Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O MPPM condena a declaração feita ontem, 21 de Março, pelo presidente Donald Trump de que «é tempo de os Estados Unidos reconhecerem inteiramente a soberania de Israel sobre os Montes Golã». Os Montes Golã, ocupados há 52 anos por Israel, são internacionalmente reconhecidos como parte do território da Síria, pelo que tal declaração viola grosseiramente a legalidade internacional, desde logo a Carta das Nações Unidas que no seu artigo 2.º refere a inadmissibilidade do uso da força contra a integridade territorial de qualquer Estado.

Na sequência da guerra de 1967 em que Israel ocupou os Montes Golã, além do Sinai egípcio e dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza, a Resolução 242 do Conselho de Segurança da ONU, de 22 de Novembro de 1967 sublinhou a «inadmissibilidade da aquisição do território pela guerra» e afirmou a necessidade da «Retirada das forças armadas de Israel dos territórios ocupados no recente conflito».

Forças israelitas mataram esta quarta-feira um palestino e feriram gravemente um outro num posto de controlo em Belém, informou o ministério da Saúde da Palestina em Ramala. O palestino morto foi identificado como Ahmed Jamal Mahmoud Manasrah, de 26 anos.

Na véspera, terça-feira, as forças israelitas mataram três palestinos e feriram mais de dez jovens na Cisjordânia ocupada.

Omar Abu Leila, de 19 anos, foi morto por soldados e polícias de fronteira israelitas numa casa onde procurara refúgio, na aldeia de Abwein (a norte de Ramala), que  foi invadida por forças israelitas com carros armados, cães, drones, escavadoras e equipas de filmagem. Leila era suspeito de matar um soldado israelita e um colono dois dias antes, perto do colonato ilegal de Ariel, na Cisjordânia ocupada.

A exploração por Israel dos recursos naturais no território palestino ocupado desde 1967 para seu próprio uso viola directamente as suas responsabilidades legais como potência ocupante, afirmou esta segunda-feira um especialista independente da ONU.

O relator especial sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Michael Lynk, denunciou perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU o facto de as condutas de água de aldeias palestinas da região de Hebron terem sido destruídas pela segurança civil israelita, em violação do direito internacional.

«Com a destruição desta conduta de água nas colinas do Sul de Hebron, esses aldeões são forçados a comprar água cara de camiões-cisterna para as suas casas e animais», declarou Lynk, que Israel não autorizou a visitar os territórios palestinos ocupados desde que assumiu o cargo de Relator Especial, há três anos atrás.

A activista palestina Rasmea Odeh foi impedida de falar numa iniciativa em Berlim sobre as mulheres palestinas na luta pela libertação e será expulsa da Alemanha.

Após uma intensa campanha de jornalistas pró-israelitas, do embaixador de Israel e do embaixador dos Estados Unidos na Alemanha (conhecido pelas suas ligações a grupos de extrema direita), e em que participaram também apoiantes do partido de extrema-direita AfD (Alternativa para a Alemanha), as autoridades de Berlim declararam na noite desta sexta-feira, 15 de Março, que Rasmea Odeh estava  proibida de actividade política e que o seu visto seria cancelado, implicando a sua expulsão do país.

Rasmea Odeh deveria participar num evento a ter lugar num centro cultural do bairro de Kreuzberg, em Berlim. Nos dias anteriores ao evento a sala onde iria falar foi atacada e vandalizada e o pessoal recebeu telefonemas ameaçadores.

Israel atacou cerca de 100 locais na Faixa de Gaza cercada na noite de quinta para sexta-feira.

Nestas condições, a comissão organizadora da Grande Marcha do Retorno «apelou para o adiamento das marchas de hoje [sexta-feira] a título excepcional», guiada pelo «interesse público» e num esforço para manter a calma na Faixa de Gaza e evitar escaladas. É a primeira vez que as manifestações são interrompidas desde o seu início, há 51 semanas.

