Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Integrada na iniciativa Dias da Palestina, a Câmara Municipal de Almada e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) promoveram uma Mostra de Cinema Palestino no Fórum Municipal Romeu Correia com exibição de filmes do realizador Michel Khleifi.
No fim de cada sessão o realizador conversou com a assistência.
Este foi o programa da Mostra:
Sexta-feira, 3 de Março, às 21 horas
Ma'loul celebra a sua destruição (1985, 36')
Ma'loul é uma aldeia da Galileia destruída em 1948 pelo exército israelita. Os antigos habitantes são autorizados a regressar uma vez por ano e organizam um piquenique nas ruínas da sua aldeia.
Casamentos proibidos na Terra Santa (1995, 66')
Nove casais mistos, interreligiosos e inter-étnicos, contam as suas estórias de vida. Um xeique, um rabino e um padre comentam.
Sábado, 4 de Março, às 16 horas
O jornalista palestino Mohammed al-Qiq encontra-se em greve de fome há duas semanas em protesto contra a sua detenção administrativa pelas autoridades de Israel.
Al-Qiq tinha sido libertado da prisão em Maio de 2016 depois de uma greve da fome de 94 dias, também então em protesto contra a sua detenção administrativa. Porém, foi novamente preso em meados de Janeiro deste ano, depois de ter participado num protesto em Belém, na Margem Ocidental ocupada, exigindo a devolução pelas autoridades israelitas dos corpos de palestinos mortos por elas retidos. Mais uma vez Mohammed al-Qiq foi colocado em detenção administrativa.
No regime detenção administrativa, Israel pode manter palestinos encarcerados por períodos de seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção.
A Organização de Libertação da Palestina (OLP) censurou os Estados Unidos por se oporem a uma proposta do secretário-geral da ONU de nomear Salam Fayyad, ex-primeiro-ministro da Autoridade Palestina, para chefiar uma missão da ONU, considerando essa posição «um caso de flagrante discriminação com base na identidade nacional».
Após tomar conhecimento da intenção de António Guterres de nomear Fayyad para liderar a missão política da ONU na Líbia, a embaixadora estado-unidense na ONU, Nikki Haley, afirmou na sexta-feira, 10 de Fevereiro, que os EUA estavam «decepcionados», alegando que isso mostrava um preconceito contra Israel. «Durante demasiado tempo a ONU tem sido injustamente tendenciosa em favor da Autoridade Palestina, em detrimento de nossos aliados de Israel», disse Haley, observando que os EUA não reconhecem um Estado palestino nem «apoiam o sinal que esta nomeação enviaria às Nações Unidas».
Uma adolescente palestina de 16 anos, Manar Majdi Shweik, de Silwan (Jerusalém Oriental ocupada), foi condenada a seis anos de prisão pelo Tribunal Central israelita, no domingo 5 de Fevereiro.
Trata-se da mais jovem habitante de Jerusalém detida pelas autoridades israelitas. Segundo informa a agência noticiosa palestina Ma'an, a jovem, acusada de posse faca e de planear um ataque, já havia passado mais de um ano em detenção.
A polícia israelita deteve-a pela primeira vez em 6 de Dezembro de 2015 em Silwan, ao sair da escola, alegando ter encontrado uma faca na sua bolsa; não é claro o que motivou a revista. Na altura a Ma'an relatou que jovens palestinos filmaram a revista e detenção da adolescente com os sesus telemóveis, que mais tarde lhes foram confiscados.
Na quarta-feira, 18 de Janeiro,cerca de 5h da manhã, centenas de polícias israelitas chegaram à aldeia beduína de Umm al-Hiran, no Negev, acompanhando as autoridades israelitas que vinham proceder a demolições de casas. As forças israelitas usaram balas com ponta de esponja, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para reprimir violentamente os moradores e apoiantes que se tinham concentrado para resistir às demolições.
Foi morto a tiro pelas forças israelitas um cidadão palestino de Israel, Yaqoub Moussa Abu al-Qian, de 47 anos, professor de matemática na escola secundária al-Salam, da vizinha cidade de Hura.
