Resistência, Política e Sociedade Palestinas

As autoridades de ocupação israelitas continuam a recusar-se a libertar os corpos de onze palestinos que morreram nas prisões de Israel, sendo o mais antigo o de Anis Doula, cujo corpo está retido desde 1980, e o mais recente o de Khader Adnan, que faleceu em 2 de Maio de 2023, após uma greve de fome de 86 dias em protesto contra a sua detenção arbitrária — informa a Addameer.

De acordo com a Campanha Nacional para a Recuperação dos Corpos dos Mártires, o número de mortos palestinos cujos corpos estão em sepulturas numeradas atingiu 252, enquanto 142 outros corpos estão mantidos em frigoríficos desde 2015, incluindo 14 corpos de crianças e cinco corpos de mulheres.

A retenção dos corpos de palestinos mortos na prisão, pela polícia ou pelo exército, insere-se na política de punição colectiva exercida pelas autoridades de ocupação israelitas contra o povo palestino. A ocupação mantém os corpos em frigoríficos e sepulturas numeradas sem a mínima consideração por quaisquer normas...

Carlos Almeida, historiador e vice-presidente do MPPM, participou num podcast do Expresso da série «O Mundo a Seus Pés» dedicado à análise da mais recente agressão israelita contra Jenin e o seu campo de refugiados.

Conduzido pela jornalista Ana França, o programa contou também com a participação de Joana Ricarte, investigadora do Instituto Jurídico da Faculdade de Direito de Universidade de Coimbra e professora na Universidade da Beira Interior.

A relevância do tema está expressa no título do podcast — «Dois dias de violência como não se via há 20 anos» — que adopta como subtítulo uma frase de Joana Ricarte: «Jenin é uma representação física da Nakba, a grande tragédia palestina».

Ninguém consegue prever quando será resolvida a questão palestina e qual a solução, mas Carlos Almeida acredita que, mais cedo ou mais tarde, tal como na África do Sul ou em Timor, os palestinos terão a sua pátria porque «a luta dos povos encontra sempre um caminho». A previsão de Ben Gurion de que os velhos...

Entre 9 e 13 de Julho de 1948, as forças sionistas lançaram uma operação militar em grande escala, conhecida como Operação Dani, com o objectivo de ocupar as cidades palestinas de Lydda e Ramla, massacrando centenas de palestinos e forçando o êxodo de muitos milhares.

O massacre teve lugar em duas fases, entre o fim da primeira trégua na guerra israelo-árabe, a 9 de Julho de 1948, e o início da segunda, a 18 de Julho. A primeira fase do massacre ocorreu durante o período de ocupação da cidade e a segunda durante a operação de expulsão em massa dos seus residentes, que é considerada um dos maiores actos de limpeza étnica («operações de transferência») levados a cabo pelos israelitas.

A operação Dani

Durante a primeira trégua de quatro semanas, que teve início em 11 de Junho de 1948, os israelitas ultimaram os planos de ocupação de cidades e aldeias palestinas e de expulsão dos seus habitantes. As cidades de Lydda e Ramla foram o seu próximo alvo.

Lydda e Ramla eram cidades gémeas. Separadas...

O brutal assalto de Israel ao campo de refugiados de Jenin nos dias 3 e 4 de Julho de 2023 já provocou a morte de 12 pessoas, ferimentos em mais de uma centena e o desalojamento forçado de cerca de 3000 residentes, além da destruição em larga escala num dos campos de refugiados com maiores taxas de pobreza e desemprego.

A violência militar israelita, envolvendo cerca de mil soldados e meios aéreos, não poupou os hospitais, locais de culto, a sede do grupo de teatro Freedom Theatre, e ficou novamente marcada pelo ataque propositado a jornalistas em serviço, num esforço para esconder a brutalidade das operações israelitas.

O assalto a Jenin não é um acto isolado. Insere-se numa criminosa vaga repressiva que, dando continuidade à permanente política de repressão israelita contra o povo palestino, conhece uma escalada de grandes proporções desde a tomada de posse do novo governo de Netanyahu.

Esse governo não apenas inclui como entregou oficialmente o controlo de forças militarizadas...

As forças armadas israelitas lançaram, na madrugada desta segunda-feira, uma operação em grande escala contra o campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, envolvendo meios aéreos e terrestres, matando pelo menos oito palestinos e ferindo mais de cinco dezenas, estando alguns em estado crítico.

Walid al-Omari, chefe do escritório de Jerusalém da Al Jazeera, confirmou que cerca de 150 veículos blindados e cerca de 1000 soldados das forças especiais de elite e do exército, bem como dos serviços secretos, da polícia e da polícia de fronteira estavam a participar na operação, impondo um cerco total ao campo, enquanto as forças especiais operavam no interior do campo, invadindo casas, revistando-as e prendendo muitas pessoas.

Antecedendo a invasão terrestre, Israel lançou mais de uma dezena de ataques aéreos contra Jenin durante a noite desta segunda-feira, causando a morte a três palestinos e provocando grande destruição em edifícios.

O correspondente da WAFA disse que as...

