Pompeo e Netanyahu não são bem-vindos a Portugal, grita-se em Lisboa

Centenas de pessoas juntaram-se nesta sexta-feira, 6 de Dezembro, no Largo de Camões, em Lisboa, num protesto contra a visita a Portugal de Benjamin Netanyahu e Michael Pompeo. Condenaram também a sua recepção, humilhante para Portugal, pelo primeiro-ministro e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Netanyahu e Pompeo são dois dos mais destacados protagonistas da política de sistemática barbárie, guerra, massacres e violação da legalidade internacional e das resoluções da ONU relativas à questão palestina.

Segundo as suas próprias declarações, vieram a Portugal para discutir as formas de incrementar a ingerência e agressão contra o Irão, levantando o espectro de mais uma mortífera e destrutiva guerra na região, após as que já destruíram o Afeganistão, o Irão, a Líbia, a Síria, o Iémene e outros países.

Vieram a Portugal para, nas palavras de Netanyahu, preparar a anexação por Israel do Vale do Jordão, na Cisjordânia palestina ocupada.

Vieram a Portugal para destruir toda e qualquer possibilidade de concretizar a criação de um Estado palestino, conforme as nunca cumpridas promessas da ONU, e para preparar uma escalada da política de guerra e destruição no Médio Oriente.

Portugal não pode ser associado a estas políticas de guerra e agressão que violam abertamente a Constituição Portuguesa, a Carta da ONU e o Direito Internacional, e que são uma afronta aos sentimentos de solidariedade dos portugueses com a luta do povo Palestino, ainda recentemente reafirmada pela Assembleia da República, por ocasião do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino (29 de Novembro).

No protesto do Largo de Camões intervieram três das organizações promotoras: além do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) e o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC).

Também tomou a palavra um refugiado colombiano residente em Portugal, que deu conta das importantes lutas sociais que se realizam na Colômbia, no Chile e outros países da América Latina, bem como a resistência do povo boliviano ao golpe de Estado no seu país. Um tema que não está desligado da tragédia do povo palestino: uma das primeiras medidas tomadas pelo novo governo golpista boliviano foi o reatamento de realações diplomáticas com Israel, que haviam sido cortadas em 2009, em sinal de protesto pelos bárbaros bombardeamento de Israel sobre a população da Faixa de Gaza.

O protesto contou ainda com um belo momento musical de Sofia Lisboa e Tiago Santos.

Fotos: MPPM

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