Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Entrevista a Nabil Shaath (*) pela jornalista Maria João Guimarães publicada no Público de 12 de Fevereiro de 2013

O deputado palestiniano Nabil Shaath veio a Lisboa para uma audiência no Parlamento e uma conferência na Universidade Nova de Lisboa. Na AR, considerou os partidos muito “à esquerda” (querendo dizer que sentiu apoio para a Palestina; afinal, Portugal disse que votaria “sim” a um Estado palestiniano observador nas Nações Unidas). Falou da mudança de estratégia em relação a Israel, antecipou acções criativas, e sublinhou a importância de estar na ONU.

Os palestinianos vão mesmo recorrer ao Tribunal Penal Internacional por causa dos colonatos?
O Dr. Nabeel Shaath, membro do Conselho Legislativo Palestino e antigo Vice-Primeiro Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestina, deslocou-se a Portugal para proferir, no dia 5 de Fevereiro, uma conferência subordinada ao tema “The Israeli-Palestinian Issue and the Arab Spring”, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, numa organização da Missão Diplomática da Palestina em Portugal, do IPI e do NECPRI. A apresentação esteve a cargo de Ana Santos Pinto, professora da FCSH.
No dia 6 de Fevereiro ocorreu um encontro do Dr. Nabeel Shaath com uma delegação do MPPM e de outras organizações que, em Portugal, lutam pelo reconhecimento dos direitos do povo palestino.
O Presidente Mahmoud Abbas enviou a seguinte carta de agradecimento às organizações que lhe dirigiram uma mensagem de boas-vindas aquando da sua recente visita a Portugal:
Caros Amigos da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional
Caros Amigos do Conselho Português para a Paz e Cooperação
Caros Amigos do Movimento Democrático de Mulheres
Caros Amigos do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
Lisboa
Recebemos com grande apreço a vossa carta datada do dia 13/12/2012, na qual nos davam as boas-vindas pela ocasião da visita à República Portuguesa amiga.
Excelentíssimo Senhor Presidente
da Organização para a Libertação da Palestina
Excelência,
Por ocasião da sua visita a Portugal, em Dezembro de 2012, queremos dar-lhe as boas vindas, em nome dos sentimentos democráticos e solidários do povo português, e saudar, na sua pessoa, de forma fraterna e calorosa, a luta nobre e heróica do povo palestino pela sua liberdade.
As organizações signatárias, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional, o Conselho Português para a Paz e a Cooperação, o Movimento Democrático de Mulheres e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, dão corpo, em Portugal, a um vasto movimento de opinião pública, consequente e empenhado, em favor da realização plena dos direitos nacionais inalienáveis do povo palestino.
Em Março de 1976, as autoridades israelitas anunciaram a confiscação de milhares de hectares de terras palestinas de aldeias da Galileia «por razões de segurança», o que fizeram seguir da imposição do recolher obrigatório. Os chefes palestinos locais responderam com o apelo à realização, no dia 30 de Março, de uma greve geral e manifestações contra a expropriação de terras, em todas as cidades palestinas.
 
Não obstante Israel ter declarado ilegais todas as manifestações, mais de 400.000 pessoas responderam ao apelo aderindo à greve geral e participando em manifestações pacíficas, de norte a sul de Israel, havendo, ainda, greves de solidariedade na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A estas manifestações pacíficas respondeu Israel com a intervenção das suas forças armadas, apoiadas por tanques, nas povoações palestinas. Daí resultou a morte de seis palestinos desarmados e centenas de feridos e presos.
 
Segundo o Centro de Informação Palestino a Agência da ONU para os refugiados palestinos, UNRWA, declarou que vai «cessar os seus serviços de apoio financeiro a famílias pobres de Gaza, o seu programa de criação de oportunidades de emprego, e os seus serviços médicos nocturnos, bem como reduzir para metade todos os restantes serviços de saúde que assegura em Gaza».
Acordo de reconciliação palestina
Realizou-se na passada quarta-feira, dia 4, no Cairo, a cerimónia de ratificação do acordo, assinado no dia anterior, que põe termo à divisão entre o Fatah, movimento palestino que governa a Cisjordânia e o Hamas, movimento palestino que controla a Faixa de Gaza.
reconciliao palestinaO MPPM saúda esta iniciativa, que pode constituir um passo decisivo para o reconhecimento, pela comunidade internacional, de um Estado Palestino soberano, independente e viável, constituído dentro das fronteiras anteriores a 1967, com Jerusalém Oriental como capital.
Assinaram o acordo os representantes de 13 dos movimentos da resistência palestina, nomeadamente, além do Fatah e do Hamas, a Jihad Islâmica, a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), a Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP) e o Partido do Povo Palestino.
A Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente - promoveram uma sessão de solidariedade com o Povo da Palestina, evocativa do Dia da Terra, no dia 4 de Abril, pelas 15.30 horas, na sala 5.2 da Faculdade de Letras.
Intervieram Carlos Almeida, da Direcção Nacional do MPPM, e Nuno Coelho, designer e co-autor do livro "Uma Terra sem Gente para Gente sem Terra", que orientará uma workshop baseada no seu livro.
Abdullah Hourani faleceu, no passado dia 29, na Jordânia, segundo informa a Agência Noticiosa Ma'an. O Conselho Executivo da OLP anunciou o seu falecimento numa declaração em que o recorda como um dirigente leal da luta palestina e co-fundador da revolução Palestina contemporânea. «As suas vastas actividades nacionais e patrióticas contribuíram para proteger a identidade palestina».
 
Abdullah Hourani esteve em Lisboa em 1979, durante o período que antecedeu a grande Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central — a Palestina, a colaborar no trabalho preparatório. Teve a coragem política de ser a única personalidade árabe que se pronunciou, nas condições da época, pela existência de dois estados: Israel e Palestina.
 
Abdullah Hourani
Abdullah Hourani faleceu, ontem, na Jordânia, segundo informa a Agência Noticiosa Ma'an. O Conselho Executivo da OLP anunciou o seu falecimento numa declaração em que o recorda como um dirigente leal da luta palestina e co-fundador da revolução Palestina contemporânea. "As suas vastas actividades nacionais e patrióticas contribuíram para proteger a identidade palestina".
Abdullah Hourani esteve em Lisboa em 1979, durante o período que antecedeu a grande Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central - a Palestina, a colaborar no trabalho preparatório. Teve a coragem política de ser a única personalidade árabe que se pronunciou, nas condições da época, pela existência de dois estados: Israel e Palestina.

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