Em ataque armado em Jerusalém Oriental, três palestinos de Israel matam dois polícias

Num ataque ocorrido hoje, 14 de Julho, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada, três cidadãos palestinos de Israel mataram a tiro dois polícias israelitas e feriram ligeiramente um outro, antes de serem eles próprios mortos.
Testemunhas relataram à agência noticiosa plestina Ma'an que os três atacantes entraram pela Porta dos Leões da Cidade Velha por volta das 7h, de motocicleta, e dispararam contra os polícias à queima-roupa, antes de se dirigirem para dentro do complexo da mesquita de Al-Aqsa, onde as forças israelitas os mataram com tiroteio cerrado.
Os atiradores foram identificados como cidadãos palestinos de Israel, da cidade de Umm al-Fahm, de maioria palestina. Segundo a polícia israelita, os atacantes levavam duas metralhadoras ligeiras Carlo (de fabrico artesanal), uma pistola e uma faca.
Os dois polícias mortos eram também cidadãos palestinos de Israel, drusos. (Contrariamente aos palestinos muçulmanos e cristãos cidadãos de Israel, os palestinos drusos e circassianos com cidadania israelita têm de cumprir serviço militar obrigatório nas forças israelitas.)
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, telefonou ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, condenando o ataque, informou a agência oficial de notícias palestina Wafa. Abbas protestou também contra o encerramento do complexo de Al-Aqsa pelas autoridades israelitas.
O deputado israelita Ayman Odeh, líder da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), afirmou por seu lado que «a luta dos cidadãos árabes [palestinos] é política e desarmada. Opomo-nos a qualquer uso de armas entre nossos jovens», acrescentando que «a ocupação é a raiz do problema».
Um porta-voz do Hamas (Movimento Islâmico de Resistência), citado pelo jornal israelita Haaretz, declarou que o ataque em Jerusalém «é uma reacção natural ao terror israelita e … prova da contínua resistência à ocupação e de que o povo palestino está unido e apoia a resistência.» No mesmo sentido se pronunciou a Jihad Islâmica, que saudou o ataque como uma reacção natural às incursões israelitas em Al-Aqsa. A Frente Popular para a Libertação da Palestina classificou o ataque como «viragem qualitativa» na resistência à ocupação, confirmando que os soldados e colonos israelitas não estão seguros em qualquer parte da Palestina.
Na sequência do ataque, as forças israelitas impuseram o fecho generalizado do complexo da Mesquita de Al-Aqsa. Muitos fiéis que aí se dirigiam para as orações de sexta-feira foram impedidos de entrar, tendo de realizar as orações na rua.
Um porta-voz do governo jordano exigiu a reabertura imediata do complexo de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, e acusou Israel de violar o status quo ao impedir os fiéis de aí rezarem.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, assegurou que não haverá alteração do status quo do local sagrado, em resposta aos protestos expressos no seu telefonema por Mahmoud Abbas, que advertiu para as consequências de medidas desse tipo.
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