Hoje celebramos o 47º aniversário da Revolução de Abril. Celebramos o fim da longa noite fascista e a devolução ao povo português da sua liberdade e dos seus direitos fundamentais. Celebramos também o fim do isolamento e o regresso com dignidade ao convívio das nações.
A Constituição da República, promulgada há 45 anos, consagra os valores essenciais – liberdade, democracia, justiça social, independência nacional, paz, solidariedade –, os direitos adquiridos e também os compromissos assumidos, nomeadamente nas relações internacionais.
Se, no que concerne à recuperação dos direitos individuais e colectivos, não obstante avanços e recuos, se registaram inegáveis progressos, já no que respeita às relações internacionais Portugal tarda a realizar os desígnios de Abril.
Foi vontade de Abril, gravada na Constituição, que Portugal se regesse no respeito «pelos direitos do homem, dos direitos dos povos».
No entanto, no que ao povo palestino diz respeito, Portugal obstina-se em não reconhecer o seu...
Celebra-se hoje, 30 de Março, o Dia da Terra Palestina. Nesta data, em 1976, forças repressivas israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel que protestavam contra a expropriação de terras propriedade de palestinos, no Norte do estado de Israel, para aí instalar comunidades judaicas.
Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e nas grandes manifestações de protesto que, nesse dia, ocorreram em diferentes localidades palestinas no território de Israel.
Desde então, a data é celebrada como o Dia da Terra Palestina, simbolizando a determinação dos palestinos — de ambos os lados da Linha Verde, nos campos de refugiados e na diáspora — de preservar a sua história e de defender a sua terra como elemento essencial da sua identidade e da sua própria existência como povo.
Quarenta e cinco anos volvidos, a situação do povo palestino não melhorou, antes se agrava todos os dias. Israel intensifica a colonização dos territórios ocupados em 1967, com...
«Ler Mahmud Darwish, além de uma experiência estética impossível de esquecer, é fazer uma dolorosa caminhada pelas rotas da injustiça e da ignomínia de que a terra palestina tem sido vítima às mãos de Israel», escreveu José Saramago no seu «Caderno».
Mahmud Darwish, intelectual e resistente, celebraria hoje o seu 80º aniversário. Nasceu em 13 de Março de 1941 em Al-Birwa, uma aldeia da Galileia perto de São João d'Acre, então território sob mandato britânico.
Durante a limpeza étnica que acompanhou a criação do Estado de Israel, a aldeia foi ocupada e despovoada em 1948 pelas forças israelitas. Os seus habitantes tornaram-se refugiados, alguns no Líbano, alguns deslocados internos. Sobre as ruínas da aldeia foi construído um colonato judaico.
Obrigado a fugir para o Líbano, com apenas seis anos, Darwish e a família regressaram no ano seguinte a Israel, primeiro a Deir al-Assad e depois a Haifa. Mas nunca deixou de se considerar um exilado:
No Dia Internacional da Mulher o MPPM homenageia as mulheres que, em todo o mundo e em especial na Palestina, lutam pela liberdade, pela justiça, pela igualdade, contra a discriminação.
As mulheres palestinas, que estão presentes em todos os sectores da vida nacional, participam com todos os palestinos, na luta contra a ocupação e a limpeza étnica, pelo direito a viver num país livre, ao mesmo tempo que desenvolvem a sua luta emancipadora pelo reconhecimento dos seus direitos de mulher.
Uma luta árdua, que se confronta diariamente com uma potência ocupante e anexionista que nega os direitos básicos políticos, económicos, sociais, sanitários.
Uma potência ocupante e anexionista que é um Estado teocrático, que desenvolve uma política de apartheid ao reconhecer direitos apenas com base na pertença religiosa, como ficou consagrado na lei básica "Israel, Estado-nação do povo judaico", aprovada pela Knesset em 19 de Julho de 2018.
Uma potência ocupante e anexionista que impede os palestinos de...
Mahmoud Sirdah, professor de hematologia e genética molecular na Universidade Al-Azhar em Gaza, Palestina, recebeu o prestigiado prémio Global Faculty Award da Fundação ASK como reconhecimento pela sua notável contribuição para a sua profissão.
O Professor Sirdah é conselheiro de hematologia e genética molecular em organizações nacionais e regionais e membro do Conselho de Administração da Fundação Palestina Futuro da Infância, bem como do Conselho de Administração Fundador do Conselho Superior Palestino para a Inovação e Excelência.
É também membro do Comité Consultivo de Peritos do Instituto Nacional de Saúde Pública da Palestina, e serviu como Secretário do Conselho de Investigação da Saúde da Palestina.
Obteve várias bolsas internacionais de pós-doutoramento e bolsas de investigação, e ganhou três prémios de investigação nacionais e regionais diferentes, incluindo o Prémio Investigador Árabe Distinto 2016, na área de Ciências Médicas e da Saúde, e o Prémio Investigador Distinto 2014...
