Vítimas do massacre de Gaza sobem para 18, palestino ferido sexta-feira sucumbe aos ferimentos
Um palestino sucumbiu hoje aos seus ferimentos, três dias depois de ser atingido por atiradores de elite israelitas quando participava numa manifestação não violenta na Faixa de Gaza. O número de mortos sobe assim para 18.
Fontes médicas informaram que Faris al-Raqib, de 29 anos, sucumbiu aos graves ferimentos que sofreu ao ser atingido a tiro no estômago, enquanto participava juntamente com dezenas de milhares de outros palestinos na Grande Marcha do Retorno, junto à fronteira de Gaza com Israel.
Além dos 18 palestinos mortos, cerca de 1500 ficaram feridos, muitos dos quais permanecem hospitalizados.
A União Europeia e o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelaram a um inquérito independente, prontamente rejeitado pelo governo israelita pela voz do ministro da Defesa, Avigdor Lieberman.
Na sexta-feira, 30 de Março, dezenas de milhares de palestinos deram início na Faixa de Gaza cercada à Grande Marcha do Retorno, para exigir o direito de regressar às aldeias e cidades de onde foram expulsos por Israel em 1948.
Os protestos pacíficos começaram de modo a coincidir com o 42.º aniversário do Dia da Terra, que evoca o dia em que forças israelitas mataram 6 palestinos cidadãos de Israel durante protestos contra o confisco de terras, em 1976. O Dia da Terra tem um significado especial para os palestinos porque foi a primeira vez desde 1948 que os palestinos cidadãos de Israel organizaram uma resposta colectiva às políticas israelitas. É assinalado não só pelos palestinos na Palestina histórica mas também pelos palestinos do mundo inteiro.
Os protestos maciços da Grande Marcha do Retorno devem durar seis semanas, continuando até 15 de Maio, que marca o 70.º aniversário da Nakba (catástrofe), um processo que precedeu e se seguiu à criação de Israel, em 1948. Esta limpeza étnica resultou em mais de 750 000 palestinos expulsos das suas casas e terras, e cujos descendentes são agora milhões de refugiados que vivem em países estrangeiros ou nos territórios palestinos ocupados.