Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O Exército israelita enviou para a fronteira de Gaza 100 atiradores de elite com autorização para usar munições reais, como parte dos preparativos para reprimir as manifestações palestinas planeadas a partir da próxima sexta-feira.
Os organizadores afirmaram esperar que milhares de pessoas de Gaza, incluindo famílias inteiras, respondam ao apelo para se reunirem em tendas em cinco locais ao longo da fronteira entre o território sitiado e Israel, num protesto de seis semanas pelo direito de retorno dos refugiados palestinos, vítimas da limpeza étnica efectuada por Israel em 1948.
Segundo os organizadores, a marcha permanecerá a 700 metros da vedação fronteiriça com Israel para evitar atritos com as forças israelitas. Um membro do comité organizador declarou ao jornal israelita Haaretz que o objectivo é apresentar o caso dos palestinos ao mundo e não envolver-se em confrontos com o exército israelita.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou várias resoluções sobre Israel e a sua ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Montes de Golã, e também sobre as violações dos direitos humanos dos palestinos, durante a sua 37.ª sessão, que terminou na passada sexta-feira, 23 de Março.
Uma das resoluções pede à comunidade internacional um embargo da venda de armas a Israel, fazendo-se eco das campanhas internacionais a favor de um embargo da venda de armas a Israel desde o seu último ataque contra a Faixa de Gaza, em 2014.
Outras resoluções apelam a Israel a que se retire dos Montes Golã ocupados, tomados à Síria após a guerra de 1967, regresse às fronteiras anteriores a 1967 e suspenda a construção de colonatos na Cisjordânia. A última resolução condena Israel pelas suas violações dos direitos humanos dos palestinos que vivem sob a ocupação.
No dia Dia Mundial da Água, 22 de Março, Israel continua a negar ao povo palestino o direito à água.
Contrariamente ao que se quer fazer crer, a falta de água nos territórios palestinos ocupados não é devida a um problema climático ou técnico, mas sim a um problema político.
Na guerra de 1967 Israel apossou-se de todos os recursos hídricos dos Montes Golã e da Cisjordânia recém-ocupados, cumprindo assim o objectivo que já em 1919 era afirmado pela delegação sionista à Conferência de Paz de Paris. Israel mantém ainda hoje o controlo exclusivo sobre todos os recursos hídricos existentes entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, com excepção da pequena parte do aquífero costeiro existente sob a Faixa de Gaza, e utiliza a água segundo as suas conveniências, ignorando as necessidades dos palestinos.
O tribunal militar israelita de Ofer, na Cisjordânia ocupada, condenou hoje Ahed Tamimi a oito meses de prisão e uma multa de 5000 shekels (1370 euros) e sua mãe, Nariman, também a oito meses de prisão e uma multa de 6000 shekels (1400 euros), após um acordo entre a sua advogada e a procuradoria militar.
Ahed Tamimi — uma das 356 crianças e adolescentes palestinos actualmente nas cadeias israelitas — foi presa em 19 de Dezembro pelas forças de ocupação quando tinha apenas 16 anos (completou, entretanto, 17 anos). Foi acusada de esbofetear um soldado israelita que invadiu a casa da sua família na aldeia de Nabi Saleh, perto de Ramala. Pouco antes deste episódio, o seu primo Mohammed, de 15 anos, tinha sido baleado na cabeça por soldados israelitas, ficando em estado muito grave. A mãe, Nariman, foi presa no mesmo dia por filmar o incidente e colocar o vídeo na internet, sendo por isso acusada de «incitamento».
As forças israelitas prenderam 1319 palestinos dos territórios ocupados durante os meses de Janeiro e Fevereiro, informa um comunicado do grupo de defesa dos presos palestinos Addameer, que cita um relatório conjunto da Associação de Assuntos dos Presos e Liberdades, do Clube de Presos Palestinos, do Addameer e do Centro Al Mezan de Direitos Humanos.
Entre os detidos contam-se 274 menores, 23 mulheres e 4 jornalistas.
Os presos têm as seguintes proveniências: 381 indivíduos de Jerusalém; 233 do distrito de Ramala e al-Bireh e 20 do distrito de Salfit, na Cisjordânia Central; 140 do distrito de Hebron e 118 do distrito de Belém, no Sul da Cisjordânia; 133 do distrito de Jenin, 107 do distrito de Nablus, 59 do distrito de Tulkarem e 54 do distrito de Qalqiliya, no Norte da Cisjordânia; 21 do distrito de Jericó e 30 da Faixa de Gaza.
