Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (OHCHR) expressou ontem, 11 de Agosto, «preocupação» com a situação cada vez mais grave na Faixa de Gaza sitiada.
A crise política em Gaza está a privar os seus dois milhões de habitantes de electricidade, cuidados de saúde vitais e água limpa durante este Verão de temperaturas sufocantes, afirmou o OHCHR.
«Estamos profundamente preocupados com a constante deterioração das condições humanitárias e de protecção dos direitos humanos em Gaza», afirmou a porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, em entrevista colectiva em Genebra. «Israel, o Estado da Palestina e as autoridades de Gaza não estão a cumprir as suas obrigações de promover e proteger os direitos dos habitantes de Gaza. Israel, como potência ocupante, tem responsabilidade à luz do direito internacional humanitário de garantir o bem-estar da população.»
No mês passado a repressão israelita aos protestos contra o encerramento da Mesquita de Al-Aqsa vitimou 20 palestinos, incluindo 5 crianças, informa um relatório do Centro Abdullah Al-Hourani de Estudos e Documentação, citado pela PressTV.
Esta instituição, ligada à Organização de Libertação da Palestina (OLP), diz ainda que ficaram feridos cerca de 1400 palestinos, incluindo crianças. As autoridades israelitas retiveram os corpos de 13 palestinos mortos, em violação do direito internacional humanitário.
No mês passado as forças israelitas prenderam mais de 600 palestinos, incluindo dezenas de crianças, prossegue ainda o relatório.
Por outro lado, as autoridades israelitas em Julho aprovaram a construção de 1935 unidades habitacionais em colonatos judaicos ilegais em Jerusalém Oriental ocupada.
Um tribunal de Israel confirmou ontem, 30 de Julho, a condenação por homicídio e a sentença de 18 meses do ex-soldado israelita Elor Azaria, que em Março de 2016 matou a tiro à queima-roupa o palestino Abd al-Fattah al-Sharif, de 21anos, que jazia inanimado no chão depois de alegadamente cometer um ataque com faca na cidade de Hebron, no Sul da Margem Ocidental ocupada.
A execução foi filmada por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem e rapidamente se difundiu nas redes sociais e na televisão, tornando impossível ignorar o caso.
Segundo o jornal israelita The Times of Israel, os juízes do tribunal de recurso classificaram o acto de Azaria como «proibido, grave, imoral» e destacaram que Azaria «nunca expressou remorso nem questionou as suas acções».
Centenas de beduínos manifestaram-se ontem, 27 de Julho, em Be’er Sheva, diante dos escritórios da Agência de Desenvolvimento Beduína, reclamando o seu encerramento, informa o jornal israelita Haaretz.
Os manifestantes exigiam o fim da política de sistemática demolição de edifícios nas comunidades beduínas do Negev/Naqab, no Sul de Israel, que classificaram de «crime contra cidadãos», e o reconhecimento das comunidades beduínas não autorizadas.
As relações entre a Agência e os residentes beduínos têm-se tornado cada vez mais tensas a propósito de questões como a reflorestação.
O Estado israelita começou a reflorestação a norte da localidade beduína de Tel Sheva, nos arredores de Be'er Sheva, que os beduínos dizem ser propriedade sua. O Estado estará a plantar florestas em vários locais do Negev/Naqab em terras que as comunidades beduínas «ilegais» reclamam como suas.
Após reabertura, mais de uma centena de feridos em ataque das forças israelitas
A situação em torno do complexo de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, conheceu hoje, quinta-feira, 27 de Julho, um desenlace provisório que constitui uma vitória dos palestinos.
O governo de Benjamin Netanyahu foi forçado pela firmeza dos protestos dos palestinos, sobretudo de Jerusalém Oriental mas também dos restantes territórios palestinos ocupados, a ceder: primeiro a retirar os pórticos detectores de metais à entrada do Haram al-Sharif (Nobre Santuário) / Esplanada das Mesquitas, depois a renunciar à instalação de câmaras «inteligentes», e finalmente a franquear aos fiéis muçulmanos a totalidade das entradas no santuário, contrariamente ao anunciado.

O MPPM condena a restrição por Israel do acesso ao complexo de Al-Aqsa e o agravamento da repressão em toda a Jerusalém Oriental, numa escalada de tensão que visa aprofundar a política israelita de anexação do território palestino.

