As autoridades israelitas declararam hoje, 27 de Outubro, a intenção de levar a cabo uma campanha de demolição em larga escala no bairro de Kafr Aqab, na parte norte de Jerusalém ocupada.
Israel ocupou a parte oriental da cidade e anexou-a em 1980, alargando posteriormente os limites municipais.
Segundo o jornal israelita Haaretz, o município israelita de Jerusalém ocupada prepara-se para demolir cinco prédios palestinos, com um total de 138 apartamentos, por alegadamente terem sido construído sem licença. Todos os apartamentos estão vendidos e cerca de 20 famílias já lá residem.
Na semana passada um tribunal israelita rejeitou o recurso dos moradores palestinos, abrindo caminho à demolição.
Os ministros de Israel devem votar na próxima semana o projecto de lei da chamada «Grande Jerusalém», que iria alargar as fronteiras municipais de Jerusalém de modo a anexar 19 colonatos israelitas na Margem Ocidental, noticia o jornal israelita Haaretz.
Israel ocupou a parte oriental de Jerusalém em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias, e anexou-a em 1980, declarando a cidade «capital eterna e indivisível de Israel». No entanto, a anexação não é reconhecida por nenhum país do mundo.
No início deste mês o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deu o seu apoio ao projecto de lei, que permitiria que os colonos conservassem a sua autonomia mas lhes daria o direito de voto na eleição para presidente da câmara da cidade.
Israel prendeu pelo menos 66 palestinos durante a noite de domingo para segunda-feira (22-23 de Outubro) na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupados.
Na Margem Ocidental ocupada foram detidos 15 jovens palestinos por «motivos de segurança», segundo um comunicado do exército israelita.
Por outro lado, no bairro de Issawiyeh, em Jerusalém Oriental ocupada, as forças repressivas israelitas detiveram mais de 50 palestinos, numa campanha em grande escala. Forças especiais da polícia e agentes dos serviços de informações israelitas, com apoio de um helicóptero, invadiram o bairro à meia-noite e realizaram rusgas num grande número de casas.
O advogado Mohammad Mahmoud (do Centro de Informações Wadi Hilweh, especializado na defesa de menores), que conseguiu visitar a maioria dos detidos, afirmou que eram todos adolescentes com idades entre 15 e 18 anos de idade.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou quinta-feira, 19 de Outubro, que Israel nunca abandonará os colonatos situados no Vale do rio Jordão, localizado na parte oriental do território palestino ocupado da Margem Ocidental.
Netanyahu fez esta declaração no discurso que proferiu numa cerimónia para assinalar os 50 anos dos colonatos israelitas no Vale do Jordão.
«O Vale do Jordão permanecerá sempre uma parte de Israel. Vamos continuar a colonizá-lo, a investir em infra-estruturas e no turismo», afirmou Netanyahu. «O vale é uma cintura defensiva estratégica para o país, e sem ele o dilúvio fundamentalista poderia alcançar o interior, até Gush Dan. Assim, nossa linha defensiva oriental começa neste lugar. Se nós não estivermos aqui, Teerão e o Hamastão estarão aqui. Não vamos deixar que isso aconteça.»
Forças israelitas assaltaram vários meios de comunicação social palestinos na Margem Ocidental ocupada e prenderam dois jornalistas, durante a noite de terça para quarta-feira (17 para 18 de Outubro), confiscando equipamentos e fechando instalações.
Entre as empresas alvo da repressão encontram-se o canal Al-Quds em Hebron, Pal Media em Belém e Ramala, os canais Al-Aqsa e Palestine Alyoum em Ramala, bem como os escritórios da Trans Media em Nablus e Hebron.
As forças israelitas também prenderam o director da TransMedia em Hebron, Amer Al-Jaabari, e o diretor administrativo, Ibrahim Al-Jaabari.