O exército sionista afirma ter actuado em resposta a dois rockets lançados sobre Tel Aviv a partir da Faixa de Gaza na noite anterior, o que não acontecia desde a agressão israelita de 2014 («operação Margem Protectora»).

Num relatório sobre direitos humanos divulgado esta quarta-feira, o Departamento de Estado dos EUA não se refere à Cisjordânia e aos Montes Golã e como territórios ocupados por Israel.

Em vez disso, usa a expressão «controlado por Israel», o que sinaliza uma viragem relativamente à anterior posição de Washington de recusar reconhecer a soberania de Israel sobre estas áreas, que ocupou e anexou unilateralmente.

Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou que o facto de os Estados Unidos abandonarem o termo «ocupação» não altera «o facto de que o território palestino ocupado desde 1967 e o Golã árabe ocupado são territórios sob ocupação israelita, de acordo com as resoluções da ONU e o direito internacional», acrescentando que se trata de «uma continuação da abordagem hostil da administração estado-unidense em relação ao nosso povo palestino».

Dois palestinos foram esta terça-feira mortos a tiro pelas forças israelitas na Cisjordânia ocupada.

Em Salfit, no Norte da Cisjordânia, Mohammad Shaheen, de 23 anos, ficou gravemente ferido após ser atingido no coração por uma bala disparada por soldados israelitas, vindo a falecer uma hora mais tarde, informou o Ministério da Saúde da Palestina.

O exército de ocupação abriu fogo sobre jovens palestinos que lançavam pedras após os soldados israelitas terem invadido a localidade.

O Crescente Vermelho palestino tratou 40 pessoas no local por ferimentos de balas de borracha e por inalação de gás lacrimogéneo.

Pelo menos um palestino foi morto e 48 foram feridos nesta sexta-feira pelas forças israelitas que reprimiram os manifestantes da Grande Marcha do Retorno ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

Segundo informa o Ministério da Saúde de Gaza, as forças da ocupação sionista disparam balas reais e balas revestidas de borracha contra os manifestantes. Tamer Khaled Arafat, de 23 anos, foi morto por uma bala real que o atingiu na cabeça. Também 24 manifestantes foram feridos por balas reais, enquanto muitos outros foram feridos por balas revestidas de borracha.

Quatro paramédicos foram directamente atingidos e feridos por bombas de gás lacrimogéneo ou granadas atordoantes, ao passo que dois jornalistas foram feridos por balas reais. Foram também feridos 15 menores e duas mulheres.

Um adolescente palestino de 15 anos foi morto por fogo israelita na noite de quarta para quinta-feira perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. Saif A-Din Abu Zaied foi atingido na cabeça por um atirador especial israelita e veio a morrer no hospital, informou um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza.

Seis outros manifestantes foram feridos pelas forças israelitas e levados para o hospital.

O adolescente morto participava com outras dezenas de jovens naquilo que é conhecido como uma «unidade nocturna de confusão». Desde Fevereiro passado, jovens palestinos reúnem-se perto da vedação e queimam pneus, lançam papagaios de papel incendiários, accionam sirenes e lançam bombas sonoras, como forma de pressão para que Israel pare com a violência contra os residentes da Faixa de Gaza.

Duas crianças palestinas morreram na noite de terça-feira num incêndio em Hebron, na Cisjordânia ocupada, depois de as autoridades israelitas impedirem os bombeiros de chegar a tempo à casa em chamas.

O presidente da câmara de Hebron, Taysir Abu Sneina, responsabilizou o exército israelita pela morte das duas crianças, por os militares israelitas terem retido carros de bombeiros palestinos e ambulâncias do Crescente Vermelho  em duas barriras em ruas da cidade.

As duas crianças — uma delas de apenas 18 meses — morreram queimadas num incêndio na sua casa, no bairro de Al-Salaymeh, na cidade velha de Hebron, numa área da cidade que está sob controlo total de Israel e separada do resto da cidade ocupada por muitas barreiras militares.

Segundo o site informativo palestino Palestine Today, as crianças mortas são Wael Al-Rajabi, de quatro anos, e sua irmã Malik, de 18 meses.

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