Celebrações do cessar-fogo para Gaza rechaçadas a tiro pela polícia israelita em Jerusalém
Milhares de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada encheram as ruas para celebrar o cessar-fogo, agitando bandeiras e exibindo o sinal de vitória, mas em Jerusalém Oriental ocupada a polícia israelita invadiu o complexo da Mesquita Al-Aqsa e disparou gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os palestinos que festejavam após as orações de sexta-feira.
O cessar-fogo mediado pelo Egipto entrou em vigor nas primeiras horas da sexta-feira, após 11 dias de implacável bombardeamento israelita da Faixa de Gaza que matou pelo menos 257 palestinos, incluindo 66 crianças, feriu cerca de 2000, e trouxe uma devastação generalizada ao território já empobrecido. Do lado israelita, 12 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas.
Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, anunciou que hoje, 13 camiões humanitários com alimentos, vacinas COVID-19, material médico e medicamentos, atravessaram para Gaza após a reabertura parcial da passagem de Kerem Shalom.
Entretanto o bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, onde os despejos impostos pelo ocupante israelita acenderam o rastilho dos protestos por toda a Palestina, foi considerado «zona militar» e está cercado pela polícia que impede a entrada aos não-residentes.
Mesmo os residentes palestinos do bairro preferem ficar em casa receando que as autoridades israelitas não lhes permitam, se saírem. Enquanto isto, os colonos são autorizados a circular livremente.
«Eles deslocam-se em grupos de 20-25, armados», disse à Al Jazeera Abdelfatah Iskafi, de 71anos, um morador de Sheikh Jarrah, acrescentando que eles implicam com os residentes palestinos e tentam provocá-los. «Não dormimos à noite porque estamos preocupados com o que estes extremistas possam fazer.»