Resistência, Política e Sociedade Palestinas

O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente condena o assalto e encerramento pelas forças de ocupação israelitas das instalações de várias organizações da sociedade civil palestina e critica a inércia da comunidade internacional – incluindo do governo português – em exigir de Israel a reversão da designação de seis das organizações como “organizações terroristas”.

Na madrugada de quinta-feira, 18 de Agosto, o exército israelita invadiu e encerrou os escritórios de sete organizações palestinas da sociedade civil e dos direitos humanos, em Ramala, na Cisjordânia ocupada. Os escritórios das organizações foram saqueados e o seu equipamento confiscado. As portas foram seladas e foi afixada uma ordem militar que declarava a organização «encerrada pela força em nome da segurança na região e para combater as infra-estruturas do terrorismo».

As seis organizações designadas “ilegais” por Israel são: Addameer – Associação de Apoio aos Presos e de Direitos Humanos...

O exército israelita invadiu e encerrou, nesta madrugada, os escritórios de sete organizações palestinas da sociedade civil e dos direitos humanos, em Ramala, na Cisjordânia ocupada.

Os escritórios das organizações foram saqueados e o seu equipamento confiscado. As portas foram seladas e foi afixada uma ordem militar que declarava a organização «encerrada pela força em nome da segurança na região e para combater as infra-estruturas do terrorismo».

Seis das organizações tinham sido declaradas por Israel como organizações "terroristas" em Outubro de 2021 e acusadas de ligações à Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), uma decisão que mereceu, desde logo, uma ampla condenação da comunidade internacional e de grupos de direitos como sendo injustificada e sem fundamento.

Em 29 de Outubro, um comunicado do MPPM repudiava veementemente a ilegalização pelo governo de Israel de organizações palestinas de direitos humanos sediadas na Cisjordânia ocupada e exigia que o governo de Portugal...

O movimento Mundo Sem Muros, em que o MPPM se integra, publicou em 8/9 de Julho – duas datas marcantes para a resistência palestina – a sua Carta Urgente nº 3: Da Palestina a San Antonio, de Melilla à fronteira polaca - Unidos por um Mundo sem Muros.

O apelo a um Mundo sem Muros, lançado em 2017 por movimentos palestinos e mexicanos, é hoje subscrito por mais de 400 movimentos, grupos e redes em todo o mundo. A partir da iniciativa de um Dia Anual de InterAcção, em 9 de Novembro, cresceu para se tornar num espaço de encontro para construir ligações entre movimentos que lutam contra muros de expulsão, exclusão, opressão, discriminação e exploração.

A primeira Carta urgente: É tempo de nos tornarmos uma verdadeira semente de justiça foi divulgada em 9 de Novembro de 2021, Dia Global de InterAcção para um Mundo sem Muros, para denunciar as “falsas soluções”, os “muros climáticos”, as tentativas de lavagem verde que promovem as violações dos direitos humanos como “soluções sustentáveis”.

A Ca...

A Noruega junta-se aos nove países europeus que, numa declaração conjunta no início desta semana, se distanciaram das acusações de terrorismo feitas por Israel contra seis organizações palestinas.

«Tal como a Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Espanha e Suécia, acreditamos que actualmente não existe informação suficiente para sugerir que precisamos de reconsiderar a nossa cooperação com as organizações da sociedade civil palestina afectadas», disse a Ministra dos Negócios Estrangeiros Anniken Huitfeldt à agência noticiosa NTB.

«No diálogo com as autoridades israelitas, a Noruega deixou claro que a decisão de enumerar as seis organizações voluntárias tinha de ser fundamentada com documentação suficiente. Do lado norueguês, esta questão também foi levantada durante a minha visita a Israel em Março», declarou a ministra, que acrescentou: «Na nossa opinião, o material que recebemos de Israel não é suficiente para justificar a listagem como terroristas das...

Tal como tinham feito os peritos de direitos humanos da ONU, em Abril, os Ministros dos Negócios Estrangeiros de nove países europeus - em que não se incluiu Portugal - repudiaram a designação por Israel de seis ONG palestinas como "organizações terroristas" por não ter sido apresentada qualquer prova convincente.

Em Outubro do ano passado, o ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, designou como "organizações terroristas" seis organizações da sociedade civil palestina: Addameer – Associação de Apoio aos Presos e de Direitos Humanos, Al-Haq – Defesa dos Direitos Humanos, DCI-P – Defesa das Crianças Internacional – Palestina, Centro Bisan para Pesquisa e Desenvolvimento, UAWC - União de Comités Agrícolas, e UPWC – União dos Comités de Mulheres Palestinas.

A designação como organizações terroristas permite a Israel fechar as organizações, confiscar os seus bens, pôr termo ao seu trabalho e acusar os seus dirigentes e pessoal de delitos terroristas.

Na ocasião, o MPPM solidarizou-se com as...

Neste dia 8 de Julho, há 50 anos, a Mossad (serviços secretos israelitas) assassinou, em Beirute, num atentado à bomba, o patriota palestino Ghassan Kanafani, então com apenas 36 anos.

