Cerca de 5000 cidadãos israelitas, palestinos e judeus, provenientes de Jerusalém e de Israel inteiro, manifestaram-se na cidade israelita de Tel Aviv na noite de sábado, 4 de Fevereiro, em protesto contra as demolições de casas que visam cidadãos palestinos de Israel. Os manifestantes classificaram como «racista» contra os cidadãos palestinos a campanha de demolições levada a cabo pelo Estado de Israel.
O protesto foi organizado por cerca de 20 movimentos e grupos políticos, de direitos humanos e defensores da paz, incluindo a organização «Standing Together», o Conselho de Aldeias não Reconhecidas do Negev, o Partido Comunista de Israel e os partidos Meretz e Hadash, e ainda os Rabinos pelos Direitos Humanos, entre outros.
A administração do presidente Donald Trump surpreendeu muitos observadores na quinta-feira, 2 de Fevereiro, ao publicar um comunicado que vai a contra-corrente do anúncio da construção de um novo colonato na Margem Ocidental ocupada, feito na véspera pelo primeiro-ministro israelita.
«Embora nós não acreditemos que a existência de colonatos seja um impedimento à paz, a construção de novos colonatos ou a expansão dos colonatos existentes além das suas fronteiras actuais pode não ajudar a alcançar esse objetivo», diz uma declaração do secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer. Este acrescentou que «a administração não tomou uma posição oficial sobre a actividade de colonização» e que aguarda futuras discussões, incluindo com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que deverá encontrar-se com Trump a 15 de Fevereiro.
Israel aprovou a construção de milhares de novas casas em colonatos na Margem Ocidental ocupada, anunciou esta terça-feira, 31 de Janeiro, o gabinete do ministro da Defesa israelita, Avigdor Lieberman, segundo informa o jornal israelita Haaretz.
O comunicado afirma que Lieberman (líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu) e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, concordaram em aprovar a construção de mais de 3000 unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada.
«Estamos num novo período em que a vida na Judeia e Samaria [modo como Israel designa a Margem Ocidental ocupada] estão de volta ao caminho certo», diz Lieberman no comunicado.
O Knesset (parlamento de Israel) deverá avançar esta semana com a controversa «lei de legalização», depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ter dado instruções no sentido de fazer aprovar o acto legislativo, que visa o reconhecimento retroactivo pelo governo israelita de dezenas de colonatos e postos avançados ilegais na Margem Ocidental ocupada.
Numa declaração após a reunião semanal do gabinete israelita, no domingo, 29 de Janeiro, Netanyahu afirmou que o governo iria apresentar o «projecto de lei de legalização» (também conhecida como «de regularização» ou «de formalização») ao Knesset na segunda-feira, 30 de Janeiro.
«A lei foi concebida para normalizar o estatuto da colonização judaica na Judeia e Samaria [modo como Israel designa a Margem Ocidental ocupada] de uma vez por todas e evitar tentativas recorrentes de prejudicar o empreendimento dos colonatos», declarou Netanyahu.
Forças israelitas mataram um jovem palestino de 19 anos e feriram vários outros na madrugada de domingo, 29 de Janeiro, no campo de refugiados de Jenin, no norte da Margem Ocidental ocupada, após confrontos na sequência de uma invasão do campo pelo exército israelita, informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
O jovem, Muhammad Mahmoud Abu Khalifa, foi morto por uma bala na parte inferior das costas que lhe atravessou o corpo, saindo pelo abdómen. A agência noticiosa oficial palestina Wafa relatou que o jovem foi deixado no chão durante horas antes de as equipas de socorro poderem evacuar o corpo.
Pelo menos cinco outros jovens palestinos foram feridos, um deles com gravidade.
Dezenas de veículos militares invadiram o campo, depois de forças israelitas sob disfarce se terem aí infiltrado num veículo civil. Seguiram-se violentos confrontos que duraram várias horas.
Escavadoras escoltadas por forças militares israelitas arrancaram, na quinta-feira 25 de Janeiro, 500 oliveiras perto da aldeia de Kharas, no distrito de Hebron da Margem Ocidental ocupada, segundo informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
De acordo com informação de uma autoridade local, as oliveiras, todas com mais de 14 anos, plantadas em 2,5 hectares de terra, foram arrancadas sem aviso prévio. Faisal Moussa al-Hroub, um dos proprietários do terreno, declarou à Ma'an que as oliveiras arrancadas pelas forças israelitas eram suas e do seu irmão Muhammad e que o terreno era o principal rendimento deles e de dezenas de parentes seus.
Trata-se do terceiro caso de arranque de oliveiras — árvores altamente simbólicas para os palestinos — pelas forças israelitas no território palestino ocupado desde o início do ano, pondo em causa a subsistência de numerosas pessoas.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, informou os membros do gabinete de segurança interna, no domingo 22 de Janeiro, de que decidiu levantar todas as restrições à construção israelita em Jerusalém Oriental ocupada, relata o jornal israelita Haaretz, citando dois altos funcionários governamentais.
Netanayhu acrescentou que, ao mesmo tempo que seriam promovidos os planos de construção em Jerusalém Oriental, pretende também avançar com a construção nos blocos de colonatos da Margem Ocidental ocupada.
Os cristãos têm a responsabilidade de se opor à construção de colonatos israelitas nos territórios palestinos, afirmaram bispos dos EUA, Canadá e Europa, segundo notícia do jornal católico britânico Catholic Herald do passado dia 19 de Janeiro.
«Esta anexação de facto de terras não só prejudica os direitos dos palestinos em zonas como Hebron e Jerusalém Oriental, mas, como a ONU reconheceu recentemente, também põe em risco a possibilidade da paz», disseram os bispos que participaram esta semana na Coordenação da Terra Santa.
Sabemos que o mandato que agora começa será muito exigente.
Os problemas do nosso planeta são dramáticos, e exigem uma acção urgente por parte da comunidade internacional.
Talvez nunca, desde a Segunda Guerra Mundial, os perigos de uma conflagração bélica entre as maiores potências nucleares do planeta tenham sido tão grandes.
Para os povos do Médio Oriente, o flagelo da guerra é já uma realidade terrível. O Século XXI tem sido para eles um Século de sucessivas guerras, impostas ou alimentadas a partir do exterior, com inconfessáveis ambições de dominação económica.
Na quarta-feira, 18 de Janeiro,cerca de 5h da manhã, centenas de polícias israelitas chegaram à aldeia beduína de Umm al-Hiran, no Negev, acompanhando as autoridades israelitas que vinham proceder a demolições de casas. As forças israelitas usaram balas com ponta de esponja, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para reprimir violentamente os moradores e apoiantes que se tinham concentrado para resistir às demolições.
Foi morto a tiro pelas forças israelitas um cidadão palestino de Israel, Yaqoub Moussa Abu al-Qian, de 47 anos, professor de matemática na escola secundária al-Salam, da vizinha cidade de Hura.