Israel corta entrada de combustíveis em Gaza
O Ministério da Defesa de Israel anunciou que vai proibir a entrada de gás de cozinha e combustíveis líquido na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, a única passagem de mercadorias para o território palestino. A medida vigora desde amanhã, 2 de Agosto, por período indefinido.
Avigdor Lieberman, o ministro da Defesa israelita, declarou que a decisão «foi tomada em vista da continuação do terror com balões incendiários e da fricção ao longo da vedação» com que Israel isola a Faixa de Gaza do mundo exterior.
Israel tem intensificado nos últimos tempos as medidas de bloqueio, na realidade uma gigantesca punição colectiva, em retaliação pelo prosseguimento dos protestos no pequeno território palestino.
Só na última sexta-feira, o exército israelita matou mais três palestinos que participavam nas manifestações desarmadas da Grande Marcha do Retorno. Esta campanha de manifestações, que dura desde 30 de Março, exige o fim do bloqueio israelita, que dura há 12 anos, e o direito de retorno dos refugiados palestinos às terras de ondeforam expulsos na limpeza étnica que acompanhou a formação do Estado de Israel, em 1948. Desde o início das manifestações, o exército israelita matou pelo menos 155 manifestantes palestinos e feriu 16.500, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A passagem de de Kerem Shalom/Karam Abu Salem tenha sido fechada para a maioria das mercadorias no início de Julho. Os combustíveis, alimentos e medicamentos ficavam condicionalmente isentos dessa decisão. Mais tarde os combustíveis foram temporariamente adicionados à lista de artigos interditados; o anúncio de Lieberman torna essa decisão permanente.
Na segunda-feira passada, a companhia de electricidade da Faixa de Gaza anunciou uma nova redução no fornecimento, após a sua única central de produção ter deixado de funcionar. Para piorar a situação, um cabo que fornecia eletricidade a partir de Israel está cortado há cerca de uma semana. Os habitantes de Gaza sofrerão cortes de electricidade durante 18 horas por dia, em vez das anteriores 16 horas. A escassez de combustíveis e os cortes de eletricidade têm efeitos particularmente devastadores para os hospitais e os sistemas de saneamento e abastecimento de água.