Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Um menino palestino de 18 meses de idade, seriamente lesionado há dois meses pela inalação de gás lacrimogéneo disparado por soldados israelitas, morreu na sexta-feira, 7 de Julho, informa a agência palestina Wafa.
Em 19 de Maio, os soldados israelitas entraram em confronto com moradores da aldeia de Aboud, perto de Ramala, durante protestos ocorridos em toda a Margem Ocidental ocupada em apoio aos 1500 presos palestinos em greve de fome. Os soldados dispararam de forma aleatória um grande volume de gás lacrimogéneo sobre casas palestinas, causando sufocação em muitas pessoas, incluindo mulheres e crianças. O menino Abdul Rahman Barghouti foi gravemente afectado pelo gás lacrimogéneo.
As ambulâncias palestinas que tentavam chegar a sua casa foram bloqueadas por jipes do exército israelita. Os socorristas palestinos tiveram de ir a pé prestar os primeiros socorros à criança e transportaram-na depois, sempre a pé, para os seus veículos.
Por ocasião do Fórum das Nações Unidas para Marcar os 50 Anos da Ocupação, realizado na sede da ONU em 29 e 30 de Junho apesar dos protestos do embaixador israelita, o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao fim da ocupação israelita da Margem Ocidental, Jerusalém Leste, Gaza e Montes Golã como a «única maneira de alcançar os direitos inalienáveis do povo palestino».
Num comunicado transmitido durante o fórum, intitulado «Acabar com a ocupação: O caminho para a independência, justiça e paz para a Palestina», Guterres exortou a negociações directas para alcançar uma solução de dois Estados, de acordo com o direito internacional.
Destacando o pesado ónus humanitário da ocupação para os palestinos, Guterres lamentou o facto de «gerações de palestinos terem crescido em campos de refugiados superlotados, muitos numa miséria abjecta, e com poucas ou nenhumas perspectivas de uma vida melhor para os seus filhos».
Um palestino foi morto a tiro por forças israelitas na noite de quarta-feira, 28 de Junho, durante uma incursão na cidade de Hebron, no Sul da Margem Ocidental ocupada.
Soldados israelitas da unidade de elite Duvdevan, actuando disfarçados de palestinos, procuravam armas na cidade palestina. Segundo fontes citadas pelo jornal israelita Haaretz, o palestino abriu fogo sobre as forças israelitas, sendo depois morto a tiro.
O palestino morto foi identificado como Iyad Munir Arafat Ghaith, de 23 anos, da cidade de Hebron.
Hebron é um caso particularmente chocante da ocupação israelita. No coração da sua Cidade Velha está instalado um colonato israelita, com 800 habitantes, protegidos por forças militares israelitas, impondo um regime de humilhações e terror aos 30.000 palestinos que aí vivem.
O jornal israelita Haaretz informou no dia 9 de Junho que há agora 590.000 colonos judeus a viver em colonatos oficiais na Margem Ocidental ocupada e em Jerusalém Oriental ocupada.
O jornal assinalou que 380.000 colonos vivem na Margem Ocidental, enquanto o número em Jerusalém Oriental ocupada é agora de 210.000.
Porém, estas estatísticas, nota o Haaretz, não incluem milhares de colonos que vivem «postos avançados» localizados em terras ocupadas que são propriedade privada de palestinos.
De acordo com a ONG israelita Peace Now, existem 97 desses postos avançados, que formalmente são «ilegais» face ao direito israelita, ou seja, foram construídos sem autorização das autoridades israelitas, embora de facto beneficiem das infra-estruturas e da protecção militar do Estado sionista. Mas, à luz do direito internacional, todos e cada um dos colonatos de Israel são ilegais.
Como é viver na Palestina após 50 anos de colonização? Esta foi a pergunta a que procuraram responder os participantes no Colóquio realizado n’A Voz do Operário. E a resposta não podia ser mais devastadora. Nos cinquenta anos que se seguiram à ocupação da Margem Ocidental, de Jerusalém Oriental e de Gaza, na sequência da guerra dos Seis Dias, com a cumplicidade da comunidade internacional, Israel tem procedido à pilhagem de recursos naturais, apropriação ou destruição de casas e terras, e construção de colonatos, concretizando uma política de colonização, contrária ao Direito Internacional e inúmeras vezes condenada – inconsequentemente – em instâncias internacionais, de que o Muro do Apartheid é a face mais visível.
Vítor Agostinho, da Direcção da Voz do Operário, deu as boas-vindas aos presentes e destacou o compromisso da associação que dirige com a solidariedade para com as pessoas e os povos.

