Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Na tarde de segunda-feira, 16 de Janeiro, as forças de ocupação israelitas mataram a tiro o adolescente palestino Qusay Hasan al-Umour, de 17 anos, durante confrontos na aldeia de Tuqu, na zona de Belém, na Margem Ocidental ocupada.
Outros quatro palestinos, incluindo uma mulher, foram também feridos a tiro durante os confrontos, em que as forças israelitas usaram balas reais, balas de aço revestidas de borracha e gás lacrimogéneo.
O Crescente Vermelho Palestino informou a agência noticiosa Ma'an que o jovem foi atingido no peito com balas reais pelo menos três vezes. Médicos que examinaram o corpo contaram seis buracos de bala no peito e membros inferiores do adolescente.
As forças israelitas detiveram Qusay Hasan al-Umour durante algum tempo antes de entregarem o seu corpo ao CVP, não sendo claro se o jovem já estava morto ou se morreu vítima dos ferimentos durante o período em que esteve detido.
A Câmara Municipal de Palmela, reunida a 11 de Janeiro, em sessão pública, aprovou por unanimidade uma Moção relativa à Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro, que condena a expansão dos colonatos israelitas no território palestino ocupado.
Pela sua relevância, como expressão de solidariedade de um órgão do poder local democrático com a luta do povo palestino, apresentamos seguidamente o texto integral da moção:
 
Moção
(Cumprimento da Resolução da ONU contra a expansão dos colonatos na Palestina)
Os cidadãos palestinos de Israel lançaram uma greve geral esta quarta-feira, 11 de Janeiro, em protesto contra a demolição de 11 casas na cidade israelita de Qalansawe no dia anterior.
O Alto Comité de Acompanhamento dos Cidadãos Árabe anunciou a greve — que incluiria o fecho de todas as escolas, empresas e locais públicos — na sequência de uma reunião em Qalansawe.
A reunião foi realizada horas depois de escavadoras israelitas arrasarem as casas por terem sido construídas sem licença, uma vez que nos últimos 20 anos as autoridades israelitas rejeitaram tentativas por parte do município para legalizar um plano para a cidade.
As cidades de maioria palestina em Israel iriam participar na greve, incluindo Nazaré, Umm al-Fahm, Rahat e Kuseifa.
Um palestino foi morto a tiro por forças israelitas depois de conduzir um camião para cima de um grupo de soldados israelitas fardados, no domingo 8 de Janeiro, numa paragem de autocarro no colonato israelita ilegal de Talpiyyot oriental, em Jerusalém Oriental ocupada. Foram mortos quatro soldados e ficaram feridas pelo menos 13 outras pessoas, desconhecendo-se se alguma era civil.
O motorista morto foi identificado como Fadi Ahmad Hamdan al-Qunbar, de 28 anos, do bairro vizinho de Jabal al-Mukabbir, em Jerusalém Oriental.
O colonato ilegal de Talpiyyot oriental também é conhecido por Armon Hanatziv e está localizado logo a oeste do bairro de Jabal al-Mukabbir.
Durante a tarde forças israelitas assaltaram as casas de familiares de Fadi Ahmad Hamdan al-Qunbar, prendendo pelo menos cinco deles.
A Assembleia da República aprovou hoje, 6 de Janeiro, um Voto de Congratulação pela aprovação da Resolução 2334 (2016) do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condena os colonatos israelitas no território da Palestina.
O Voto de Congratulação, apresentado pelo PCP, foi aprovado com os votos favoráveis dos Grupos Parlamentares do PCP, PEV, PS, BE e PAN; o voto contra de 1 Deputado do CDS-PP (Deputado João Rebelo) e a abstenção dos Grupos Parlamentares do PSD e do CDS-PP e ainda do Deputado João Soares, do Grupo Parlamentar do PS.
Devido ao significado da aprovação de um documento desta natureza por um órgão de soberania português, reproduzimos seguidamente o texto integral do Voto de Congratulação:
 
