lugar na mesma semana em que se assinalou o 71.º aniversário da Nakba («catástrofe», em árabe), a expulsão da população autóctone palestina levada a cabo por ocasião da fundação de Israel.
A própria sala onde decorre o Festival está situada em terrenos que pertenciam a uma aldeia palestina demolida por Israel: Al-Shaykh Muwannis, ocupada pelas milícias sionistas em Março de 1948 — ou seja, meses antes da proclamação da independência de Israel e da guerra com os países árabes que habitualmente é apresentada como pretexto para a expulsão dos palestinos. Vários dos seus habitantes foram mortos, os outros foram expulsos e as suas terras expropriadas.
Pelo menos 65 manifestantes palestinos foram feridos a tiro por forças israelitas nesta quarta-feira, durante protestos na Faixa de Gaza cercada para assinalar o 71.º aniversário da Nakba.
Milhares de palestinos da Faixa de Gaza, sujeita a um criminoso bloqueio israelita há 12 anos, manifestaram-se junto à vedação com que Israel isola o pequeno território para exigir o direito de retorno dos refugiados (dois terços dos habitantes de Gaza são refugiados) às suas terras de origem, no território actual de Israel, de onde foram expulsos na campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação do Estado sionista, em 1948.
As forças israelitas abriram fogo e dispararam bombas de gás lacrimogéneo em direcção aos manifestantes.
No momento em que se assinala o 71.º aniversário da Nakba, a 15 de Maio, o povo palestino enfrenta perigos imensos e vive uma das mais graves situações desde a criação do Estado de Israel. O anunciado «acordo do século» visa legitimar a política anexionista de Israel com o seu cortejo de prisões, mortes, destruição, espoliação. Os refugiados são ignorados, continua o criminoso bloqueio a Gaza, prossegue em ritmo acelerado a construção de colonatos ilegais e a expulsão de palestinos de Jerusalém Oriental. A «Lei do Estado-Nação» consagra a discriminação dos cidadãos palestinos de Israel.