Forças israelitas matam a tiro três palestinos em dois dias na Margem Ocidental ocupada

As forças israelitas na Margem Ocidental ocupada mataram ontem dois palestinos em Jenin e Nablus e um outro já hoje, em Hebron.
Na madrugada de terça-feira, forças israelitas mataram Ahmad Nasser Jarrar durante uma operação em larga escala em al-Yamoun, perto de Jenin. Segundo relatos da imprensa israelita, as forças de ocupação ordenaram a Jarrar que saísse do prédio onde se encontrava; como ele não obedeceu, dispararam pelo menos um míssil contra o prédio, e pouco depois começaram a demoli-lo com uma escavadora — o chamado processo da «panela de pressão». Quando Jarrar saiu finalmente, as forças israelitas abriram fogo e mataram-no.
Ahmad Jarrar era chamado «fantasma de Jenin», pois durante semanas conseguira escapar à gigantesca caça ao homem de que era alvo, acusado da morte a tiro de um colono israelita do posto avançado (ou seja, um colonato que as próprias autoridades israelitas consideram ilegal) de Havat Gilad, a 9 de Janeiro.
Ahmad Jarrar é o terceiro homem morto pelas forças israelitas na sequência do ataque ao colono. No mês passado, as forças repressivas israelitas invadiram uma casa e mataram o seu primo, Ismail Muhammed Jarrar. E no sábado passado, as forças israelitas atacaram a aldeia de Burqin — onde reside a família Jarrar — três vezes em menos de 24 horas e mataram Ahmad Samir Obaid, de 19 anos, com um tiro na cabeça.
Entretanto, alegadamente como reacção ao ataque contra o colono, o governo israelita legalizou retroactivamente o posto avançado de Havat Gilad, onde ele vivia.
Um segundo jovem palestino, Khaled Walid Tayeh, de 22 anos, foi morto na madrugada de terça-feira com um tiro no peito durante confrontos com forças israelitas na cidade de Nablus.
As forças israelitas invadiram a zona de al-Jabal al-Shamali, em Nablus, em busca de Abd al-Karim Adel Assi, de 19 anos, cidadão palestino de Israel suspeito de esfaquear e matar um colono israelita na passada segunda-feira.
Durante a incursão, houve confrontos entre jovens palestinos e as forças israelitas, que dispararam munições reais, balas de aço revestidas de borracha e gás lacrimogéneo. O Crescente Vermelho Palestino registou 110 feridos.
Já durante o dia de hoje, 7 de Fevereiro, um jovem palestino de 19 anos, Hamzeh Yousef Zamaareh, foi morto a tiro por um guarda de segurança israelita após um alegado esfaqueamento no colonato de Karmi Tsur, a norte de Hebron, na Margem Ocidental ocupada. Zamaareh é um ex-preso político e tem dois irmãos presos por Israel.
Centenas de palestinos foram presos, atingidos a tiro ou mortos nos últimos dois anos em atentados, alegados ou reais, contra membros das forças de ocupação israelenses, na maior parte fardados.
As forças israelitas têm sido amplamente condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos por aquilo que consideram «assassínios extrajudiciais», em situações em que os alegados agressores poderiam ter sido detidos de forma não letal.
 
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