Demolição de Khan al-Ahmar é limpeza étnica descarada, denuncia a OLP

O Supremo Tribunal de Israel rejeitou no dia 5 de Agosto um recurso contra a demolição da aldeia beduína palestina de Khan al-Ahmar, no distrito de Jerusalém da Cisjordânia ocupada, e decidiu que a sua evacuação e demolição devem ocorrer nos próximos sete dias.
Khan al-Ahmar é uma das 46 comunidades palestinas do centro da Cisjordânia que Israel quer expulsar do chamado Corredor E1. Este permitiria estabelecer uma continuidade entre Jerusalém e Ma’ale Adumim, o maior dos colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia ocupada, cortar a contiguidade territorial da Cisjordânia e impossibilitar que Jerusalém Oriental se viesse a tornar a capital de um futuro Estado palestino.
Taysir Khalid, membro do Comité Executivo da OLP e membro do Bureau Político da Frente Democrática de Libertação da Palestina, exortou as forças nacionais palestinas e as organizações da sociedade civil a participarem em protestos em Khan al-Ahmar para impedir que as autoridades israelitas expulsem os moradores como passo preliminar para a demolição de outras comunidades beduínas da área, o que isolaria completamente Jerusalém da sua envolvente palestina na Cisjordânia e acabaria por dividir a Cisjordânia em enclaves controlados por Israel. Khalid sublinhou que Supremo Tribunal de Israel e os seus juízes estão a «cometer limpeza étnica».
O dirigente palestino considerou o governo dos Estados Unidos responsável pelos «crimes cometidos por Israel na Cisjordânia, incluindo Jerusalém ocupada», e pediu à comunidade internacional que «cumpra as suas responsabilidades e passe da condenação verbal dos crimes de colonização e crimes de limpeza étnica a uma política prática de imposição de sanções a Israel». Khalid exortou a União Europeia a reconsiderar o acordo de associação UE-Israel, especialmente porque o artigo II do acordo, assinado em 2000, estipula a necessidade e a importância do compromisso de Israel de respeitar os direitos humanos, incluindo os direitos dos cidadãos palestinos sob ocupação.
Por seu lado, Hanan Ashrawi, igualmente membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina, denunciou «a desumana e imoral decisão do Supremo Tribunal de Justiça de Israel de dar luz verde à destruição da aldeia de Khan al-Ahmar», que constitui uma «limpeza étnica descarada».
Hanan Ashrawi advertiu que a falta de protecção aos palestinos levaria a novos actos de erradicação e expropriação, resultando na «destruição total da contiguidade territorial e da presença demográfica da Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental».

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