«Voto de congratulação n° 192/XIII-2ª
De congratulação pela aprovação da Resolução 2334 (2016) do Conselho de Segurança das Nações Unidas que condena os colonatos israelitas no território da Palestina
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou-se na quarta-feira, 4 de Janeiro, favorável ao perdão ao soldado israelita Elor Azaria, condenado por homicídio culposo.
Em Março de 2016 Azaria matou a tiro à queima-roupa o palestino Abd Fatah al-Sharif, de 21 anos, em Hebron. Sharif jazia inanimado no chão depois de ser atingido a tiro ao tentar esfaquear um soldado israelita. A cena foi filmada por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem.
O tribunal militar israelita aceitou os argumentos da acusação, segundo a qual Azaria não tinha justificação para matar Abd al-Fattah al-Sharif, baseando-se em parte nos testemunhos dos próprios comandantes de Azaria, que na altura afirmou que Sharif «merece morrer». O juiz considerou que o Sharif «não representava uma ameaça».
Soldado israelita executa palestino ferido em Hebron
Soldado israelita executa palestino ferido em Hebron
O Neturei Karta, um grupo de judeus ortodoxos anti-sionistas, expressou no domingo 1 de Janeiro o seu apoio à recente resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, que condena os colonatos israelitas ilegais na Margem Ocidental e em Jerusalém ocupadas.
Segundo informa a agência noticiosa Ma'an, o Neturei Karta declarou num comunicado que, desde há décadas, os colonatos têm sido a «principal razão do derramamento de sangue e da violência nas terras sagradas» e que «muitas almas inocentes foram vítimas do nacionalismo e [do desejo de terra]».
O ano de 2016 foi um dos mais mortíferos e violentos nos últimos anos para os palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada.
Segundo números coligidos pela agência noticiosa palestina Ma'an, entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2016 registou-se a morte de 111 palestinos, a maioria mortos a tiro pelas forças israelitas.
Recorde-se que desde o início da onda de violência iniciada em Outubro de 2015 e até hoje houve 246 palestinos mortos por israelitas.
A polícia e os soldados israelitas têm sido alvo das críticas de grupos de direitos humanos, que condem as autoridades israelitas pela utilização excessiva da força, denunciando uma política de «atirar para matar» contra palestinos, incluindo menores, que não constituíam uma ameaça ou que poderiam ter sido dominados de forma não letal.
Uma mulher palestina foi ferida a tiro por soldados israelitas, sexta-feira 30 de Dezembro, no posto de controlo militar de Qalandiya, entre Ramala e Jerusalém, no centro da Margem Ocidental ocupada, por alegadamente tentar apunhalar soldados israelitas.
Testemunhas citadas pela agência noticiosa palestina Ma'an afirmaram que os soldados israelitas abriram fogo contra a mulher quando esta caminhava na direcção da pista de veículos do posto de controlo.
A mulher foi identificada como Jihan Muhammad Hashimeh, de 35 anos, do bairro de al-Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada.
Segundo declararam moradores locais, Hashimeh estava doente e dirigia-se a Jerusalém para tratamento médico, tendo entrado na pista de veículos por engano.
Reagindo com desespero à estrondosa derrota no Conselho de Segurança da ONU, o governo de Israel afirmou segunda-feira, 26 de Dezembro, que vai avançar com milhares de novas casas em Jerusalém Oriental ocupada.
Poucos dias após o Conselho de Segurança aprovar a resolução 2334, que condena os colonatos israelitas, o governo municipal de Jerusalém sinalizou que na quarta-feira (28 de Dezembro) pretende aprovar mais de 600 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental ocupada, que seriam uma primeira parcela de 5600 novas casas.
«Não me vou preocupar com a ONU ou qualquer outra organização que possa tentar ditar-nos o que fazer em Jerusalém», afirmou ao jornal «Israel Hayo» o vice-presidente da Câmara, Meir Turgeman.

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