Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

As forças de ocupação israelitas impuseram uma série de brutais medidas de punição colectiva contra a família do suspeito de um alegado ataque por atropelamento ontem, 16 de Março, perto do colonato israelita ilegal de Reihan, no Norte da Cisjordânia ocupada.
No alegado ataque, ocorrido junto a um posto militar na estrada entre os colonatos israelitas de Mevo Dotan e Hermesh, morreram dois soldados israelitas e ficaram feridos outros três, um deles em estado grave.
O alegado atacante, identificado como Ala Rateb Abed al-Latif Kabha, de 26 anos, ficou moderadamente ferido e foi levado sob prisão para o Hospital Hillel Yaffe em Hadera, Israel. Anteriormente tinha estado preso durante 17 meses numa cadeia israelita, tendo sido libertado em Abril passado.
Rachel Corrie, activista estado-unidense solidária com a causa palestina, foi morta em 2003 por um buldózer do exército israelita que se preparava para demolir a casa de um palestino na Faixa de Gaza. Tinha 23 anos. Hoje é o 15.º aniversário da sua morte.
Nascida em 10 de Abril de 1979, Rachel foi para a Faixa de Gaza em 2003 como voluntária do International Solidarity Movement, um grupo não violento de activistas pró-palestinos.
Em 16 de Março de 2003, na cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, Rachel colocou-se diante de um buldózer israelita na esperança de impedir que demolisse a casa de uma família palestina. Rachel pensava que a sua aparência estrangeira e cabelo loiro dissuadiriam o buldózer. Porém, embora estivesse a usar um megafone e envergasse um colete cor de laranja fluorescente que a tornava claramente visível, foi esmagada pelo buldózer.
Análise da AFPS – Association France-Palestine Solidarité publicada em 9 de Março de 2018
 
