Conselho de Direitos Humanos da ONU critica Israel e apela ao embargo de armas

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas adoptou várias resoluções sobre Israel e a sua ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Montes de Golã, e também sobre as violações dos direitos humanos dos palestinos, durante a sua 37.ª sessão, que terminou na passada sexta-feira, 23 de Março.
Uma das resoluções pede à comunidade internacional um embargo da venda de armas a Israel, fazendo-se eco das campanhas internacionais a favor de um embargo da venda de armas a Israel desde o seu último ataque contra a Faixa de Gaza, em 2014.
Outras resoluções apelam a Israel a que se retire dos Montes Golã ocupados, tomados à Síria após a guerra de 1967, regresse às fronteiras anteriores a 1967 e suspenda a construção de colonatos na Cisjordânia. A última resolução condena Israel pelas suas violações dos direitos humanos dos palestinos que vivem sob a ocupação.
Embora as resoluções sejam sobretudo simbólicas, já que a ONU não possui um mecanismo para impor a sua aplicação, representam um revés diplomático para Israel e o seu principal aliado, os Estados Unidos.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, aproveitou a oportunidade para acusar o conselho de «enviesamento» contra Israel e ameaçar a retirada do seu país do conselho.
Israel tem intensificado a colonização e as medidas visando a anexação dos territórios palestinos, encorajado pelo apoio estado-unidense e em particular pela decisão do presidente Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de para aí transferir a embaixada dos EUA. A parte oriental de Jerusalém, ocupada por Israel em 1967, é considerada «território ocupado» pelo direito internacional.
Apesar da intensa pressão e ameaças do governo dos EUA e de Israel, a maioria dos membros manteve-se firme e recusou retirar o Artigo VII, que trata das políticas e violações da ocupação israelita contra o povo palestino, comentou Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da OLP, acrescentando: «Ao adoptar essas quatro resoluções, o Conselho reafirmou o direito de nosso povo à independência e a um Estado soberano nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.»
 
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