Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O início do julgamento militar de Ahed Tamimi foi adiado até 13 de Fevereiro.
Ahed Tamimi passou na prisão o dia dos seus 17 anos, a 31 de Janeiro, já que um juiz militar ordenou que ela ficasse presa até ao fim do julgamento.
A advogada de Ahed, Gaby Lasky, declarou ao jornal The Times of Israel que o julgamento, que deveria ter começado a 31 de Janeiro, foi duas vezes adiado porque a acusação militar não apresentou provas. «Sem esses materiais não posso me preparar adequadamente para o julgamento», afirmou.
A jovem foi presa em 19 de Dezembro, dias após se ter tornado viral um vídeo em que dava uma bofetada a um soldado israelita para tentar afastá-lo do pátio da sua casa em Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada. Pouco antes, um seu primo de 15 anos tinha sido atingido na cabeça com uma bala de borracha pelas forças de ocupação.
Israel está a desenvolver sítios arqueológicos e turísticos para legitimar colonatos ilegais nos bairros palestinos de Jerusalém, noticia o diário britânico The Guardian, citando um relatório redigido por diplomatas da União Europeia na cidade.
O relatório, a que o jornal teve acesso, cita projectos israelitas em partes de Jerusalém Oriental — ocupada por Israel desde 1967 — que estão a ser usados «como uma ferramenta política para modificar a narrativa histórica e para apoiar, legitimar e ampliar os colonatos».
O relatório identifica sítios de escavação geridos por colonos no coração de bairros de maioria palestina, o projecto de um teleférico com paragens em terras confiscadas a palestinos e a classificação de áreas urbanas construídas como parques nacionais.
«Jerusalém Oriental é o único lugar onde são declarados parques nacionais israelitas em bairros povoados», assinala o relatório.
As forças israelitas mataram a tiro um palestino de 16 anos durante protestos no distrito de Ramala, na Margem Ocidental ocupada, na passada terça-feira, 30 de Janeiro
O Ministério da Saúde palestino confirmou que Layth Abu Naim, de 16 anos, da aldeia de Al-Mughayyer, foi atingido a tiro na cabeça com balas reais por forças israelitas.
Segundo testemunhas palestinas, uma força israelita entrou na aldeia ao início da tarde. Eclodiram confrontos, em que dezenas de jovens palestinos lançaram pedras e rolaram pneus a arder contra os soldados israelitas armados.
Um soldado disparou contra Abu Naim a curta distância, tendo o adolescente sido atingido na cabeça e ficado gravemente ferido. Foi levado para um hospital de Ramala, onde sucumbiu aos ferimentos.
O funeral do adolescente, realizado ontem, foi acompanhado por centenas de pessoas que entoavam «Queremos viver em liberdade».
Na Galeria das Salgadeiras, em Lisboa, foi ontem apresentada a serigrafia que reproduz o "cartoon" de António «O Gueto de Varsóvia em Chatila», vencedor do Grande Prémio do XX Salon International de Cartoon, Montreal, 1983. Numa conversa conduzida por Ana Matos, directora da galeria, participaram o autor, António Antunes, o editor João Paulo Cotrim e, pelo MPPM, Maria do Céu Guerra e Carlos Almeida.
O parlamento dinamarquês decidiu esta semana por larga maioria excluir os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada dos acordos bilaterais com Israel. Foi também decidido reforçar as directrizes governamentais contra os investimentos de entidades tanto públicas como privadas em projectos nos territórios palestinos ocupados.
A resolução foi aprovada por 81 votos contra 22. Votaram a favor todos os partidos representados no parlamento dinamarquês, com excepção do Partido do Povo Dinamarquês, de extrema-direita.
Segundo o diário israelita Haaretz, esta decisão significa a adopção pela Dinamarca da Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de Dezembro de 2016, em que os colonatos são definidos como uma violação do direito internacional e se estabelece uma distinção entre Israel e os colonatos israelitas na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas. A União Europeia segue a mesma orientação nos acordos com Israel.
