Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

O Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou sexta-feira, 14 de Outubro, uma reunião especial sobre a construção e expansão de colonatos israelitas ilegais na Margem Ocidental ocupada e em Jerusalém Oriental.
A sessão, intitulada «Colonatos Israelitas Ilegais: Obstáculos à Paz e à Solução de Dois Estados», foi convocada ao abrigo da chamada Fórmula Arria, que possibilita encontros informais que permitem aos membros do Conselho de Segurança discutir um tópico e ouvir pessoas que considerem útil.
A reunião foi impulsionada pela delegação palestina na ONU e foi convocada oficialmente pelo Egipto, Venezuela, Malásia, Senegal e Angola. Certos observadores consideram esta reunião mais um passo no sentido de alcançar uma resolução do Conselho de Segurança contra os colonatos israelitas na Margem Ocidental.
Um rapaz de 10 anos, Abdullah Nasser Atwa Abu Mdeif, morreu após ser atingido nas costas por uma bala na quarta-feira à noite, quando soldados israelitas abriram fogo numa área a leste de Khan Yunis, informou um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza.
Os soldados, colocados numa torre militar do lado de fora da cerca fronteiriça, dispararam fogo real, tendo uma bala atingido a criança, que foi declarada morta no Hospital Nasser, em Khan Yunis.
Relatos de testemunhas oculares confirmam que os soldados atingiram a criança, contrariando as alegações dos militares israelitas, que afirmam que o rapaz teria morrido em consequência de tiros disparados para o ar durante um casamento.
A confirmar-se a notícia, o pequeno Abdullah será o 30º palestino morto por forças israelitas na sitiada Faixa de Gaza desde 1 de Outubro de 2015, a maioria dos quais morreram durante confrontos ou vitimados por ataques aéreos ou tiros de artilharia israelitas.
Um alto funcionário das Nações Unidas escreveu à FIFA para reiterar que a ONU considera os colonatos israelitas — e, por extensão, as equipas de futebol israelitas que aí jogam — «sem validade» e «ilegais à luz do direito internacional».
Wilfried Lemke, o assessor especial da ONU sobre o desporto para o desenvolvimento e a paz, disse que todos os clubes que jogam em competições reconhecidas pela FIFA devem respeitar os estatutos desta. Também grupos pró-palestinos reclamam que seis clubes dos colonatos ou se mudem para o território israelita ou sejam banidos das competições da FIFA.
Os clubes dos colonatos deverão ser discutidos numa reunião FIFA na quinta-feira e sexta-feira (13 e 14 de Outubro).
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou este mês que encontrar uma solução para a disputa sobre os clubes israelitas que jogam dentro da Margem Ocidental ocupada era uma prioridade antes do congresso mundial de futebol do próximo ano.
Um agente da polícia e uma mulher israelitas foram mortos a tiro e pelo menos cinco outras pessoas ficaram feridas num tiroteio em Jerusalém Oriental ocupada este domingo de manhã, 9 de Outubro. O tiroteio teve lugar perto da sede da Polícia Nacional de Israel.
Alvejado e morto pela polícia israelita no local, o atirador foi identificado como Misbah Abu Sbeih, de 39 anos, natural do bairro de Silwan, em Jerusalém Oriental ocupada. Sbeih deveria apresentar-se hoje para cumprir uma pena de prisão a que fora condenado por agredir um agente da polícia israelita em 2013.
Durante a tarde, soldados israelitas invadiram a aldeia de al-Ram e assaltaram a casa de Sbeih, entrando em confronto com jovens locais, sete dos quais ficaram feridos. Os filhos de Sbeih foram presos e levados para um centro de interrogatório.
O porta-voz da União Europeia condenou sexta-feira os planos de Israel para construir 98 novas unidades habitacionais em território palestino ocupado, no norte da Margem Ocidental, para a criação de um novo colonato israelita. Esta condenação surge dois dias após críticas particularmente duras por parte dos Estados Unidos a propósito dos colonatos ilegais de Israel.