Em finais de 1947, quando as Nações Unidas recomendaram a partição da Palestina num Estado judaico e num Estado árabe, a Palestina era habitada por um terço de judeus e dois terços de árabes palestinos. Um ano mais tarde, 80% da população árabe palestina do território que, entretanto, se tornara israelita viviam no exílio em campos de refugiados, e mais de 500 aldeias e 11 bairros de cidades palestinas tinham sido destruídos ou arrasados. Esta limpeza étnica foi meticulosamente preparada, particularmente no Plano Daleth. Em alguns meses, os dirigentes do movimento sionista organizaram a «transferência», por meio da violência e da intimidação, da população árabe palestina.
O activista palestino Munther Amira, considerado «preso de consciência» pela Amnistia Internacional, foi condenado a seis meses de prisão pelo tribunal militar israelita de Ofer no passado dia 12 de Março.
Dirigente do Comité de Coordenação da Luta Popular (PSCC) na Cisjordânia ocupada e educador social no campo de refugiados de Aida, em Belém, Munther Amira foi preso durante protestos pacíficos no final de Dezembro.
Ao ser preso, em 27 de Dezembro de 2017, exibia um cartaz com as fotos das mulheres da família Tamimi presas poucos dias antes, o que é considerado uma infração penal pela lei militar imposta aos palestinos que vivem no território ocupado. Seriam igualmente «criminosas» a sua participação em protestos contra o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel e contra as comemorações da Declaração de Balfour.
As autoridades israelitas prenderam mais de 15.000 mulheres palestinas desde 1967, quando se iniciou a ocupação por Israel da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental, revelaram estatísticas oficiais publicadas na quarta-feira, 7 de Março.
Um relatório elaborado por Abdel Nasser Ferwaneh, do Comité para os Assuntos dos Presos e Presos Libertos da OLP , acusou a ocupação israelita de ataques crescentes contra as mulheres palestinas nestes últimos anos, revelando que Israel prendeu 445 mulheres, incluindo várias menores, desde o início da chamada «Intifada de Jerusalém», em Outubro de 2015.
Ferwaneh acrescentou que dezenas de mulheres foram alvejadas e feridas pelas forças de ocupação israelitas antes da sua detenção.
«Na maioria das vezes, as mulheres são presas em casa a meio da noite», explicou Ferwaneh, «sendo espancadas e submetidas a tratamento severo, e quando presas são expostas a torturas físicas e psicológicas.»
Um jovem palestino foi morto hoje, 10 de Março, por forças do exército israelita. Amir Omar Shahada, de 19 anos, foi atingido a tiro no peito na aldeia de Urif, perto da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada.
O incidente fatal ocorreu depois de um grupo de colonos extremistas do vizinho colonato israelita de Yitzhar invadirem a aldeia, provocando a reacção dos moradores. Pouco depois, dezenas de soldados israelitas invadiram a aldeia para assegurar a retirada dos colonos e começaram a disparar balas reais, balas de aço revestidas de borracha, bombas de gás e granadas de atordoamento contra os palestinos, muitos dos quais ripostaram lançando pedras.
Um rapaz palestino de 14 anos foi também atingido numa perna, e muitos palestinos sofreram os efeitos da inalação de gás lacrimogéneo.
As forças de ocupação israelitas detiveram pelo menos 17 palestinos em várias incursões na madrugada de hoje, 6 de Março, em toda a Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas.
A agência oficial palestina Wafa informou que forças israelitas com cães assaltaram uma casa pertencente à família Jarrar em Silat al-Harithiya, perto de Jenin. Toda a família esteve retida pelos soldados durante mais de duas horas, enquanto mulheres soldados revistavam as mulheres, detendo depois a estudante universitária Fatima Jarrar. Foi também detido Ibrahim Kamel al-Shalabi.
Os soldados também dispararam bombas de gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento contra os numerosos jovens que protestaram e lançaram pedras contra o jipe invasor.
Um agricultor palestino morreu hoje no Sul da Faixa de Gaza depois de ser gravemente ferido a tiro por soldados israelitas, que o alvejaram quando trabalhava no seu terreno.
O Ministério da Saúde palestino informou que Mohammed Ata Abu Jame, de 59 anos, foi atingido nas costas pelos soldados israelitas enquanto trabalhava a terra. Transportado para o Hospital Nasser, em Khan Younis, veio a morrer devido aos seus ferimentos.
Segundo o exército de Israel, citado pelo jornal Haaretz, o homem entrou numa zona-tampão e aproximou-se da cerca da fronteira de Gaza com Israel, tendo sido baleado porque as forças do exército temiam que ele tentasse atravessar.
Testemunhas oculares palestinas afirmaram que o agricultor estava sozinho e não havia confrontos na área quando foi alvejado pelos soldados israelitas estacionados numa torre de observação.
As autoridades de ocupação israelitas impedem a entrega do corpo de um pescador palestino morto no domingo, 25 de Fevereiro, enquanto pescava ao largo da Faixa de Gaza cercada.
No domingo, a marinha da ocupação israelita matou a tiro o pescador palestino Ismail Saleh Abu Reyala, de 18 anos, ao largo da Faixa de Gaza.
O jovem navegava a bordo de um barco de pesca, acompanhado por Mahmoud Adel Abu Reyala, que foi ferido com uma bala no peito, e Ahed Abu Ali, quando o barco foi atacado depois de alegadamente «se desviar da zona de pesca designada», segundo o exército de Israel. Porém, o sindicato dos pescadores de Gaza afirma que o barco de Abu Reyala foi alvejado quando regressava à costa e que os pescadores não violaram os limites da zona de pesca.
Dezenas de soldados israelitas invadiram, na madrugada de ontem, 26 de Fevereiro, a aldeia de Nabi Saleh, na Cisjordânia ocupada, e prenderam dez membros da família Tamimi.
Entre eles conta-se Mohammed Tamimi, de 15 anos, primo de Ahed Tamimi. No dia 15 de Dezembro passado, durante uma invasão das forças israelitas à aldeia, foi atingido com uma bala de borracha na cabeça. Gravemente ferido, foi operado por médicos que lhe extraíram fragmentos de bala do crânio.
Uma grande força militar israelita entrou em Nabi Saleh de madrugada, prendendo, além de Mohamed, também Soheib Sameeh Tamimi, de 14 anos, Ahmad Sami Tamimi, de 19, Moayyad Hamza Tamimi, de 17, Mohammed Mojahed Tamimi, de 15, Amjad Abdul-Hafith Tamimi, de 28, Omar Saleh Tamimi, de 29, Islam Saleh Tamimi, de 21 e We’am Eyad Tamimi, de 17.

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