Israel envia 100 atiradores de elite para a fronteira de Gaza contra «Grande Marcha do Regresso» palestina

O Exército israelita enviou para a fronteira de Gaza 100 atiradores de elite com autorização para usar munições reais, como parte dos preparativos para reprimir as manifestações palestinas planeadas a partir da próxima sexta-feira.
Os organizadores afirmaram esperar que milhares de pessoas de Gaza, incluindo famílias inteiras, respondam ao apelo para se reunirem em tendas em cinco locais ao longo da fronteira entre o território sitiado e Israel, num protesto de seis semanas pelo direito de retorno dos refugiados palestinos, vítimas da limpeza étnica efectuada por Israel em 1948.
Segundo os organizadores, a marcha permanecerá a 700 metros da vedação fronteiriça com Israel para evitar atritos com as forças israelitas. Um membro do comité organizador declarou ao jornal israelita Haaretz que o objectivo é apresentar o caso dos palestinos ao mundo e não envolver-se em confrontos com o exército israelita.
Mas o chefe do Estado-Maior do Exército israelita, tenente-general Gadi Eizenkot, afirmou numa entrevista publicada hoje no diário israelita Yedioth Ahronoth: «Colocámos no terreno mais de 100 atiradores de elite que foram chamados de todas as unidades militares, principalmente das forças especiais». E acrescentou que os atiradores especiais e outras tropas mobilizadas para a zona estão autorizados a usar «muita força» e munições reais para manter os manifestantes longe da vedação fronteiriça.
Os palestinos vão empreender uma grande acção de protesto pacífica, intitulada «Grande Marcha do Regresso», a partir da próxima sexta-feira. O seu início está simbolicamente ligado ao Dia da Terra Palestina, 30 de Março, que recorda os seis cidadãos palestinos de Israel mortos em 1976 pelas forças repressivas israelitas em manifestações contra o confisco de terras.
O protesto deve estender-se até 15 de Maio, o dia que os palestinos designam por «Nakba», a «Catástrofe», a limpeza étnica de mais de 700.000 palestinos por Israel em 1948.
Os palestinos exigem o direito de os refugiados regressarem às terras de onde foram expulsos, tal como prescreve a resolução 194 da ONU.
 
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