Os principais partidos palestinos, entre os quais a Fatah e o Hamas, anunciaram na terça-feira, 17 de Janeiro, um acordo segundo o qual as facções palestinas — incluindo a Jihad Islâmica — entrarão para as instituições da OLP e formarão um novo Conselho Nacional Palestino («parlamento» da OLP). Este novo Conselho elegerá o novo Comité Executivo da OLP, o seu órgão máximo.
As facções palestinas concordaram que, ao longo dos próximos dois meses, serão eleitos novos membros para o Conselho Nacional Palestino e as partes tentarão formar um novo governo.
Em declarações ao jornal israelita Haaretz, um dirigente da Fatah que participou nas negociações declarou: «Estão maduras as condições para um novo governo de unidade, tanto no campo interno como no internacional … Um governo de unidade é de importância estratégica para os palestinos.»
Os cidadãos palestinos de Israel lançaram uma greve geral esta quarta-feira, 11 de Janeiro, em protesto contra a demolição de 11 casas na cidade israelita de Qalansawe no dia anterior.
O Alto Comité de Acompanhamento dos Cidadãos Árabe anunciou a greve — que incluiria o fecho de todas as escolas, empresas e locais públicos — na sequência de uma reunião em Qalansawe.
A reunião foi realizada horas depois de escavadoras israelitas arrasarem as casas por terem sido construídas sem licença, uma vez que nos últimos 20 anos as autoridades israelitas rejeitaram tentativas por parte do município para legalizar um plano para a cidade.
As cidades de maioria palestina em Israel iriam participar na greve, incluindo Nazaré, Umm al-Fahm, Rahat e Kuseifa.
Um palestino foi morto a tiro por forças israelitas depois de conduzir um camião para cima de um grupo de soldados israelitas fardados, no domingo 8 de Janeiro, numa paragem de autocarro no colonato israelita ilegal de Talpiyyot oriental, em Jerusalém Oriental ocupada. Foram mortos quatro soldados e ficaram feridas pelo menos 13 outras pessoas, desconhecendo-se se alguma era civil.
O motorista morto foi identificado como Fadi Ahmad Hamdan al-Qunbar, de 28 anos, do bairro vizinho de Jabal al-Mukabbir, em Jerusalém Oriental.
O colonato ilegal de Talpiyyot oriental também é conhecido por Armon Hanatziv e está localizado logo a oeste do bairro de Jabal al-Mukabbir.
Durante a tarde forças israelitas assaltaram as casas de familiares de Fadi Ahmad Hamdan al-Qunbar, prendendo pelo menos cinco deles.
O secretário de Estado cessante dos EUA, John Kerry, denunciou a política de colonatos de Israel por minar o caminho para uma solução de dois Estados, num discurso pronunciado na quarta-feira 28 de Dezembro.
«O status quo está a conduzir a um só Estado e à ocupação perpétua», afirmou Kerry, que utilizou talvez a linguagem mais forte já usada pela administração Obama sobre a construção de colonatos ilegais por Israel no território palestino ocupado. Kerry afirmou o seu apoio a uma solução de dois Estados, um israelita e um palestino, seguindo as linhas de 1967, com Jerusalém como a capital de ambos os Estados.
Kerry criticou Netanyahu por afirmar publicamente que defende uma solução de dois Estados, enquanto o seu governo se deslocou para a direita e vários ministros e deputados israelitas pedem a anexação completa da Margem Ocidental ocupada.
A comemoração da véspera de Natal iniciou-se na manhã de sábado na cidade de Belém, na Margem Ocidental ocupada.
Durante a tarde deverá ter lugar uma procissão conduzida pelo Patriarca Latino da Palestina, Jordânica e Terra Santa, arcebispo Pierbattista Pizzaballa, que é também Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.
O presidente e o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, respectivamente Mahmoud Abbas e Rami Hamdallah, deverão também deslocar-se a Belém para participar na missa da meia-noite.

Páginas

Subscreva Resistência, Política e Sociedade Palestinas