A Câmara Municipal de Loures, na sua reunião do dia 17 de Janeiro, aprovou por unanimidade uma moção, apresentada pelos membros da CDU, reclamando liberdade para Ahed Tamimi e condenando a actuação do exército israelita.
O MPPM saúda esta deliberação da Câmara Municipal de Loures, demonstração do empenho deste órgão do poder autárquico na solidariedade com a causa do povo palestino.
A moção vem somar-se ao amplo movimento que no mundo inteiro, e também em Portugal, protesta contra a detenção e reclama a liberdade de Ahed Tamimi e de todos os presos palestinos nas prisões de Israel.
É o seguinte o texto integral da moção:
Liberdade para Ahed Tamimi
A jovem ativista palestiniana, de 16 anos, Ahed Tamimi foi detida na madrugada do passado dia 19 de dezembro por forças do exército israelita que assaltaram a sua casa, situada na aldeia de Nabi Saleh.
Segundo o diário israelita Haaretz, o exército israelita está a considerar assumir total responsabilidade militar e repressiva em duas zonas de Jerusalém Oriental ocupada.
Embora Israel afirme que toda a cidade de Jerusalém faz parte do seu território e a tenha anexado em 1980, o exército israelita, que tem a missão de controlar os territórios palestinos ocupados, está a examinar a possibilidade de alargar o seu controlo militar e de segurança de modo a incluir áreas de Jerusalém ocupada que estão fisicamente separadas do resto da cidade pelo muro de separação (ou do apartheid), incluindo Kafr Aqab e o campo de refugiados de Shuafat.
A jovem palestina Ahed Tamimi, de 16 anos, permanecerá em prisão preventiva por tempo indeterminado, até ao seu julgamento, decidiu ontem o tribunal militar israelita de Ofer. Os territórios palestinos ocupados estão desde 1967 sujeitos à lei militar.
A detenção de Ahed Tamimi já tinha sido prorrogada várias vezes, e ontem o tribunal militar israelita recusou o pedido libertação sob fiança apresentado pela sua advogada. O juiz militar fundamentou a sua decisão dizendo que a jovem era «demasiado perigosa».
A adolescente foi presa em 19 de Dezembro, dias após se ter tornado viral um vídeo em que dava uma bofetada a um soldado israelita para tentar afastá-lo do pátio da sua casa em Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada. Pouco antes, um seu primo de 15 anos tinha sido atingido na cabeça com uma bala de borracha pelas forças de ocupação.
Ahed enfrenta agora cinco acusações de agressão às forças de segurança e «incitamento».
A Câmara Municipal de Palmela, na sua reunião pública do passado dia 10 de Janeiro, aprovou por unanimidade uma moção reclamando Liberdade para Ahed Tamimi e todos os menores palestinos presos.
O MPPM saúda mais esta deliberação da Câmara Municipal de Palmela, que se tem relevado um verdadeiro exemplo de empenho autárquico na solidariedade com a causa do povo palestino.
A moção vem somar-se ao larguíssimo movimento que no mundo inteiro protesta contra a detenção e reclama a liberdade de Ahed Tamimi de todos os presos palestinos nas prisões de Israel.
É o seguinte o texto integral da moção:
LIBERDADE PARA AHED TAMIMI E TODOS OS MENORES PALESTINOS PRESOS
Ahed Tamimi, de 16 anos, conhecida ativista palestina contra a ocupação, foi detida na madrugada do dia 19 de dezembro por militares e polícias de fronteira de Israel que assaltaram a sua casa, na aldeia de Nabi Saleh, na Margem Ocidental ocupada.
Entrevista de Anne-Laure Le Gall a Corinne e Laurent Mérer publicada no Paris Match em 4 de Janeiro de 2018
 
«A colonização na Palestina é um cancro que desenvolve diariamente as suas metástases»: é esta a conclusão extremamente forte de Corinne e Laurent Mérer, dois voluntários católicos que passaram três meses nos Territórios Ocupados.

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