As forças de ocupação israelitas impuseram uma série de brutais medidas de punição colectiva contra a família do suspeito de um alegado ataque por atropelamento ontem, 16 de Março, perto do colonato israelita ilegal de Reihan, no Norte da Cisjordânia ocupada.
No alegado ataque, ocorrido junto a um posto militar na estrada entre os colonatos israelitas de Mevo Dotan e Hermesh, morreram dois soldados israelitas e ficaram feridos outros três, um deles em estado grave.
O alegado atacante, identificado como Ala Rateb Abed al-Latif Kabha, de 26 anos, ficou moderadamente ferido e foi levado sob prisão para o Hospital Hillel Yaffe em Hadera, Israel. Anteriormente tinha estado preso durante 17 meses numa cadeia israelita, tendo sido libertado em Abril passado.
Rachel Corrie, activista estado-unidense solidária com a causa palestina, foi morta em 2003 por um buldózer do exército israelita que se preparava para demolir a casa de um palestino na Faixa de Gaza. Tinha 23 anos. Hoje é o 15.º aniversário da sua morte.
Nascida em 10 de Abril de 1979, Rachel foi para a Faixa de Gaza em 2003 como voluntária do International Solidarity Movement, um grupo não violento de activistas pró-palestinos.
Em 16 de Março de 2003, na cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, Rachel colocou-se diante de um buldózer israelita na esperança de impedir que demolisse a casa de uma família palestina. Rachel pensava que a sua aparência estrangeira e cabelo loiro dissuadiriam o buldózer. Porém, embora estivesse a usar um megafone e envergasse um colete cor de laranja fluorescente que a tornava claramente visível, foi esmagada pelo buldózer.
Análise da AFPS – Association France-Palestine Solidarité publicada em 9 de Março de 2018
 
Em finais de 1947, quando as Nações Unidas recomendaram a partição da Palestina num Estado judaico e num Estado árabe, a Palestina era habitada por um terço de judeus e dois terços de árabes palestinos. Um ano mais tarde, 80% da população árabe palestina do território que, entretanto, se tornara israelita viviam no exílio em campos de refugiados, e mais de 500 aldeias e 11 bairros de cidades palestinas tinham sido destruídos ou arrasados. Esta limpeza étnica foi meticulosamente preparada, particularmente no Plano Daleth. Em alguns meses, os dirigentes do movimento sionista organizaram a «transferência», por meio da violência e da intimidação, da população árabe palestina.
O activista palestino Munther Amira, considerado «preso de consciência» pela Amnistia Internacional, foi condenado a seis meses de prisão pelo tribunal militar israelita de Ofer no passado dia 12 de Março.
Dirigente do Comité de Coordenação da Luta Popular (PSCC) na Cisjordânia ocupada e educador social no campo de refugiados de Aida, em Belém, Munther Amira foi preso durante protestos pacíficos no final de Dezembro.
Ao ser preso, em 27 de Dezembro de 2017, exibia um cartaz com as fotos das mulheres da família Tamimi presas poucos dias antes, o que é considerado uma infração penal pela lei militar imposta aos palestinos que vivem no território ocupado. Seriam igualmente «criminosas» a sua participação em protestos contra o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel e contra as comemorações da Declaração de Balfour.
As autoridades israelitas prenderam mais de 15.000 mulheres palestinas desde 1967, quando se iniciou a ocupação por Israel da Cisjordânia, da Faixa de Gaza e de Jerusalém Oriental, revelaram estatísticas oficiais publicadas na quarta-feira, 7 de Março.
Um relatório elaborado por Abdel Nasser Ferwaneh, do Comité para os Assuntos dos Presos e Presos Libertos da OLP , acusou a ocupação israelita de ataques crescentes contra as mulheres palestinas nestes últimos anos, revelando que Israel prendeu 445 mulheres, incluindo várias menores, desde o início da chamada «Intifada de Jerusalém», em Outubro de 2015.
Ferwaneh acrescentou que dezenas de mulheres foram alvejadas e feridas pelas forças de ocupação israelitas antes da sua detenção.
«Na maioria das vezes, as mulheres são presas em casa a meio da noite», explicou Ferwaneh, «sendo espancadas e submetidas a tratamento severo, e quando presas são expostas a torturas físicas e psicológicas.»

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