5 de Junho: 51 anos depois, persiste o crime da ocupação israelita

Os palestinos assinalam no dia 5 de Junho o 51.º aniversário da «Naksa» («revés»), quando em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu e ocupou os territórios palestinos da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental — e ainda a Península do Sinai egípcia e os Montes Golã sírios. 
Israel concluiu nesta ocasião aquilo que tinha iniciado na guerra de 1948 (em que ocupara 78% do território, em vez dos 55% que lhe atribuía a resolução 181 da Assembleia Geral da ONU, de 1947): a ocupação da totalidade do território da Palestina histórica (a antiga Palestina do Mandato).
Os 51 anos de ocupação militar dos territórios palestinos caracterizaram-se por constantes e flagrantes violações por dos direitos dos palestinos à liberdade e à independência. Os palestinos dos territórios ocupados estão sujeitos desde então a um brutal regime militar, enquanto Israel continua a confiscar terras e a saquear recursos naturais palestinos.
Durante estes 51 anos de ocupação ilegal ocorreram 50 000 demolições de casas e estruturas palestinas, foram confiscados 6241 km2 de terras e foram desalojados 750 000 cidadãos palestinos. 
Em contrapartida, Israel levou a cabo um intenso programa de colonização, que se traduz na existência de 636 452 colonos israelitas vivendo em 425 colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, todos eles considerados ilegais pelo direito internacional, nomeadamente a IV Convenção de Genebra, que proíbe a instalação de população da potência ocupante no território ocupado.
Em Dezembro de 2017, o presidente dos EUA reconheceu unilateral e ilegalmente Jerusalém como capital de Israel, que é considerado potência ocupante pelo direito internacional. Esse acto iníquo, além de recompensar o agressor e ocupante, lesa o direito dos palestinos a terem Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina independente a que aspiram, tendo por fronteira a linha de demarcação anterior a 1967. 
Ao longo destes 51 anos o povo palestino tem resistido por todas as formas à ocupação, à repressão, às violências, mantendo bem viva a sua identidade nacional que o ocupante procurou obliterar, e prossegue a sua luta heróica pela dignidade, pela liberdade, pela independência e pelo direito ao regresso dos refugiados expulsos por Israel. 
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