Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Assinala-se hoje o 50.º aniversário da ocupação dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, da Margem Ocidental do rio Jordão e da Faixa de Gaza, assim como do território sírio dos Montes Golã, realizada durante a chamada «Guerra dos Seis Dias».

Em 5 de Junho de 1967, a pretexto de um inventado perigo para a sua existência e de um fantasioso ataque iminente, Israel desencadeou, sob o olhar complacente das potências ocidentais, uma guerra contra os países árabes seus vizinhos, Egipto, Síria e Jordânia. Às primeiras horas da manhã lançou um ataque de surpresa que destruiu no solo praticamente toda a aviação egípcia, prosseguindo nos dias seguintes uma agressão que conduziu à ocupação da Península do Sinai egípcia e de parte dos Montes Golã sírios.

As autoridades israelitas vão reunir-se na próxima semana para aprovar o avanço de pelo menos 2500 unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada, informou na sexta-feira a ONG israelita Peace Now. O Alto Comité de Planeamento da Administração Civil israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) deverá aprovar 27 planos relativos a colonatos ilegais na Margem Ocidental.
Um dos planos deverá fazer avançar a criação de 102 unidades habitacionais em Amichai, o primeiro novo colonato oficialmente criado pelo governo israelita em 25 anos. Destinado aos colonos evacuados do posto avançado de Amona, ilegal segundo o próprio direito israelita, será duas vezes e meia maior do que o posto avançado demolido.
Outro dos planos em discussão será a legalização retroactiva do posto avançado ilegal de Kerem Rein. O jornal israelita Haaretz avança que o posto avançado poderia mesmo ser expandido.
O MPPM assinalou o 69º aniversário da Nakba – designação dos povos árabes para a catástrofe que se abateu sobre o povo palestino com a criação do Estado de Israel. com uma sessão de solidariedade na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, leu uma carta de Karim Yunis – o preso político palestino há mais tempo nas prisões de Israel – escrita no 28º dia da greve de fome “pela liberdade e pela dignidade” que mais de 1.500 presos políticos palestinos estão a realizar.
Bruno Dias, deputado do PCP, e Ivan Gonçalves, deputado do PS, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, destacaram o papel deste grupo no esclarecimento da Questão Palestina, tanto entre parlamentares como junto da opinião pública.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos denunciou a repressão violenta de uma manifestação pacífica em Jerusalém Oriental ocupada realizada ontem, 29 de Abril, segundo informa a agência noticiosa palestina Ma'an. O sindicato afirma num comunicado divulgado que 13 jornalistas palestinos ficaram feridos ao tentarem cobrir a manifestação.
A polícia israelita tinha evacuado à força um sit-in pacífico organizado junto à Porta de Damasco da Cidade Velha de Jerusalém, com o objectivo de expressar apoio aos cerca de 1500 presos políticos palestinos que estão em greve da fome nas prisões israelitas desde há 14 dias.
Depois de desfilarem pelas ruas, gritando palavras de ordem de solidariedade com os grevistas da fome, os manifestantes foram perseguidos pela polícia israelita a cavalo. A polícia também rasgou e confiscou retratos de presos palestinos que os manifestantes levavam. As forças israelitas agrediram e detiveram quatro activistas.
Dezenas de pessoas ficaram hoje feridas em resultado de confrontos entre palestinos e forças militares israelitas na Margem Ocidental ocupada, informa a Press TV. Os manifestantes demonstravam a sua solidariedade, no quadro do «Dia de Raiva» convocado pelo movimento Fatah, com os 1500 presos nas cadeias israelitas que se encontram em greve da fome por tempo indeterminado.
Segundo o jornal israelita Haaretz, houve protestos e confrontos em cerca de 15 cidades e campos de refugiados, incluindo Tuqu, Yatta, Al-Arroub e Qalandiyah, onde os manifestantes queimaram pneus. Soldados israelitas usaram gás lacrimogéneo e dispararam balas reais e revestidas de borracha.
O Crescente Vermelho palestino referiu que pelo menos 60 pessoas foram feridas por balas reais ou revestidas de borracha ou devido à inalação de gás lacrimogéneo.
