Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Forças israelitas assaltaram vários meios de comunicação social palestinos na Margem Ocidental ocupada e prenderam dois jornalistas, durante a noite de terça para quarta-feira (17 para 18 de Outubro), confiscando equipamentos e fechando instalações.
Entre as empresas alvo da repressão encontram-se o canal Al-Quds em Hebron, Pal Media em Belém e Ramala, os canais Al-Aqsa e Palestine Alyoum em Ramala, bem como os escritórios da Trans Media em Nablus e Hebron.
As forças israelitas também prenderam o director da TransMedia em Hebron, Amer Al-Jaabari, e o diretor administrativo, Ibrahim Al-Jaabari.
O governo da Autoridade Palestina condenou vigorosamente os ataques e encerramentos, que descreveu como uma «flagrante violação de todas as resoluções internacionais», acrescentando que «estes ataques fazem parte dos planos de Israel para desviar a atenção das atrocidades que comete».
A comissão de pais do bairro de al-Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada por Israel, suspendeu hoje, 17 de Outubro, as aulas em todas as escolas para protestar contra a brutalidade da polícia israelita contra os alunos, informa a agência noticiosa palestina WAFA.
A comissão de pais decidiu numa reunião realizada ontem, segunda-feira, suspender as aulas em todas as escolas a partir de hoje e por prazo indeterminado, exigindo o fim das permanentes incursões militares de Israel, especialmente desde o início do novo ano lectivo.
Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), condenou os planos de Israel para construir cerca de 4000 novas unidades habitacionais nos colonatos israelitas ilegais da Margem Ocidental ocupada, informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
As declarações de Ashrawi surgem na sequência de notícias publicadas na comunicação social israelita segundo as quais o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se prepara para aprovar a construção de 3829 casas nos colonatos, como o próprio Netanyahu teria prometido a líderes dos colonos no mês passado.
«Israel está claramente determinado a reforçar a ocupação militar e a colonização ilegal, reafirmando as suas intenções de desalojar a Palestina e substitui-la pelo 'Grande Israel'», disse Ashrawi, destacando que serão concedidas autorizações para colonatos onde há anos não há construção.
Entre 200 e 300 colonos e outros israelitas de direita, escoltados por polícias israelitas, invadiram o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, no domingo de manhã, 8 de Outubro, por ocasião da festividade judaica do Sukkot.
Segundo a agência noticiosa palestina Ma'an, cerca de 7 horas da manhã começaram a entrar no recinto os grupos de israelitas, muitos dos quais realizaram rituais judaicos. As forças israelitas impuseram severas restrições à entrada de fiéis muçulmanos.
Após a anexação ilegal de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, Israel tem mantido um compromisso com a Waqf (instituição islâmica que gere o complexo) para não permitir orações de não-muçulmanos no complexo de Al-Aqsa. No entanto, muitas vezes fiéis judeus violam o acordo, particularmente durante as festividades judaicas.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, minimizou drasticamente a extensão da ocupação da Margem Ocidental por Israel, provocando as críticas de Saeb Erekat, secretário-geral da OLP, e de Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da organização.
Israel ocupa «apenas 2% da Margem Ocidental», disse Friedman numa entrevista publicada ontem, 29 de Outubro, pelo sítio de informação israelita Walla.
O n.º 2 da Organização de Libertação da Palestina declarou nas redes sociais que Friedman está a «validar as políticas de ocupação e anexação do governo israelita». «Israel é reconhecido internacionalmente como a potência que ocupa 100% da Palestina, incluindo Jerusalém Oriental e os seus arredores», disse Saeb Erekat, acrescentadno que as palavras de Friedman não são somente «erradas, mas contradizem o direito internacional, as resoluções das Nações Unidas e a posição histórica americana».
O Comissário dos Direitos Humanos da ONU começou há duas semanas a enviar cartas para 150 empresas de Israel e do mundo inteiro, advertindo-as de que estão prestes a ser incluídas numa base de dados de empresas que fazem negócios nos colonatos israelitas da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental ocupadas, noticiou o jornal israelita Haaretz, citando anónimos altos funcionários israelitas e diplomatas ocidentais.
As cartas enviadas por Zeid Ra'ad Al Hussein dizem que essas empresas estão a realizar negócios nos «territórios palestinos ocupados» e poderiam por isso vir a integrar a lista negra da ONU de empresas que actuam em violação «do direito interno e decisões da ONU».
Um diplomata ocidental observou que, das 150 empresas, cerca de 30 eram estado-unidenses, havendo várias de países como a Alemanha, Coreia do Sul e Noruega. Metade são empresas israelitas.
A Adminstração Civil israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) deverá fazer avançar já na próxima semana planos para até 2000 novas casas em colonatos na Margem Ocidental ocupada.
Segundo uma notícia publicada ontem, 24 de Setembro, pelo jornal israelita Haaretz, um alto funcionário governamental falando sob anonimato declarou que a maioria das casas em questão «irão simplesmente avançar para uma outra fase do processo de planeamento», mas deverão ser também aprovados alguns concursos para construção imediata.
Um dos planos que devem receber aprovação final é o da construção de 300 casas novas no colonato de Beit El, no distrito de Ramala da Margem Ocidental ocupada, «que o governo prometeu a dirigentes dos colonos há mais de cinco anos, após a demolição de casas construídas ilegalmente» no colonato.
Forças israelitas detiveram hoje, 23 de Setembro, dois adolescentes palestinos na cidade de Hebron, no sul da Margem Ocidental ocupada.
A agência noticiosa oficial palestina Wafa informou que forças israelitas invadiram a área de Bab al-Zawiya da cidade de Hebron e detiveram Salim Muhammad Samouh e Hamdi Khalil Qawasmeh, ambos de 14 anos, por razões desconhecidas.
Os ataques israelitas a cidades, vilas e campos de refugiados palestinos são diários na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas.
O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, afirmou que os colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada, que são ilegais à luz do direito internacional, garantem a segurança de Israel, noticiou ontem, 18 de Setembro, o jornal israelita The Jerusalem Post.
As declarações de Lieberman tiveram lugar no decurso de uma visita ao colonato de Vered Yeriho, perto da cidade palestina de Jericó, na Margem Ocidental ocupada.
«Do meu ponto de vista, é claro que os colonatos na Judeia e Samaria [como Israel designa a Margem Ocidental ocupada], e os daqui da área de Jericó e do Mar Morto, são a verdadeira muralha defensiva do Estado de Israel. … No fim de contas, o que é determinante é quem está no terreno. Os colonatos sempre foram os pioneiros da segurança [de Israel]», afirmou o ministro.
Na aldeia de Jubbet ad-Dhib, na Margem Ocidental ocupada, foi reconstruída a escola que as autoridades israelitas tinham confiscado na véspera do início das aulas.
Na noite da passada sexta-feira, 8 de Setembro, activistas e funcionários do Ministério da Educação palestino reconstruíram cinco salas de aula, depois de, em 22 de Agosto, as autoridades israelitas terem confiscado várias casas móveis, oferecidas por organizações europeias, que iriam servir de salas de aula a 64 alunos, do primeiro ao quarto ano de escolaridade.

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