Três palestinos, incluindo criança de 12 anos, mortos por tiros israelitas em Gaza

Três palestinos, um deles um rapazinho de 12 anos, foram hoje mortos por tiros israelitas durante protestos perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, que contaram com a presença de milhares de pessoas.
Os três mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, são Faris al-Sirsawi, de 12 anos, Mahmoud Akram Abu Samaan, de 24 anos, e Hussein al-Raqab, de 28 anos. Ficaram feridos pela repressão israelita um total de 376 palestinos, 126 dos quais por balas reais, encontrando-se sete em estado grave.
O exército do regime sionista alegou que se estava a defender contra o lançamento de granadas e explosivos, mas na realidade nenhum israelita foi ferido. 
Milhares de pessoas participaram nas manifestações da Grande Marcha do Retorno, que entraram já no sétimo mês consecutivo, demonstrando admirável coragem e determinação. Os objectivos principais são o levantamento do criminoso bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza desde há 12 anos e o direito de retorno às suas terras dos refugiados palestinos que Israel expulsou na campanha de limpeza étnica por ocasião da sua fundação, em 1948. Cerca de três quartos dos habitantes da Faixa de Gaza são refugiados.
Desde que em 30 de Março se iniciram os protestos desarmados junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, afirmam as autoridades sanitárias de Gaza, pelo menos 195 palestinos foram mortos por fogo israelita e registaram-se mais de 22 000 feridos.
Entretanto, não é de excluir que as autoridades do regime sionista se estejam a preparar para um novo ataque de grande escala contra o pequeno enclave costeiro palestino.
Avigdor Lieberman, o ministro da Defesa israelita, lançou hoje uma ameaça ao Hamas, que governa a Faixa de Gaza: «As festas [festividades judaicas que começaram com o Rosh Hashaná em 9 de Setembro e terminaram com o Simchat Torá em 1 de outubro] já acabaram, tenham isso em conta.»
Durante o dia de ontem, quinta-feira, Lieberman deu instruções às forças armadas «para manterem um grau de alerta máximo e estarem preparadas para qualquer cenário», e o chefe de Estado-Maior decidiu enviar reforços para junto da Faixa de Gaza, incluindo atiradores de elite e forças blindadas e de infantaria.
Segundo a imprensa israelita, foram instaladas em várias zonas baterias de defesa antimísseis Iron Dome (Cúpula de Ferro), no quadro da preparação para responder ao possível disparo nos próximos dias de rockets provindos de Gaza contra as localidades israelitas próximas do território palestino.
Tal significa que pode estar iminente uma provocação israelita para desencadear uma resposta das forças de resistência palestinas da Faixa de Gaza — que anunciaram há meses que não deixarão sem resposta ataques israelitas —, «justificando» assim um novo ataque sionista de grandes proporções.
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