Actos criminosos dos colonos judeus intensificam-se na época da colheita da azeitona

Nos últimos dias, a Cisjordânia testemunhou uma onda de violência de colonos israelitas à medida que os agricultores palestinos iniciavam a campanha anual da colheita da azeitona. Os ataques incluíram o corte e o incêndio de oliveiras, o roubo de colheitas e agressões físicas a agricultores.

Na quarta-feira, colonos israelitas cortaram e destruíram 300 oliveiras na aldeia de al-Jabaa, a sudoeste de Belém, no sul da Cisjordânia ocupada. Esta é a segunda vez em poucos dias que os colonos vandalizam oliveiras nesta aldeia.

Na terça-feira, agricultores de al-Jabaa foram impedidos pelo exército de chegar às suas terras. Quando conseguiram autorização para passar, descobriram que os colonos do colonato ilegal de Beit Ain tinham roubado as colheitas de 10 hectares de terra pertencentes a 30 pessoas e que também tinham vandalizado oliveiras.

Diab Mashaleh, chefe do conselho da aldeia, disse à agência Wafa que esta cena se repete todos os anos durante a época da colheita da azeitona e que o exército dá sempre cobertura ao roubo das colheitas pelos colonos e aos ataques contra os agricultores palestinos.

Após vários anos em que lhes foi vedado o acesso às suas terras, os agricultores, apoiados por dezenas de voluntários, conseguiram começar a colher as suas oliveiras, mas foram atacados por colonos do colonato ilegal de Megron, que contaram com a protecção dos soldados.

Na passada segunda-feira, os camponeses que conseguiram aceder às suas terras, situadas para além do Muro do Apartheid, na zona de Salfit, no norte da Cisjordânia ocupada, descobriram que as suas colheitas de azeitonas tinham sido roubadas e dezenas de árvores cortadas pelos colonos israelitas do colonato ilegal Eits Ephraim.

Israel não permite que os palestinos acedam às suas terras que fiquem perto dos colonatos ou para além do Muro sem uma licença que, normalmente, só é emitida para os idosos e apenas em alguns dias do ano deixando, por isso, as terras à mercê de abusos por parte dos colonos.

Também na segunda-feira, colonos israelitas atacaram agricultores palestinos que estavam na apanha da azeitona, na aldeia de Burqa, a nordeste de Ramala. Os colonos atiraram pedras aos agricultores, que tentaram defender-se do ataque, infligindo ferimentos em cinco deles e danificando dois veículos.

Na sexta-feira da semana passada, um colono judeu incendiou centenas de oliveiras na aldeia palestina de Safa, a oeste de Ramala, após ter lançado um cocktail Molotov num dia quente e seco de Verão num campo cheio de oliveiras.

Segundo a agência Wafa, quando os residentes correram para as suas terras para apagar o fogo, que durou três horas, os soldados israelitas estacionados na área impediram-nos de atravessar o Muro do Apartheid, que separa os aldeões das suas terras, para tentar apagar o incêndio e e salvar as árvores.

Israel só interveio para apagar o fogo, com utilização de um helicóptero, quando ficou ameaçado o colonato ilegal de Orlinim, construído em terras confiscadas da aldeia de Safa.

Na quinta-feira anterior, um grupo de colonos vindos do colonato ilegal vizinho de Mitzpe Yair danificou e desenraizou dezenas de mudas de oliveira numa propriedade localizada a leste de Yatta, no que se considera ser uma tentativa de a apreender para expansão do colonato.

Na véspera, os colonos tinham incendiado 50 oliveiras na aldeia de Deir Ballut, a oeste de Salfit, e atacado agricultores na apanha da azeitona na cidade de Huwara, a sul de Nablus.

Colonos ferem bebé palestino, roubam, atacam e destroem propriedade palestina

Na quinta feira da semana passada, um bebé palestino de um ano de idade, Mahmoud Iyad Banat, ficou ferido numa vista quando colonos israelitas, do colonato ilegal Daniel, atiraram pedras a um carro em que seguia numa estrada entre Belém e Hebron, no sul da Cisjordânia, partindo um vidro.

Nesta quarta-feira, colonos israelitas cortaram, com moto-serras, postes de madeira da rede eléctrica, em Jalud, a sul da cidade de Nablus, causando o apagão de energia na área.

Ainda nesta quarta-feira, colonos israelitas armados iniciaram a construção de uma estrada apenas para colonos em terras de propriedade palestina, em Asira al-Qibliya a sudoeste da cidade de Nablus. Os aldeões conseguiram impedir o bulldozer de prosseguir com o trabalho.

A aldeia de Asira al-Qibliya é vizinha do colonato ilegal Yitzhar, notório pelos seus colonos judeus extremistas.

Na passada sexta-feira, soldados israelitas detiveram um homem palestino de 26 anos de idade por defender a sua casa dos ataques de colonos judeus, na aldeia de Burin, a sul da cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia.

Colonos do colonato ilegal de Givat Ronin atacaram casas palestinas nos arredores da aldeia de Burin, provocando os residentes. Os soldados israelitas da área intervieram em apoio dos colonos e dispararam granadas de gás lacrimogéneo contra os palestinos.
 

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