O Plenário da Câmara Municipal de Barcelona aprovou uma moção no sentido de romper cumplicidades com o regime de ocupação israelita e a expansão colonial israelita na Palestina.
A moção, que recebeu o apoio dos grupos Barcelona en Comú, Partit Socialista de Catalunya, Candidatura d’Unitat Popular e Esquerra Republicana de Catalunya, condena a ocupação israelita e as políticas de colonização nos territórios palestinos e decide medidas que assegurem o respeito pelos direitos humanos.
A moção reconhece a legitimidade de iniciativas e campanhas não violentas promovidas pela sociedade civil palestina e internacional para reivindicar a defesa dos direitos humanos e do direito internacional humanitário na Palestina, informa um comunicado das organizações catalãs Boicot, Desinversions i Sancions Catalunya, Comunidad Palestina de Catalunya, Coalició Prou Complicitat amb Israel e Rescop (Red de Solidaridad contra la Ocupación de Palestina).
O governo israelita admitiu ter perdido os restos mortais de sete palestinos que foram mortos ao «cometer actos de terror» durante a Segunda Intifada, informou no dia 10 de Março o diário israelita Haaretz. A confissão está contida na resposta do Gabinete do Procurador do Estado israelita a requerimentos apresentados ao Supremo Tribunal de Israel por famílias dos palestinos mortos, exigindo a devolução dos corpos.
Porém, de pessoas afirma o Haaretz, é provável que o número cujos locais de sepultura são desconhecidos seja muito superior. Durante uma sessão do Supremo Tribunal no mês passado, promotores israelitas disseram que, de 123 petições apresentadas por famílias palestinas até 2015, apenas dois corpos tinham sido localizados.
O Parlamento israelita (Knesset), aprovou ontem, 4 de Abril, por 43 votos a favor e 33 contra, uma controversa lei que visa as construções ilegais. Manifestação do carácter discriminatório e racista do Estado sionista, nas comunidades palestinas de Israel o planeamento e licenciamento da construção podem levar décadas, o que não deixa aos moradores outra opção que não seja construir ilegalmente.
A chamada «Lei Kaminitz» eleva para três anos a pena máxima de prisão para os condenados por construírem sem autorização, actualmente de dois anos, aumenta o valor das multas e reduz os poderes dos tribunais para adiar a data das ordens de demolição, e aplicar-se-á também aos 300.000 palestinos que vivem nos territórios ocupados de Jerusalém Oriental.
Cerca de 2000 pessoas, na sua maioria judeus, desfilaram em Jerusalém ao início da noite de hoje, 1 de Abril, para denunciar 50 anos de ocupação israelita dos territórios palestinos.
Os manifestantes marcharam de Jerusalém Ocidental até perto da Porta de Jafa, na Cidade Velha, em Jerusalém Oriental ocupada, onde decorreu um comício em que se viam bandeiras israelitas e palestinas.
A manifestação é a primeira de uma série organizada pelo movimento Standing Together, marcando os 50 anos da ocupação israelita dos territórios palestinos desde a guerra de Junho de 1967. O movimento congrega organizações israelitas a favor da paz e partidos de esquerda israelitas, incluindo o partido secular Meretz e a Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), terceiro maior bloco parlamentar, com 13 deputados.
Israel desencadeou vivas críticas dos palestinos e da comunidade internacional ao aprovar em 30 de Março a criação de um novo colonato em pleno coração da Margem Ocidental ocupada. Trata-se do primeiro colonato criado por um governo israelita desde 1991, segundo informa a ONG israelita Paz Agora, que se dedica à monitorização da colonização israelita nos territórios palestinos ocupados.
O novo colonato, denominado Emek Shilo, situar-se-á perto do colonato já estabelecido de Shilo, no distrito de Ramala, na Margem Ocidental ocupada.
O jornal israelita Haaretz, citando um comunicado do gabinete do primeiro-ministro de Israel, diz que esta decisão faz parte de uma promessa de Benjamin Netanyahu às cerca de quarenta famílias de colonos do posto avançado «ilegal» de Amona, evacuado em Fevereiro após decisão da justiça israelita, por se encontrar situado em terrenos particulares palestinos.

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