Resistência, Política e Sociedade Palestinas

O MPPM — Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente — denuncia e condena a brutal escalada de violência do ocupante israelita sobre o povo palestino, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao mesmo tempo que saúda as manifestações de unidade, expressas tanto na resistência popular na Palestina ocupada, como na aproximação das forças políticas recentemente reunidas na Argélia.

A repressão israelita nos territórios palestinos ocupados está a assumir proporções de enorme gravidade, a que urge pôr rapidamente cobro. São praticamente diários os assassinatos de palestinos pelas forças repressivas israelitas, bem como os actos de violência levados a cabo por colonos em toda a Cisjordânia.

As 30 fotografias que compõem o projecto Habibi, de Antonio Faccilongo, vencedor do prémio História do Ano 2021 da World Press Photo, estão em exibição na Galeria Narrativa, em Lisboa, até 28 de Outubro.

Habibi, que significa "o meu amor" em árabe, é uma crónica de histórias de amor que têm como pano de fundo um dos mais longos e complicados conflitos da história moderna. O fotógrafo pretende mostrar o impacte do conflito nas famílias palestinas, e as dificuldades que enfrentam na preservação dos seus direitos reprodutivos e da dignidade humana. O fotógrafo opta por não se concentrar na guerra, na acção militar e nas armas, mas na recusa das pessoas em se renderem à prisão, e na sua coragem e perseverança para sobreviverem numa zona de conflito.

Trinta palestinos sob detenção administrativa em prisões israelitas estão em greve de fome aberta pelo oitavo dia consecutivo em protesto contra a política israelita de detenção administrativa sem acusação nem julgamento.

A Sociedade dos Presos Palestinos (SPP), um grupo de defesa dos prisioneiros, espera que mais prisioneiros se juntem à greve no caso de Israel executar mais ordens de detenção administrativa.

A SPP declarou que esta medida surge como uma continuação dos prolongados esforços dos palestinos para pôr fim à política de detenção administrativa de Israel e perante a ampla escalada de detenção administrativa por parte das autoridades de ocupação israelitas, visando os defensores dos direitos humanos palestinos, estudantes, políticos e antigos prisioneiros, e incluindo mulheres, crianças e pessoas idosas.

No final da semana passada, no dia 18 de Agosto, o exército, veja-se bem o exército, israelita entrou nos escritórios de seis pacíficas associações civis palestinas de defesa dos direitos humanos e encerrou-os.

Israel considera essas organizações "terroristas" e pretendeu ilegalizá-las. Conseguiu uma meia vitória diplomática quando a União Europeia decidiu suspender temporariamente o financiamento a essas associações.

O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente condena o assalto e encerramento pelas forças de ocupação israelitas das instalações de várias organizações da sociedade civil palestina e critica a inércia da comunidade internacional – incluindo do governo português – em exigir de Israel a reversão da designação de seis das organizações como “organizações terroristas”.

Na madrugada de quinta-feira, 18 de Agosto, o exército israelita invadiu e encerrou os escritórios de sete organizações palestinas da sociedade civil e dos direitos humanos, em Ramala, na Cisjordânia ocupada. Os escritórios das organizações foram saqueados e o seu equipamento confiscado. As portas foram seladas e foi afixada uma ordem militar que declarava a organização «encerrada pela força em nome da segurança na região e para combater as infra-estruturas do terrorismo».

O exército israelita invadiu e encerrou, nesta madrugada, os escritórios de sete organizações palestinas da sociedade civil e dos direitos humanos, em Ramala, na Cisjordânia ocupada.

Os escritórios das organizações foram saqueados e o seu equipamento confiscado. As portas foram seladas e foi afixada uma ordem militar que declarava a organização «encerrada pela força em nome da segurança na região e para combater as infra-estruturas do terrorismo».

Seis das organizações tinham sido declaradas por Israel como organizações "terroristas" em Outubro de 2021 e acusadas de ligações à Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), uma decisão que mereceu, desde logo, uma ampla condenação da comunidade internacional e de grupos de direitos como sendo injustificada e sem fundamento.

O movimento Mundo Sem Muros, em que o MPPM se integra, publicou em 8/9 de Julho – duas datas marcantes para a resistência palestina – a sua Carta Urgente nº 3: Da Palestina a San Antonio, de Melilla à fronteira polaca - Unidos por um Mundo sem Muros.

O apelo a um Mundo sem Muros, lançado em 2017 por movimentos palestinos e mexicanos, é hoje subscrito por mais de 400 movimentos, grupos e redes em todo o mundo. A partir da iniciativa de um Dia Anual de InterAcção, em 9 de Novembro, cresceu para se tornar num espaço de encontro para construir ligações entre movimentos que lutam contra muros de expulsão, exclusão, opressão, discriminação e exploração.

A Noruega junta-se aos nove países europeus que, numa declaração conjunta no início desta semana, se distanciaram das acusações de terrorismo feitas por Israel contra seis organizações palestinas.

«Tal como a Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Espanha e Suécia, acreditamos que actualmente não existe informação suficiente para sugerir que precisamos de reconsiderar a nossa cooperação com as organizações da sociedade civil palestina afectadas», disse a Ministra dos Negócios Estrangeiros Anniken Huitfeldt à agência noticiosa NTB.

Tal como tinham feito os peritos de direitos humanos da ONU, em Abril, os Ministros dos Negócios Estrangeiros de nove países europeus - em que não se incluiu Portugal - repudiaram a designação por Israel de seis ONG palestinas como "organizações terroristas" por não ter sido apresentada qualquer prova convincente.

Em Outubro do ano passado, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, designou como "organizações terroristas" seis organizações da sociedade civil palestina: Addameer – Associação de Apoio aos Presos e de Direitos Humanos, Al-Haq – Defesa dos Direitos Humanos, DCI-P – Defesa das Crianças Internacional – Palestina, Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento, UAWC - União de Comités Agrícolas, e UPWC – União dos Comités de Mulheres Palestinas.

A designação como organizações terroristas permite a Israel fechar as organizações, confiscar os seus bens, pôr termo ao seu trabalho e acusar os seus dirigentes e pessoal de delitos terroristas.

Neste dia 8 de Julho, há 50 anos, a Mossad (serviços secretos israelitas) assassinou, em Beirute, num atentado à bomba, o patriota palestino Ghassan Kanafani, então com apenas 36 anos.

Destacado jornalista, professor, escritor e revolucionário palestino, membro e porta-voz da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Kanafani continua a ser hoje uma das grandes referências da cultura e da resistência palestina.

Kanafani e a família foram expulsos de sua casa pelas forças israelitas em 1948, tendo-se refugiado no Líbano e posteriormente na Síria.

Kanafani foi o precursor da Literatura de Resistência Palestina, tendo produzido obras como Men in the Sun (Rijal fi-a-shams), All That's Left to You (Ma Tabaqqah Lakum) ou o ensaio Palestinian Literature of Resistance Under Occupation.

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