Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Os palestinos enfrentam «novas e iminentes ameaças de despejo» na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada, alertou neste domingo a ONG israelita Ir Amim.

A Cidade Velha faz parte de Jerusalém Oriental, que Israel ocupou durante a guerra de 1967 e cuja anexação declarou em 1980, proclamando toda a cidade sua capital «eterna e indivisa». Isso nunca foi reconhecido pela comunidade internacional, que considera Jerusalém Oriental uma parte do território palestino ocupado.

A Ir Amin destacou «três casos simultâneos» que comprovam «uma rápida escalada de novos factos no terreno — promovidos por colonos [judeus] com o apoio legal e político do estado [de Israel] — para fortalecer ainda mais o controlo israelita dentro e em redor da Cidade Velha».

Durante o dia de sexta-feira forças do exército israelita feriram mais de uma centena de palestinos que se manifestavam na Faixa de Gaza cercada e na Cisjordânia ocupada.

Na Faixa de Gaza, perto da vedação com que Israel isola o pequeno território costeiro, as forças israelitas feriram 98 civis, incluindo 15 crianças e 4 mulheres; dois são paramédicos e um jornalista. Sete dos feridos encontram-se em estado grave, incluindo uma jovem de 17 anos que foi atingida com uma bala no peito.

Segundo observadores de campo do PCHR (Centro Palestino dos Direitos Humanos), os atiradores israelitas abriram fogo e dispararam gás lacrimogéneo sobre os manifestantes embora estes estivessem a dezenas de metros da vedação e não pudessem por isso constituir qualquer perigo para os soldados.

Os representantes diplomáticos dos 28 países da UE em Jerusalém e Ramala constatam a «discriminação jurídica sistemática» sofrida pelos palestinos na Cisjordânia ocupada, num relatório confidencial dirigido ao Serviço de Acção Externa e hoje revelado por meios de comunicação social de diversos países.

O relatório «é uma cartografia da situação dos direitos humanos na chamada Área C [da Cisjordânia], sob controlo exclusivo israelita e que cobre 60% do território ocupado», como afirmou uma fonte europeia em Jerusalém citada pelo El País.

Os 400 000 colonos judeus gozam de um estatuto pessoal e extraterritorial, ou seja, embora vivam na Cisjordânia ocupada, estão sujeitos apenas à lei israelita.

Pelo contrário, os palestinos do território ocupado estão sujeitos à lei marcial e aos regulamentos emitidos pela chamada Administração Civil, um departamento do Ministério da Defesa israelita, e estão sujeitos aos tribunais militares de Israel.

A aldeia beduína de al-Araqib foi demolida por Israel na manhã desta quinta-feira, pela 139.ª vez. A aldeia, situada no deserto de Neguev/Naqab, no Sul de Israel, não é reconhecida pelas autoridades sionistas.

Dezenas de soldados e polícias israelitas e pessoal da chamada «Autoridade para o Desenvolvimento do Neguev» invadiram a aldeia, escoltando buldózeres e veículos que demoliram as tendas, celeiros e barracões.

Mulheres, crianças e idosos da aldeia foram evacuados e deixados sem abrigo, apesar do tempo frio. O chefe do comité popular da aldeia e três mulheres foram detidos pelas forças israelitas, sendo libertados algumas horas após a demolição.

As demolições de al-Araqib são realizadas na tentativa de forçar a população beduína a mudar-se para aldeamentos designados pelo governo israelita.

Cinquenta personalidades da cultura britânica assinaram uma carta convidando a BBC a cancelar a cobertura do Festival da Eurovisão deste ano porque está previsto que ocorra em Israel, a 18 de Maio.

A carta, publicada no jornal britânico The Guardian, critica Israel pela ocupação de territórios palestinos.

Os subscritores, entre os quais se contam a estilista Vivienne Westwood, o cineasta Mike Leigh, as actrizes Julie Christie e Maxine Peake, os músicos Peter Gabriel, Wolf Alice e Roger Waters e os escritores  Caryl Churchill e AL Kennedy, afirmam que «não podemos ignorar a violação sistemática por Israel dos direitos humanos dos palestinos».

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou esta segunda-feira que Israel cancelou a missão da Presença Temporária Internacional em Hebron (TIPH — Temporary International Presence in Hebron).

«Não permitiremos a presença de uma força internacional que opera contra nós», declarou Netanyahu.

A missão inclui cerca de 60 observadores da Noruega, Suécia, Itália, Suíça e Turquia. O seu mandato, renovado de seis em seis meses, deveria terminar a 31 de Janeiro próximo.

A TIPH surgiu na sequência do massacre da Mesquita de Ibrahimi, em Hebron, em Fevereiro de 1994, em que o colono judeu Baruch Goldstein assassinou 29 palestinos que rezavam dentro da mesquita.

Um palestino foi morto e pelo menos 30 outros foram feridos este sábado na aldeia de Al-Mughayyir, perto de Ramala, na Cisjordânia ocupada.

O responsável pelos tiros fatais é um colono do posto avançado de Adei Ad, acreditam as forças armadas israelitas, segundo noticia o jornal Haaretz. Um porta-voz do próprio posto avançado confirma que os colonos dispararam balas reais. 

Um adolescente palestino de 16 anos foi morto por fogo israelita durante protestos na Cisjordânia ocupada esta sexta-feira, informou o Ministério da Saúde palestino. Soldados isreaelitas estacionados numa torre de observação militar dispararam fogo real, matando o jovem Ayman Hamed com um tiro no peito e ferindo um outro jovem, durante um protesto perto da aldeia de Silwad, a norte de Ramala.

Por outro lado, o Ministério da Saúde de Gaza informou que um palestino de 25 anos, Ehab Attallah Hussein Abed, foi morto com um tiro no peito por um atirador de elite das forças israelitas, registando-se 22 feridos, incluindo um paramédico e um jornalista. Milhares de pessoas participaram hoje, perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, na 44.ª sexta-feira consecutiva das manifestações da Grande Marcha do Retorno.

«Não há região do Mundo onde a Paz e os Direitos Humanos estejam mais ameaçados que no Médio Oriente», afirmou Jorge Cadima na sessão realizada na Casa do Alentejo, em Lisboa, por iniciativa das organizações e entidades promotoras do Encontro pela Paz (Loures, 20 de Outubro de 2018) no quadro do 70º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Jorge Cadima, que falava em representação do MPPM, fundamentou a sua afirmação ilustrando-a com algumas notícias recentes:

Nos últimos dois dias, forças do Serviço Prisonal de Israel invadiram a prisão de Ofer, perto da cidade de Ramala, na Cisjordânia ocupada, e atacaram os presos palestinos aí encarcerados.

As forças repressivas israelitas usaram balas de aço revestidas de borracha, bombas de gás lacrimogéneo, cães militares e bombas sonoras contra os presos. Foram também totalmente queimadas três celas.

Cerca de 150 presos foram feridos durante o ataque, incluindo pelo menos seis com ossos partidos e cerca de 40 outros que sofreram ferimentos na cabeça.

A maioria dos ferimentos foram causados por balas de aço revestidas de borracha, refere a Sociedade dos Presos Palestinos (PPS), e muitos dos presos foram transferidos para hospitais. Cerca de 20 permanecem hospitalizados.

Vídeo da incursão das forças repressivas israelitas na prisão de Ofer
Vídeo da incursão das forças repressivas israelitas na prisão de Ofer

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