Assinala-se hoje o 50.º aniversário da ocupação dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, da Margem Ocidental do rio Jordão e da Faixa de Gaza, assim como do território sírio dos Montes Golã, realizada durante a chamada «Guerra dos Seis Dias».

Em 5 de Junho de 1967, a pretexto de um inventado perigo para a sua existência e de um fantasioso ataque iminente, Israel desencadeou, sob o olhar complacente das potências ocidentais, uma guerra contra os países árabes seus vizinhos, Egipto, Síria e Jordânia. Às primeiras horas da manhã lançou um ataque de surpresa que destruiu no solo praticamente toda a aviação egípcia, prosseguindo nos dias seguintes uma agressão que conduziu à ocupação da Península do Sinai egípcia e de parte dos Montes Golã sírios.

As autoridades israelitas vão reunir-se na próxima semana para aprovar o avanço de pelo menos 2500 unidades habitacionais em colonatos na Margem Ocidental ocupada, informou na sexta-feira a ONG israelita Peace Now. O Alto Comité de Planeamento da Administração Civil israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) deverá aprovar 27 planos relativos a colonatos ilegais na Margem Ocidental.
Um dos planos deverá fazer avançar a criação de 102 unidades habitacionais em Amichai, o primeiro novo colonato oficialmente criado pelo governo israelita em 25 anos. Destinado aos colonos evacuados do posto avançado de Amona, ilegal segundo o próprio direito israelita, será duas vezes e meia maior do que o posto avançado demolido.
Outro dos planos em discussão será a legalização retroactiva do posto avançado ilegal de Kerem Rein. O jornal israelita Haaretz avança que o posto avançado poderia mesmo ser expandido.
O MPPM assinalou o 69º aniversário da Nakba – designação dos povos árabes para a catástrofe que se abateu sobre o povo palestino com a criação do Estado de Israel. com uma sessão de solidariedade na Casa do Alentejo, em Lisboa.
Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, leu uma carta de Karim Yunis – o preso político palestino há mais tempo nas prisões de Israel – escrita no 28º dia da greve de fome “pela liberdade e pela dignidade” que mais de 1.500 presos políticos palestinos estão a realizar.
Bruno Dias, deputado do PCP, e Ivan Gonçalves, deputado do PS, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, destacaram o papel deste grupo no esclarecimento da Questão Palestina, tanto entre parlamentares como junto da opinião pública.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos denunciou a repressão violenta de uma manifestação pacífica em Jerusalém Oriental ocupada realizada ontem, 29 de Abril, segundo informa a agência noticiosa palestina Ma'an. O sindicato afirma num comunicado divulgado que 13 jornalistas palestinos ficaram feridos ao tentarem cobrir a manifestação.
A polícia israelita tinha evacuado à força um sit-in pacífico organizado junto à Porta de Damasco da Cidade Velha de Jerusalém, com o objectivo de expressar apoio aos cerca de 1500 presos políticos palestinos que estão em greve da fome nas prisões israelitas desde há 14 dias.
Depois de desfilarem pelas ruas, gritando palavras de ordem de solidariedade com os grevistas da fome, os manifestantes foram perseguidos pela polícia israelita a cavalo. A polícia também rasgou e confiscou retratos de presos palestinos que os manifestantes levavam. As forças israelitas agrediram e detiveram quatro activistas.
Dezenas de pessoas ficaram hoje feridas em resultado de confrontos entre palestinos e forças militares israelitas na Margem Ocidental ocupada, informa a Press TV. Os manifestantes demonstravam a sua solidariedade, no quadro do «Dia de Raiva» convocado pelo movimento Fatah, com os 1500 presos nas cadeias israelitas que se encontram em greve da fome por tempo indeterminado.
Segundo o jornal israelita Haaretz, houve protestos e confrontos em cerca de 15 cidades e campos de refugiados, incluindo Tuqu, Yatta, Al-Arroub e Qalandiyah, onde os manifestantes queimaram pneus. Soldados israelitas usaram gás lacrimogéneo e dispararam balas reais e revestidas de borracha.
O Crescente Vermelho palestino referiu que pelo menos 60 pessoas foram feridas por balas reais ou revestidas de borracha ou devido à inalação de gás lacrimogéneo.

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