Destacado jornalista, professor, escritor e revolucionário palestino, membro e porta-voz da Frente Popular para a Libertação da Palestina, Kanafani continua a ser hoje uma das grandes referências da cultura e da resistência palestina.

Kanafani e a família foram expulsos de sua casa pelas forças israelitas em 1948, tendo-se refugiado no Líbano e posteriormente na Síria.

Kanafani foi o precursor da Literatura de Resistência Palestina, tendo produzido obras como Men in the Sun (Rijal fi-a-shams), All That's Left to You (Ma Tabaqqah Lakum) ou o ensaio Palestinian Literature of Resistance Under Occupation.

No atentado que vitimou Kanafani foi também assassinada Lamees Najim, a sua sobrinha menor. Como é habitual com os crimes cometidos pelo Estado israelita, este atentado ficou impune.

O contributo de Ghassan...

A Aliança Europeia em Defesa dos Presos Palestinos (EADPP) realizou a sua Sétima Conferência em 18 e 19 de Junho, em Malmö, na Suécia, com o principal objectivo de expandir a internacionalização da questão dos presos palestinos.

O MPPM esteve representado por Raul Ramires, membro da Direcção Nacional.

Respeitou-se, a abrir a conferência, um minuto de silêncio em memória dos mártires da causa palestina.

A alocução de boas-vindas aos congressistas foi feita por Khaled Hamad, coordenador da EADPP, que lamentou a ausência de alguns activistas vindos da Palestina por não terem conseguido que a Suécia lhes desse o visto.

Na sessão de abertura foi lida uma saudação do Presidente Mahmoud Abbas e projectada uma mensagem em vídeo de Rashida Tlaib, membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.Seguiram-se intervenções de, nomeadamente, Rula Muhaisen, Embaixadora da Palestina na Suécia, Thaer Shreteh, do Ministério dos Prisioneiros da Palestina, e de Umihana Rasobic Kasumovic, do Partido da...

Mais uma vez, a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, violentamente invadida pelas forças israelitas nos últimos dias do Ramadão 2022, encontra-se no coração do conflito israelo-palestino. A história do lugar é complexa, como mostram os seus diferentes nomes. Para os judeus, é o Monte do Templo (Har haBayit em hebraico). Para os muçulmanos, é o Haram Al-Sharif, o «Santuário Nobre» onde se situam a Cúpula da Rocha, com o seu zimbório dourado, e a Mesquita Al-Aqsa («a longínqua»). A expressão «Esplanada das Mesquitas», aparentemente, apenas é utilizada em França.

Diz-se que o primeiro templo judeu construído pelo rei Salomão estava aí localizado, uma tradição que até agora não foi confirmada por provas arqueológicas. Por outro lado, está provada a existência do segundo templo no mesmo local. Completamente arrasado pelo imperador romano Tito em 70 d.C., dele só resta um muro que se tornou o lugar mais sagrado do judaísmo, o «Muro Ocidental» (HaKotel HaMa'aravi). O nome «Muro das...

A jornalista palestina Shireen Abu Akleh, morta no exercício da sua actividade profissional e uma das mais recentes vítimas da acção criminosa do exército israelita, não podia deixar de ser evocada na sessão pública com que o MPPM assinalou o dia da Nakba.

Na terça-feira, 24 de Maio, na Casa do Alentejo, em Lisboa, recordou-se que o povo palestino continua a enfrentar diariamente agressões, expropriações e expulsões que se mantêm desde a limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado de Israel em 14 de Maio de 1948. E para que não esqueça, 15 de Maio é consagrado como o Dia da Nakba, a Catástrofe.

Na sessão moderada por António Delgado Fonseca, militar de Abril, e membro da Direcção. Nacional do MPPM, falou primeiro o jornalista José Goulão que denunciou o flagrante contraste entre a forma como as potências ocidentais e a comunidade internacional lidam com certos conflitos, nomeadamente a guerra na Ucrânia, e ignoram a violenta ocupação da Palestina por Israel.

Giulia Daniele...

Assinala-se hoje o 74º aniversário da Nakba – a catástrofe que acompanhou a criação do Estado de Israel em 1948 e que se saldou pela expulsão violenta de centenas de milhar de palestinos das suas casas, aldeias e cidades, para dar lugar a recém-chegados colonos sionistas.

Quase três quartos de século volvidos, e apesar do reconhecimento internacional da legitimidade da causa palestina e da luta do seu povo pelos seus inalienáveis direitos, o aniversário da Nakba em 2022 continua marcado pela brutal realidade da ocupação e da repressão israelita sobre o povo palestino, pelo prosseguimento da limpeza étnica da população palestina e pelas violações do Direito Internacional por parte do Estado de Israel, com persistentes acções de guerra contra países vizinhos.

Num relatório publicado em 15 de Abril, o Euro-Mediterranean Human Rights Monitor documenta o assassinato, pelas forças israelitas, desde o início de 2022, de 47 palestinos, incluindo oito menores e duas mulheres, em vários incidentes...