O governo da Autoridade Palestina condenou vigorosamente os ataques e encerramentos, que descreveu como uma «flagrante violação de todas as resoluções internacionais», acrescentando que «estes ataques fazem parte dos planos de Israel para desviar a atenção das atrocidades que comete».
A comissão de pais do bairro de al-Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada por Israel, suspendeu hoje, 17 de Outubro, as aulas em todas as escolas para protestar contra a brutalidade da polícia israelita contra os alunos, informa a agência noticiosa palestina WAFA.
A comissão de pais decidiu numa reunião realizada ontem, segunda-feira, suspender as aulas em todas as escolas a partir de hoje e por prazo indeterminado, exigindo o fim das permanentes incursões militares de Israel, especialmente desde o início do novo ano lectivo.
Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), condenou os planos de Israel para construir cerca de 4000 novas unidades habitacionais nos colonatos israelitas ilegais da Margem Ocidental ocupada, informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
As declarações de Ashrawi surgem na sequência de notícias publicadas na comunicação social israelita segundo as quais o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se prepara para aprovar a construção de 3829 casas nos colonatos, como o próprio Netanyahu teria prometido a líderes dos colonos no mês passado.
«Israel está claramente determinado a reforçar a ocupação militar e a colonização ilegal, reafirmando as suas intenções de desalojar a Palestina e substitui-la pelo 'Grande Israel'», disse Ashrawi, destacando que serão concedidas autorizações para colonatos onde há anos não há construção.
Entre 200 e 300 colonos e outros israelitas de direita, escoltados por polícias israelitas, invadiram o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, no domingo de manhã, 8 de Outubro, por ocasião da festividade judaica do Sukkot.
Segundo a agência noticiosa palestina Ma'an, cerca de 7 horas da manhã começaram a entrar no recinto os grupos de israelitas, muitos dos quais realizaram rituais judaicos. As forças israelitas impuseram severas restrições à entrada de fiéis muçulmanos.
Após a anexação ilegal de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, Israel tem mantido um compromisso com a Waqf (instituição islâmica que gere o complexo) para não permitir orações de não-muçulmanos no complexo de Al-Aqsa. No entanto, muitas vezes fiéis judeus violam o acordo, particularmente durante as festividades judaicas.
O embaixador dos Estados Unidos em Israel, David Friedman, minimizou drasticamente a extensão da ocupação da Margem Ocidental por Israel, provocando as críticas de Saeb Erekat, secretário-geral da OLP, e de Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da organização.
Israel ocupa «apenas 2% da Margem Ocidental», disse Friedman numa entrevista publicada ontem, 29 de Outubro, pelo sítio de informação israelita Walla.
O n.º 2 da Organização de Libertação da Palestina declarou nas redes sociais que Friedman está a «validar as políticas de ocupação e anexação do governo israelita». «Israel é reconhecido internacionalmente como a potência que ocupa 100% da Palestina, incluindo Jerusalém Oriental e os seus arredores», disse Saeb Erekat, acrescentadno que as palavras de Friedman não são somente «erradas, mas contradizem o direito internacional, as resoluções das Nações Unidas e a posição histórica americana».
O Comissário dos Direitos Humanos da ONU começou há duas semanas a enviar cartas para 150 empresas de Israel e do mundo inteiro, advertindo-as de que estão prestes a ser incluídas numa base de dados de empresas que fazem negócios nos colonatos israelitas da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental ocupadas, noticiou o jornal israelita Haaretz, citando anónimos altos funcionários israelitas e diplomatas ocidentais.
As cartas enviadas por Zeid Ra'ad Al Hussein dizem que essas empresas estão a realizar negócios nos «territórios palestinos ocupados» e poderiam por isso vir a integrar a lista negra da ONU de empresas que actuam em violação «do direito interno e decisões da ONU».
Um diplomata ocidental observou que, das 150 empresas, cerca de 30 eram estado-unidenses, havendo várias de países como a Alemanha, Coreia do Sul e Noruega. Metade são empresas israelitas.