No mês passado foi anunciado um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, na Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita é destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona (ilegal mesmo segundo a legislação israelita).
O número de palestinos feridos pelas forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza em 2016 até ao início de Outubro de 2016 já alcança os 3047, e o de mortos atinge já 96, segundo o relatório hoje publicado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados (OCHAopt) relativo à semana 20 de Setembro - 3 de Outubro.
A maioria das ocorrências, tanto mortos (87) como feridos (2865), tiveram lugar na Margem Ocidental, incluindo Jerusalém Oriental, tendo as restantes sido registadas em Gaza.
Isto significa que em 2016, até ao início de Outubro, as forças israelitas mataram a cada semana mais de 2 palestinos e feriram 78. A estes números somam-se 25 feridos causados por colonos.
O barco «Zaytouna-Oliva», tripulado só por mulheres, que tentava romper o cerco a Gaza imposto por Israel, foi interceptado por forças navais israelitas a cerca de 35 milhas da costa, fora das águas territoriais, mas dentro da zona-tampão ou «zona de exclusão militar» unilateralmente declarada por Israel.
Entretanto, manifestantes palestinos concentravam-se na costa de Gaza esperando o Barco das Mulheres e manifestando a sua solidariedade com ele.
As tripulantes não ofereceram resistência quando a marinha israelita cercou o barco. A comandante, Ann Wright, coronel do exército dos Estados Unidos (reformada), foi forçada a redireccionar o barco para o porto israelita de Ashhod. A bordo seguiam 13 mulheres, entre as quais Mairead Maguire, Prémio Nobel da Paz (Irlanda do Norte), e deputadas da Argélia, Nova Zelândia e Suécia.
O navio «Zaytouna» (azeitona, em árabe), inteiramente tripulado por mulheres, está prestes a chegar à Faixa de Gaza. Parte da Flotilha da Liberdade, o navio partiu de Barcelona em meados de Setembro com o objectivo de furar o cerco a que o pequeno território palestino está sujeito por Israel há quase dez anos.
A chegada deve ocorrer ao fim da tarde de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira (5-6 de Outubro) — se o navio não for interceptado ou atacado por forças navais israelitas. De facto, segundo notícia do jornal israelita Maariv, a marinha israelita recebeu já ordens para interceptar o navio e prender todas as 13 tripulantes.
Em Junho do ano passado, as forças israelitas interceptaram o «Marianne», que participava numa iniciativa similar, e prenderam todos os activistas a bordo.
A organização israelita Peace Now informou sábado, 1 de Outubro, que o Comité Superior de Planeamento da Administração Civil Israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) aprovou o «depósito» — a fase do planeamento que precede a aprovação final — de um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, no distrito de Nablus da Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita ilegal será provavelmente destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona, que, dando cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal israelita, terá de ser demolido até ao fim do corrente ano, dado ter sido construído «de modo selvagem» (em 1995) em terrenos que são propriedade particular de palestinos.
No dia 30 de Setembro de 2016, dirigentes mundiais participaram no funeral de Shimon Peres, elogiado como promotor da paz e classificado por Barack Obama como um «gigante» do século XX.
Há precisamente 16 anos, no dia 30 de Setembro de 2000, Muhammad Al-Durrah, um menino de 12 anos, foi morto a tiro em Gaza por forças israelitas, enquanto o seu pai, Jamal Al-Durrah, tentava protegê-lo por trás de um bloco de cimento.
Shimon Peres fazia parte do governo que permitiu a visita, dois dias antes, de Ariel Sharon ao complexo de Al-Aqsa, provocação que desencadeou o início da Intifada de Al-Aqsa, durante a qual, segundo números da organização de direitos humanos israelita B'Tselem, 4745 palestinos foram mortos por forças de segurança de Israel e 44 palestinos foram mortos por civis israelitas (até 30 de Abril de 2008).
 

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