Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Depois do pogrom de quarta-feira contra Turmus’ayya, pelo terceiro dia consecutivo, os colonos israelitas, seguros da sua impunidade e contando com a protecção do exército, intensificaram os seus ataques a localidades palestinas, na Cisjordânia ocupada.

Este é um resumo das ocorrências dos últimos dias relatadas pela agência noticiosa Wafa.

Na madrugada desta sexta-feira, um palestino foi ferido a tiro e dezenas de outros sufocaram quando colonos israelitas tentaram invadir Deir Dibwan, a leste da cidade ocupada de Ramala. Os jovens locais enfrentaram-nos, obrigando-os a recuar, mas alvejados pelas tropas israelitas que atingiram um deles com um tiro no peito e provocaram a asfixia de dezenas de outros.

Também no distrito de Ramala, algumas dezenas de colonos, sob protecção do exército, reuniram-se na entrada ocidental da aldeia de Beitin, perto da cidade de al-Bireh, e atiraram pedras aos veículos palestinos que passavam nas proximidades, causando-lhes danos.

Outro grupo de colonos atirou...

Durante uma incursão em grande escala no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, o exército israelita matou cinco palestinos e feriu pelo menos 91, estando 23 em estado crítico.

Hoje cedo, um número considerável de forças israelitas, integrando cerca de 120 veículos militares, invadiu a cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, colocando franco-atiradores nos telhados de algumas casas e desencadeando violentos confrontos em várias zonas.

Os soldados fortemente armados dispararam balas reais, granadas de atordoamento e granadas de gás lacrimogéneo. Um helicóptero de combate foi utilizado na incursão, o que ocorreu pela primeira vez desde 2006 na Cisjordânia.

O Ministério da Saúde palestino identificou as vítimas mortais como Ahmad Youssef Saqr, de 15 anos, Khaled Azzam Asa'sah, de 21 anos, Qassam Faisal Abu Sariya, de 29 anos, Qais Majdi Jabareen, de 21 anos, todos de Jenin, e Ahmad Daraghmeh, residente no distrito de Tubas.

Sadeel, uma rapariga de 15 anos, foi baleada na...

Centenas de pessoas participaram hoje no funeral de Mohammad Haitham Tamimi, de três anos, que morreu ontem, quatro dias depois de ter sido baleado na cabeça por soldados israelitas na sua aldeia de Nabi Saleh, a norte de Ramala.

O cortejo fúnebre partiu do Complexo Médico Palestino em Ramala e desfilou pelas ruas da cidade antes de se dirigir a Nabi Saleh, onde foi sepultado no cemitério da aldeia.

Mohammad Tamimi foi ferido a tiro na noite de quinta-feira quando o automóvel em que seguia com o seu pai e a sua mãe foi atacado por militares israelitas à entrada da aldeia de Nabi Saleh.

Segundo uma testemunha citada pela WAFA, uma força do exército israelita preparou uma emboscada para o veículo à entrada da aldeia e, assim que este se aproximou, os soldados lançaram uma chuva de balas sobre o veículo, ferindo o menino com um tiro na cabeça e o pai com um tiro no braço.

O menino e o seu pai foram transportados de urgência para um hospital no colonato israelita de Nevei Tsof, situado nas...

Faz hoje, dia 15 de Maio, 75 anos que centenas de milhares de palestinos, simples e pacíficos camponeses, muçulmanos e cristãos, ricos e pobres, proprietários e assalariados, foram arrancados das suas casas, expulsos das suas terras e sob ameaça armada obrigados a fugir. Formaram-se longas filas de pessoas, a pé, em carroças, nos poucos carros que dispunham a caminho do exílio. Hoje formam a maior comunidade de refugiados do mundo, contando-se mais de 5 milhões de palestinos em campos de refugiados localizados nos países vizinhos da Palestina.

É a única comunidade refugiada que pelo seu tamanho tem uma agência das Nações Unidas dedicada exclusivamente a tratar dos seus problemas - a UNRWA que apesar dos poucos fundos de que dispõe tem feito um trabalho notável. Recentemente o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres visitou uma escola da UNRWA no Líbano onde pediu à comunidade palestina para "Não perder a esperança".

Após a expulsão dos palestinos, os sionistas arrasaram as...

O AbrilAbril falou com Salim Nazzal, escritor e secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, refugiado na Noruega, e Nisreen Lubbad, resistente palestina, sobre a Nakba e o agravar da agressão israelita das últimas semanas.

Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestiniano, secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, nasceu num campo de refugiados no Líbano. A família foi expulsa das suas casas em 1948, pelas forças de ocupação israelita. Nisreen Lubbad, refugiada palestiniana residente em Madrid, activa na resistência palestina à ocupação israelita, nasceu, tal como Salim, num campo de refugiados.

São experiências transversais a sucessivas gerações de palestinianos, expulsos das suas casas: muitos milhões vivem, ainda, em campos de refugiados ou espalhados um pouco por todo o mundo. Em Gaza e na Cisjordânia, a estratégia de limpeza étnica continua a ser a mesma, centenas de pessoas são assassinadas anualmente, para dar lugar a novos colonatos.