Catorze facções políticas concluíram esta noite uma reunião de dois dias realizada no Cairo, durante a qual concordaram em realizar as eleições legislativas e presidenciais conforme agendado e decretado pelo Presidente Mahmoud Abbas, noticia a agência Wafa.
As facções afirmaram, na sua declaração final, que «respeitarão o calendário estabelecido pelo decreto sobre eleições legislativas e presidenciais, com ênfase na sua realização em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza sem excepção, comprometendo-se a respeitar e aceitar os seus resultados.»
Concordaram na constituição de um «Tribunal de Processo Eleitoral [que] será formado por consenso e incluirá juízes de Jerusalém, da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.»
As facções também concordaram em permitir a liberdade de expressão a todas as facções palestinas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e na libertação imediata de todos os detidos com base na sua filiação partidária ou por razões de liberdade de opinião.
O Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas promulgou ontem um decreto-lei sobre a realização de eleições legislativas, presidenciais e do Conselho Nacional ao longo de 2021. As eleições legislativas terão lugar em 22 de Maio, seguindo-se as eleições presidenciais em 31 de Julho e as eleições para o Conselho Nacional Palestino em 31 de Agosto.
O decreto-lei considera as eleições legislativas - que terão lugar nas áreas administradas pela Autoridade Palestina - como a primeira fase para a formação subsequente do Conselho Nacional Palestino, o órgão legislativo da OLP que representa o povo palestino do país, do estrangeiro e da diáspora.
As últimas eleições legislativas realizaram-se em Janeiro de 2006 e as eleições presidenciais em Março de 2005.
A União Europeia, através do seu porta-voz Peter Stano, saudou o anúncio, apelando às autoridades israelitas para facilitarem a realização de eleições em todo o território palestino. «Este é um desenvolvimento bem-vindo, uma vez que as...
O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados da Palestina, Riyad Al-Malki, apelou a Portugal para apoiar a solução de dois Estados através do reconhecimento do Estado independente da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital.
Al-Malki falou numa conferência de imprensa conjunta com o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em Ramala, depois de uma reunião de trabalho entre ambos.
Apelou também ao ministro português para que apoie o pedido palestino de iniciar negociações a fim de alcançar um acordo de parceria total com a União Europeia.
«A Palestina tem muito boas relações com Portugal, um Estado amigo que apoia os direitos do povo palestino e a questão palestina», disse al-Malki, citado pela agência noticiosa palestina Wafa.
Referiu que tinha abordado o papel que a UE poderia desempenhar em relação ao Médio Oriente, considerando que Portugal assumirá a presidência do bloco a 1 de Janeiro de 2021, e pediu que a UE tomasse uma posição clara sobre...
Kahlida Jarrar escreveu, na prisão de Damon onde se encontra detida desde Outubro de 2019, esta carta que foi lida no Festival de Literatura Palestine Writes pelas suas filhas Suah e Yafa. Na carta, Khalida Jarrar fala de cultura, de literatura e de educação, da vida na prisão e de como a leitura fortalece a resistência, e agradece aos «escritores, académicos, intelectuais e artistas árabes que rejeitam a normalização com o sistema colonizador de Israel». Devido à pandemia, o festival, que deveria ter tido lugar em Nova Iorque entre 27 e 29 de Março de 2020, acabou por se realizar em conferências virtuais entre 2 e 6 de Dezembro passado.
Da prisão israelita de Damon, situada no cimo do Monte Carmel em Haifa, envio-vos as minhas saudações em meu nome e no das minhas 40 companheiras palestinas de luta pela liberdade que estão nas prisões israelitas. Saudamos respeitosamente todos os escritores, académicos, intelectuais e artistas que falam a verdade e apelam à liberdade e justiça para...
Ali Ayman Abu-Alayya, de 13 anos de idade, sucumbiu aos ferimentos que sofreu depois de ter sido atingido com fogo real pelas forças de ocupação israelitas.
Ali participava numa manifestação não violenta dos habitantes da aldeia de al-Mughayir, a nordeste de Ramala, quando foi baleado por soldados israelitas. Foi transportado de urgência para o Complexo Médico Palestino em Ramala, mas não foi possível salvar-lhe a vida.
O presidente da câmara de al-Mughayyir, Amin Abu-Alya, disse que uma força militar israelita dispersou violentamente os participantes da manifestação que apelava à defesa da área de Ras al-Tin contra a expropriação para dar lugar à construção de um novo posto avançado israelita.
Os soldados abriram fogo contra os participantes quando estes chegaram à entrada oriental de al-Mughayyir a caminho da área de Ras al-Tin, que faz parte da aldeia vizinha de Kafr Malik, atingindo Ali Ayman Abu-Alayya com uma bala real no abdómen e quatro outros participantes com balas de aço...