Feridos em protesto contra restrições de Israel ao acesso à mesquita de Al-Aqsa, Fatah apela a «Dia de Raiva»

Vários palestinos ficaram feridos em confrontos entre a polícia israelita e fiéis muçulmanos hoje, 17 de Julho, perto do complexo de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada.
O presidente da Iniciativa Nacional Palestina, Dr. Mustafa Barghouti, foi atingido na cabeça por uma bala com ponta de borracha. Barghouthi declarou à agência Ma'an que ele e vários outros fiéis, habitantes de Jerusalém, foram agredidos por forças israelitas após realizarem orações junto à Porta dos Leões, uma das várias que dão acesso a Al-Aqsa, para expressar a sua rejeição dos procedimentos de segurança israelitas em todo o complexo, incluindo a instalação de detectores de metal às entradas.
Entretanto, a Fatah, principal partido da Autoridade Palestina, apelou a que quarta-feira seja um «dia de raiva» em todo o território palestino ocupado, acrescentando que as orações de sexta-feira seriam realizadas em praças públicas das cidades palestinas para denunciar os «procedimentos terroristas» israelitas em Jerusalém Oriental ocupada.
O complexo de Al-Aqsa (a que os judeus chamam Monte do Templo) foi reaberto aos visitantes judeus hoje de manhã, depois de ter estado fechado durante três dias, na sequência de um ataque realizado na sexta-feira por três palestinos de Israel, no qual foram mortos dois polícias, também palestinos de Israel. A polícia israelita fechou o complexo de Al-Aqsa, que foi evacuado, e ordenou o cancelamento das orações de sexta-feira no local, pela primeira vez em anos.
A polícia israelita tinha planeado reabrir o complexo no domingo, mas o Waqf, a autoridade muçulmana que administra o local sagrado, recusou-se a abrir as portas em sinal de protesto contra os detectores de metais que as forças israelitas aí instalaram. Embora o complexo tenha hoje sido aberto tanto a visitantes judeus como muçulmanos, muitos destes últimos continuam a boicotar o local em protesto contra os detectores de metal.
Jamal al-Shubaki, representante da Palestina na Liga Árabe, declarou à agência noticiosa oficial palestina Wafa que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, procura mudar o status quo em Jerusalém e dividir Al-Aqsa em secções para judeus e para muçulmanos, como aconteceu em Hebron após o massacre de 1994 na Mesquita de Ibrahimi.
Os judeus estão autorizados a visitar o local a determinadas horas, mas não a rezar dentro do recinto. Porém, os palestinos temem há muito que Israel procure alterar o status quo no local sagrado, sob a forma de repetidas incursões de judeus. Existem inclusivamente apelos da direita israelita para demolir a mesquita e substituí-la por um terceiro templo judaico.
 
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