Na sexta-feira, 14 de Julho, um tiroteio na Cidade Velha de Jerusalém que terminou no Haram al-Sharif/Esplanada das Mesquitas resultou na morte dos três atacantes e de dois polícias de fronteira israelitas, uns e outros palestinos com cidadania israelita.

Israel prendeu brevemente o Mufti de Jerusalém e impôs durante dois dias o encerramento total do local, pela primeira vez desde há muitos anos. Violando a liberdade de culto e pondo em causa o estatuto do local sagrado, de que é garante a Jordânia, o acesso a Haram al-Sharif só foi permitido por Israel depois da instalação nas suas entradas de pórticos detectores de metais.

O Conselho de Segurança da ONU deve reunir-se à porta fechada na próxima segunda-feira, 24 de Julho, para discutir a situação tensa que se vive nos últimos dias em Jerusalém Oriental ocupada em torno do complexo da Mesquita de al-Aqsa.
Entretanto, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas ordenou a suspensão de todos os contactos oficiais com Israel até que sejam retirados os detectores de metais colocados às entradas do complexo de Al-Aqsa.
No sábado, 22 de Julho, continuaram os confrontos em algumas zonas de Jerusalém Oriental e da Margem Ocidental ocupadas. Forças israelitas mataram pelo menos dois palestinos com balas reais, ferindo gravemente um outro, na cidade de al-Eizariya, no distrito de Jerusalém da Margem Ocidental ocupada, segundo informações do Crescente Vermelho palestino à agência Ma'an. Registaram-se igualmente dezenas de feridos.
Três palestinos foram mortos a tiro durante confrontos em Jerusalém Oriental ocupada e na Margem Ocidental ocupada hoje, 21 de Julho, relata a agência palestina Ma'an. Em todo o território palestino ocupado, e particularmente em Jerusalém Oriental ocupada, ocorreram protestos em grande escala contra as novas medidas de segurança impostas pelas autoridades israelitas no acesso ao complexo de Al-Aqsa.
O Waqf, a organização islâmica que administra Al-Aqsa, apelou no início desta semana a que todas as mesquitas de Jerusalém fechassem na sexta-feira, dia santo muçulmano, e todos os fiéis muçulmanos da cidade se dirigissem a Al-Aqsa para denunciar a instalação de portais detectores de metais e outras medidas de segurança adicionais, surgidas na sequência do ataque do passado dia 14, em que três palestinos cidadãos de Israel mataram dois polícias israelitas, igualmente palestinos cidadãos de Israel.
Vários palestinos ficaram feridos em confrontos entre a polícia israelita e fiéis muçulmanos hoje, 17 de Julho, perto do complexo de Al-Aqsa, na Cidade Velha de Jerusalém Oriental ocupada.
O presidente da Iniciativa Nacional Palestina, Dr. Mustafa Barghouti, foi atingido na cabeça por uma bala com ponta de borracha. Barghouthi declarou à agência Ma'an que ele e vários outros fiéis, habitantes de Jerusalém, foram agredidos por forças israelitas após realizarem orações junto à Porta dos Leões, uma das várias que dão acesso a Al-Aqsa, para expressar a sua rejeição dos procedimentos de segurança israelitas em todo o complexo, incluindo a instalação de detectores de metal às entradas.
Um rapaz palestino de 13 anos, de Jerusalém Oriental ocupada, perdeu um olho na noite de domingo, 9 de Julho, após ser atingido por uma bala de ponta de esponja disparada pela polícia israelita, informa o diário israelita Haaretz.
A família do adolescente, Nur Hamdan, declarou que ele foi atingido pela bala quando estava na varanda de um segundo andar. O jovem também sofreu fracturas da cavidade ocular e outras lesões faciais.
A polícia israelita entrou no bairro de Isawiyah, em Jerusalém Oriental ocupada, após uma briga entre vizinhos. Residentes palestinos começaram a atirar-lhes pedras, e em resposta a tropa usou «armas de controlo de multidões».
O tio de Nur disse o rapaz não participou nos acontecimentos; estava simplesmente na varanda ao lado da mãe e de um primo. «As crianças estavam a brincar na varanda, até que a minha esposa os chamou para dentro por causa da polícia», relatou. «Ele foi atingido quando se levantou para entrar.»

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