A agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos (UNRWA) informou nesta segunda-feira que mais de um milhão de palestinos da Faixa de Gaza podem estar condenados a passar fome se não conseguir reunir 60 milhões de dólares de donativos até o próximo mês de Junho.
«A menos que a UNRWA consiga obter pelo menos 60 milhões de dólares adicionais até Junho», sublinha a agência num comunicado, «será severamente afectada a sua capacidade de continuar a fornecer alimentos a mais de um milhão de refugiados palestinos em Gaza, incluindo cerca de 620 000 pessoas em situação de pobreza extrema (aqueles que não conseguem cobrir as suas necessidades básicas de alimentos e que tem de sobreviver com 1,6 dólares por dia) e quase 390 000 em pobreza absoluta (aqueles que sobrevivem com cerca de 3,5 dólares por dia).»
A UNRWA é financiada quase inteiramente por contribuições voluntárias, e o crescimento das necessidades superou o aumento do apoio financeiro.
Milhares de pessoas desfilaram pelo centro de Londres no sábado para reclamar uma Palestina livre, o fim da ocupação israelita dos territórios palestinos e dos ataques a Gaza.
A manifestação, organizada pela Palestine Solidarity Campaign, com o apoio da Stop the War Coalition e de várias outras associações e sindicatos, assinalou o 71.º aniversário da Nakba («catástrofe» em árabe), a limpeza étnica da população palestina por ocasião da criação de Israel.
Este ano a comemoração da Nakba desenrola-se num clima particularmente ameaçador, já que coincide com os planos estado-unidenses de um «acordo do século» que significaria a total abdicação pelos palestinos dos seus inalienáveis direitos nacionais.
Durante o desfile os manifestantes exigiram a libertação da Palestina, o direito de retorno para os refugiados palestinos e o fim dos «ataques sem precedentes por Israel contra os palestinos».
O ministro dos Negócios Estrangeiros palestino, Riyad Al-Maliki, afirmou na quinta-feira que o anunciado plano de paz dos EUA é um acordo para forçar os palestinos à rendição.
Falando numa reunião informal do Conselho de Segurança da ONU para discutir a construção de colonatos israelitas ilegais nos territórios palestinos ocupados, Al-Maliki criticou o chamado «acordo de paz» dos EUA, sublinhando que todas as indicações são de que o seu conteúdo serão «condições para a rendição».
A administração estado-unidense disse que vai revelar o seu «plano de paz», a que chama «acordo do século», depois de terminado o mês sagrado muçulmano do Ramadão, no começo de Junho.
Milhares de cidadãos palestinos de Israel marcaram esta quinta-feira o Dia da Nakba numa marcha para a aldeia palestina destruída de Khubbayza, no Norte de Israel.
Segundo informa o jornal israelita Haaretz, trata-se da 22.ª vez que em Israel se realiza uma «marcha de retorno». Embora a data oficial do Dia da Nakba seja 15 de Maio, a marcha realiza-se anualmente no Dia da Independência de Israel (a independência de Israel foi proclamada a 14 de Maio de 1948, segundo o calendário gregoriano; porém, em Israel as comemorações ocorrem no dia 5 de Iyar do calendário judaico, que é de base lunissolar, sendo por isso uma data móvel). A marcha tem lugar de cada vez numa aldeia palestina diferente demolida em 1948.
Na marcha participaram também judeus anti-sionistas.
Israel lançou uma nova e sangrenta ofensiva contra a martirizada Faixa de Gaza. Desde o início da escalada, na sexta-feira, foram mortos 25 palestinos e feridos mais de 1500.
Segundo as autoridades de Gaza, as forças armdas do regime sionista lançaram ataques aéreos e dispararam projécteis de artilharia contra o pequeno enclave palestino cercado, destruindo 200 instalações civis e outras infra-estruturas.
Sete prédios foram destruídos e outros quatro foram atacados por mísseis; centenas de outras casas ficaram parcialmente danificadas devido aos ataques. Escolas, carros, terrenos cultivados, estufas e veículos de assistência médica foram danificados pelos ataques.
Também foram atacados os portos de pesca de Rafah, Gaza e Khan Younis, além de 21 campos de treino e 17 torres de vigia das forças de resistência palestinas.
1. Não é possível ignorar nem calar a gravidade das declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciando a intenção de proceder à anexação formal de territórios ocupados da Cisjordânia. As declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros dos EUA, Michael Pompeo, afirmando que tal anexação não constituiria um problema para o chamado «acordo do século» são igualmente inaceitáveis e suscitam fundados receios quanto a esse plano patrocinado pelo governo estado-unidense.
António, o conhecido e multipremiado cartunista português, rejeita as acusações de anti-semitismo que levaram à retirada de um seu cartoon da edição internacional do New York Times.
Após a publicação do cartoon no jornal nova-iorquino, organizações e personalidades sionistas lançaram uma campanha com a acusação de anti-semitismo. Em vez de defender a liberdade de opinião e de crítica do artista, o New York Times escolheu ceder à chantagem, retirou o cartoon e pediu publicamente desculpa.
Em declarações ao jornal Expresso, onde o cartoon foi originalmente publicado, António refuta a acusação, afirmando: «É uma crítica à política de Israel, que tem uma conduta criminosa na Palestina, ao arrepio da ONU, e não aos judeus.»
Artigo publicado no Haaretz em 22 de Abril de 2019
Fatma Sleiman, uma professora da aldeia de Tuqu, no Sul da Cisjordânia, morreu na quinta-feira num acidente de viação. Testemunhas disseram que um camião israelita bateu no seu carro. Isto não foi noticiado em Israel e certamente nunca será investigado como um abalroamento suspeito. Mesmo a cobertura dos meios de comunicação palestinos foi fraca, e apenas no Facebook e sites de notícias locais se encontrou relatos dos acontecimentos que se seguiram à sua morte. Mais adiante voltarei a falar disto.
Pelo menos 110 palestinos foram hoje feridos na Faixa de Gaza por balas reais disparadas pelas forças israelitas contra os manifestantes que participavam na 56.ª semana consecutiva da Grande Marcha do Retorno.
Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os milhares de manifestantes que se reuniram em vários acampamentos ao longo da vedação com que Israel isola o pequeno território palestino. Os manifestantes feridos não representavam qualquer ameaça iminente ou perigo para a vida dos soldados. Entre os feridos, dois dos quais com gravidade, contam-se 37 menores, 3 mulheres, 4 paramédicos e um jornalista.
Segundo dados coligidos pelo Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR), a repressão israelita da Grande Marcha do Retorno, desde o seu início, em 30 de Março de 2018, já causou 203 mortos e 23 387 feridos, dos quais 137 tiveram de sofrer a amputação dos membros superiores ou inferiores.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta terça-feira que vai dar a um colonato nos Montes Golã o nome do presidente dos EUA, Donald Trump. Trata-se de um gesto de agradecimento ao presidente estado-unidense por reconhecer a soberania israelita sobre este território sírio que Israel ocupa desde 1967 em violação do direito internacional.
Netanyahu fez o anúncio numa declaração em vídeo durante uma visita a este território sírio ocupado.
«Estou aqui nos belos Montes Golã. Todos os israelitas ficaram profundamente comovidos quando o presidente Trump tomou a sua histórica decisão de reconhecer a soberania de Israel sobre os Montes Golã», afirmou.
«Portanto, depois do feriado da Páscoa, pretendo apresentar ao governo uma resolução pedindo uma nova comunidade nos Montes Golã com o nome do presidente Donald J. Trump», concluiu Netanyahu.