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Austrália, do Canadá e do Reino Unido emitiram hoje uma declaração conjunta onde se afirmam «profundamente preocupados com os recentes acontecimentos em Israel e na Cisjordânia, que reduzem ainda mais as perspectivas de paz.»

«Estamos seriamente preocupados com a aprovação pelo Governo de Israel, em 26 de Junho, de mais de 5700 novas unidades de colonização na Cisjordânia» diz a declaração. «Preocupam-nos também as alterações ao processo de aprovação dos colonatos, instituídas pelo Governo de Israel em 18 de Junho [em que o ministro das Finanças de extrema-direita, Bezalel Smotrich, recebeu amplos poderes para acelerar a sua construção, contornando as medidas em vigor há 27 anos], que facilitam uma aprovação mais rápida da construção nos colonatos.»

Considerando que a expansão contínua dos colonatos é um obstáculo à paz e tem um impacto negativo nos esforços para alcançar uma solução negociada de dois Estados, apelam ao Governo de Israel para que...

Depois do pogrom de quarta-feira contra Turmus’ayya, pelo terceiro dia consecutivo, os colonos israelitas, seguros da sua impunidade e contando com a protecção do exército, intensificaram os seus ataques a localidades palestinas, na Cisjordânia ocupada.

Este é um resumo das ocorrências dos últimos dias relatadas pela agência noticiosa Wafa.

Na madrugada desta sexta-feira, um palestino foi ferido a tiro e dezenas de outros sufocaram quando colonos israelitas tentaram invadir Deir Dibwan, a leste da cidade ocupada de Ramala. Os jovens locais enfrentaram-nos, obrigando-os a recuar, mas alvejados pelas tropas israelitas que atingiram um deles com um tiro no peito e provocaram a asfixia de dezenas de outros.

Também no distrito de Ramala, algumas dezenas de colonos, sob protecção do exército, reuniram-se na entrada ocidental da aldeia de Beitin, perto da cidade de al-Bireh, e atiraram pedras aos veículos palestinos que passavam nas proximidades, causando-lhes danos.

Outro grupo de colonos atirou...

Durante uma incursão em grande escala no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, o exército israelita matou cinco palestinos e feriu pelo menos 91, estando 23 em estado crítico.

Hoje cedo, um número considerável de forças israelitas, integrando cerca de 120 veículos militares, invadiu a cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, colocando franco-atiradores nos telhados de algumas casas e desencadeando violentos confrontos em várias zonas.

Os soldados fortemente armados dispararam balas reais, granadas de atordoamento e granadas de gás lacrimogéneo. Um helicóptero de combate foi utilizado na incursão, o que ocorreu pela primeira vez desde 2006 na Cisjordânia.

O Ministério da Saúde palestino identificou as vítimas mortais como Ahmad Youssef Saqr, de 15 anos, Khaled Azzam Asa'sah, de 21 anos, Qassam Faisal Abu Sariya, de 29 anos, Qais Majdi Jabareen, de 21 anos, todos de Jenin, e Ahmad Daraghmeh, residente no distrito de Tubas.

Sadeel, uma rapariga de 15 anos, foi baleada na...

Centenas de pessoas participaram hoje no funeral de Mohammad Haitham Tamimi, de três anos, que morreu ontem, quatro dias depois de ter sido baleado na cabeça por soldados israelitas na sua aldeia de Nabi Saleh, a norte de Ramala.

O cortejo fúnebre partiu do Complexo Médico Palestino em Ramala e desfilou pelas ruas da cidade antes de se dirigir a Nabi Saleh, onde foi sepultado no cemitério da aldeia.

Mohammad Tamimi foi ferido a tiro na noite de quinta-feira quando o automóvel em que seguia com o seu pai e a sua mãe foi atacado por militares israelitas à entrada da aldeia de Nabi Saleh.

Segundo uma testemunha citada pela WAFA, uma força do exército israelita preparou uma emboscada para o veículo à entrada da aldeia e, assim que este se aproximou, os soldados lançaram uma chuva de balas sobre o veículo, ferindo o menino com um tiro na cabeça e o pai com um tiro no braço.

O menino e o seu pai foram transportados de urgência para um hospital no colonato israelita de Nevei Tsof, situado nas...

Faz hoje, dia 15 de Maio, 75 anos que centenas de milhares de palestinos, simples e pacíficos camponeses, muçulmanos e cristãos, ricos e pobres, proprietários e assalariados, foram arrancados das suas casas, expulsos das suas terras e sob ameaça armada obrigados a fugir. Formaram-se longas filas de pessoas, a pé, em carroças, nos poucos carros que dispunham a caminho do exílio. Hoje formam a maior comunidade de refugiados do mundo, contando-se mais de 5 milhões de palestinos em campos de refugiados localizados nos países vizinhos da Palestina.

É a única comunidade refugiada que pelo seu tamanho tem uma agência das Nações Unidas dedicada exclusivamente a tratar dos seus problemas - a UNRWA que apesar dos poucos fundos de que dispõe tem feito um trabalho notável. Recentemente o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres visitou uma escola da UNRWA no Líbano onde pediu à comunidade palestina para "Não perder a esperança".

Após a expulsão dos palestinos, os sionistas arrasaram as...