«Os judeus sionistas tomaram a...

Falando na sessão de Alto Nível com que a ONU assinalou o 75º aniversário da Nakba, o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, instou a organização mundial a suspender Israel a menos que este ponha termo à sua agressão contra os palestinos e aplique as resoluções da Assembleia Geral que estabelecem Estados israelitas e palestinos separados, bem como o regresso dos refugiados palestinos.

«Apesar das mais de 1000 resoluções adoptadas sobre esta questão desde 1947 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, pelo Conselho de Segurança e pelo Conselho dos Direitos Humanos, nem uma única foi aplicada», salientou Abbas. «A adesão de Israel à Organização implicava a aplicação da resolução 181 da Assembleia sobre a criação do Estado da Palestina e da resolução 194 da Assembleia sobre o regresso dos refugiados palestinos. Como tal, Israel deve respeitar estas resoluções ou ver suspensa a sua qualidade de membro das Nações Unidas», afirmou, sublinhando a duplicidade de critérios no seio da Organização...

Uma delegação da CGTP-IN recebeu, na terça-feira 16 de Maio, os dois activistas palestinos que estiveram em Portugal, a convite do MPPM, com o objectivo de participarem num acto público sobre os 75 anos da Nakba.

Salim Nazzal e Nisreen Lubbad, acompanhados por Carlos Almeida, do MPPM, foram recebidos por João Coelho e Diniz Lourenço, da CGTP-IN.

Na reunião com a CGTP-IN, aqueles activistas deram o seu testemunho sobre a forma arbitrária como são tratados os trabalhadores nos postos de controle por parte dos militares da ocupação israelita. Humilhações, agressões físicas e, em muitos casos assassinatos, são o dia a dia destes homens e mulheres que apenas buscam uma forma de sustentar as suas famílias.

Por seu lado, a CGTP-IN deu nota das acções em solidariedade e defesa do povo palestino que têm sido desenvolvidas em conjunto com o MPPM e também do trabalho de informação que é prestado aos sindicatos com o objectivo de esclarecer os trabalhadores e sensibilizá-los para a causa Palestina.

Fo...

O MPPM promoveu na segunda-feira 15 de Maio, na Casa do Alentejo em Lisboa, uma Sessão de Solidariedade com a Palestina evocativa dos 75 anos da Nakba, a catástrofe que rodeou a criação do Estado de Israel e se traduziu na expulsão de 750 000 palestinos das suas casas e terras, na destruição de 500 vilas e aldeias palestinas, na morte de 15 000 homens, mulheres e crianças palestinos.

A sessão foi presidida por Carlos Araújo Sequeira, presidente da Mesa da Assembleia Geral do MPPM, e contou com intervenções de João Vasconcelos-Costa, investigador, activista político e ensaísta, Nisreen Lubbad, refugiada e resistente palestina, Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestino, e Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM.

A anteceder as intervenções, observou-se um minuto de silêncio em memória das vítimas da repressão israelita na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.


Carlos Araújo Sequeira, jurista e presidente da Mesa da Assembleia Geral do MPPM. Activo nos movimentos pela paz e pela...

Salim Nazzal e Nisreen Lubbad, resistentes palestinos que se deslocaram a Portugal a convite do MPPM para participar na sessão comemorativa dos 75 anos da Nakba, estiveram reunidos, na segunda-feira 15 de Maio, com membros do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina (GPA-PP).

Salim e Nisreen foram acompanhados por Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM.

Pelo GPA-PP estiveram presentes a presidente, deputada Joana Mortágua (BE), o vice-presidente deputado Bruno Dias (PCP) e os deputados Tiago Brandão Rodrigues e Miguel Matos (PS).

Os dois palestinos apresentaram aos deputados uma informação actualizada sobre a situação na Palestina, que foi acolhida com muito interesse, e os deputados reiteraram as suas manifestações de solidariedade com a causa do povo palestino.


Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestino, nascido no Líbano e refugiado e residente na Noruega é secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu. Escreveu 20 livros sobre cultura, teatro e poesia. É investigador...

Aviões de guerra israelitas renovaram os seus ataques aéreos contra várias localidades da Faixa de Gaza sitiada, pelo quarto dia consecutivo.

Hoje de manhã foram mortos dois palestinos e pelo menos cinco outros ficaram feridos num ataque aéreo israelita que teve como alvo um apartamento residencial no bairro de al-Nasser, a oeste da cidade de Gaza.

Os combates desta semana começaram na terça-feira, quando Israel lançou ataques aéreos simultâneos que mataram três comandantes da Jihad Islâmica e pelo menos 10 civis – algumas das suas mulheres, filhos e vizinhos – enquanto dormiam nas suas casas.

Israel alega que estava a retaliar a uma barragem de foguetes lançada na semana passada pela Jihad Islâmica após a morte de um dos seus membros na Cisjordânia ocupada, Khader Adnan, na sequência de uma greve de fome enquanto estava sob custódia israelita.

O número de palestinos mortos na agressão israelita contra a Faixa de Gaza, que teve início na madrugada de terça-feira, ascende até agora a 33...