Nove mortos e 20 feridos no assalto do exército israelita a Jenin

O número de mortos do ataque do exército israelita à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, aumentou para nove e o número de feridos para 20, estando quatro em estado crítico, segindo informação do Ministério da Saúde palestino.

Uma das vítimas mortais é uma idosa identificada como Magda Obaid, de 60 anos. Não foram reportadas baixas do lado israelita.

As forças israelitas lançaram um assalto em grande escala e sitiaram o campo de refugiados nas primeiras horas desta quinta-feira com forças infiltradas, dezenas de veículos blindados e franco-atiradores. Em breve eclodiram confrontos armados com combatentes da resistência palestina.

Os soldados fortemente armados abriram fogo contra os jovens locais, que tentavam bloquear a sua entrada, ferindo sete, incluindo um gravemente ferido por munições vivas no peito e na coxa.

A força militar desligou o fornecimento de electricidade ao campo, negou aos paramédicos e repórteres o acesso ao mesmo e abriu fogo directamente sobre uma ambulância.

A Ministra da Saúde palestina, Mai al-Kaileh, declarou que as primeiras equipas médicas de emergência do Crescente Vermelho Palestino (RPC) a chegar ao local não puderam evacuar os feridos, uma vez que os soldados israelitas restringiram o acesso ao campo e impediram as ambulâncias de ir buscar e transferir os feridos.

Al-Kaileh acrescentou que as forças de ocupação dispararam bombas de gás em direcção à secção pediátrica do Hospital Governamental de Jenin, causando casos de asfixia por inalação de gás entre palestinos, incluindo mães e crianças.

Wissam Baker, chefe do hospital público de Jenin, declarou à Al Jazeera: «É uma invasão sem precedentes, em termos da sua dimensão e do número de vítimas».

«O motorista da ambulância tentou chegar a um dos feridos que estava no chão, mas as forças israelitas dispararam directamente contra a ambulância e impediram-no de se aproximar dele», acrescentou Baker.

Protestos alastram a toda a Cisjordânia

Como sinal de luto pelos palestinos que foram mortos durante a brutal agressão de Israel à cidade de Jenin e ao seu campo de refugiados foi declarada uma greve geral de um dia nas cidades da Cisjordânia ocupada, bem como na cidade ocupada de Jerusalém.

A Fatah apelou ainda aos palestinos, em todos os territórios ocupados, para enfrentarem as forças de ocupação israelitas nos postos de controlo.

Os palestinos tomaram as ruas em várias partes da Cisjordânia. Fecharam lojas em todas as cidades da Cisjordânia, escolas e universidades suspenderam as aulas e foram encerradas empresas.

No sul da Cisjordânia, os palestinos tomaram as ruas na entrada norte da cidade de Belém para protestar contra o assalto do exército israelita a Jenin. Um manifestante foi evacuado para um hospital após sofrer um ferimento de bala no pé devido a um tiroteio do exército israelita.

Soldados israelitas reprimiram um comício na cidade de al-Khader, a sul de Belém, disparando granadas de gás lacrimogéneo sobre os manifestantes, mas sem quaisquer baixas.

No distrito de Ramala, dezenas de estudantes tomaram as ruas na entrada norte da cidade de al-Bireh, perto do colonato de Beit El. Os soldados dispersaram à força o comício, disparando bombas atordoantes e granadas de gás lacrimogéneo contra os participantes. Não houve baixas.

Na cidade de Qalqiliya, no norte da Cisjordânia, os soldados do posto de controlo permanente de Jaljulyeh, dispersaram um comício semelhante. Não houve feridos.

Houve confrontos semelhantes, a oeste do bairro de Shweika, a norte da cidade de Tulkarm, e perto do Complexo Industrial de Gishouri, a oeste da cidade, resultando em casos de asfixia.
 

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