Israel condena dirigente feminista palestina Khitam Saafin a detenção administrativa

A dirigente feminista Khitam Saafin, presidente da União dos Comités de Mulheres Palestinas, que foi presa na madrugada de 2 de Julho por forças de ocupação israelitas, recebeu ontem, 9 de Julho, uma ordem de detenção administrativa de três meses, assinada pelo comandante da ocupação militar da Margem Ocidental, informa a organização palestina de direitos dos presos Addameer. A audiência de confirmação será realizada no tribunal militar de Ofer na quarta-feira 12 de Julho.
No mesmo dia que Khitam Saafin foi também presa Khalida Jarrar, dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e deputada ao Conselho Legislativo Palestino. Ambas estão detidas na prisão israelita de HaSharon. Na primeira audiência, a 5 de Julho, o juiz decidiu prolongar a detenção das duas por mais 72 horas. O Exército israelita disse que a sua prisão se deve ao seu papel de dirigentes da FPLP.
Khalida Jarrar já passou 14 meses numa prisão israelita sob a acusação de construir uma rede de apoio aos presos palestinos, sendo libertada em Junho de 2016.
Khitam Saafin, presidente da União dos Comités de Mulheres Palestinas, tem participado em muitos acontecimentos em todo o mundo, incluindo o Fórum Social Mundial, ligando as lutas das mulheres ao nível internacional com a luta das mulheres palestinas pela libertação nacional e social.
Na Margem Ocidental palestina ocupada, o exército israelita está autorizado a emitir ordens de detenção administrativa contra civis palestinos com base na Ordem Militar 1651. Esta dá aos comandantes militares o poder de deter um indivíduo por períodos de até seis meses, renováveis, se tiverem «motivos razoáveis para presumir que a segurança da zona ou a segurança pública exige a detenção». Na data de término, ou pouco antes, a ordem de detenção é frequentemente renovada. Este processo pode continuar indefinidamente.
Esta prática de detenção arbitrária, sem julgamento nem culpa formada, é uma grave violação do direito e dos padrões internacionais dos direitos humanos.
Segundo a Addameer, em Maio de 2017 havia nas prisões israelitas 6200 palestinos, 56 dos quais mulheres, sendo 490 detidos administrativos.
 
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