MPPM condena acto de pirataria de Israel ao apresar embarcação da Flotilha da Liberdade
Em 29 de Julho a embarcação Al Awda (O Retorno), com bandeira norueguesa, foi apresado pela marinha israelita em águas internacionais, a cerca de 50 milhas náuticas de Gaza. Posteriormente foi levado para o porto israelita de Ashod, sendo presas as 22 pessoas (8 tripulantes e 14 passageiros) de 16 nacionalidades que seguiam a bordo. Parte da Flotilha da Liberdade que tenta romper o bloqueio ilegal a que Israel submete da Faixa de Gaza desde há doze anos, o Al Awda, um antigo barco de pesca da Noruega, transportava medicamentos e destinava-se a ser oferecido aos pescadores palestinos em Gaza. Um outro barco da Flotilha, o Freedom, com bandeira sueca, que também transporta material médico e leva a bordo pessoas de várias nacionalidades, continua a dirigir-se para Gaza, sendo de temer que seja alvo de idêntico acto de violência por parte de Israel. As embarcações da flotilha — além do Al Awda e do Freedom, dois pequenos veleiros que, navegando pelo sistema de canais, visitaram portos do interior do continente e participaram na missão até Palermo — partiram da Escandinávia em meados de Maio e atracaram em 28 portos, realizando acções de solidariedade por um «Futuro Justo para a Palestina», exigindo que Israel ponha fim às violações do direito internacional e aos 12 anos de bloqueio de Gaza, único porto fechado do Mediterrâneo, e que os habitantes da Faixa de Gaza recobrem o direito à liberdade de movimento. O MPPM orgulha-se de ter sido umas das organizações portuguesas que, entre 19 e 22 de Junho, promoveram actividades de solidariedade na zona de Lisboa com a participação dos tripulantes do Al Awda e do Freedom, que se encontravam atracados em Cascais. Já em 2015 estas organizações tinham acolhido a embarcação Marianne av Göteborg, que tinha escalado Lisboa com destino a Gaza. Mais de metade dos dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza são crianças e quase 75% são refugiados registados na UNRWA, agência da ONU que sofre uma crise financeira sem precedentes devido ao corte do financiamento decidido pela administração estado-unidense de Donald Trump. A Faixa de Gaza, há doze anos submetida a um desumano bloqueio e a sucessivas agressões militares por Israel, vive uma verdadeira catástrofe humanitária: o nível de desemprego é o mais elevado do mundo, só há fornecimento de electricidade poucas horas por dia, a água deixou de ser potável, os esgotos não são tratados. Segundo as Nações Unidas, no ano de 2020 a Faixa de Gaza será inabitável. Nos últimos tempos, além da brutal repressão dos manifestantes desarmados da Grande Marcha do Retorno, que se salda até agora em mais de 150 mortos e 16.500 feridos, Israel agravou as condições de entrada e saída de bens na Faixa de Gaza e levou a cabo repetidos bombardeamentos com tanques e meios aéreos. O MPPM condena com veemência o apresamento do Al Awda e a prisão dos seus tripulantes e passageiros por Israel, e reclama do governo português que condene sem equívocos este acto de pirataria, que viola a liberdade de navegação em águas internacionais. O MPPM envia uma calorosa palavra de solidariedade aos corajosos tripulantes e passageiros da Flotilha da Liberdade, cidadãos de vários países que prezam a justiça e a liberdade e se fizeram ao mar para tentar romper o criminoso e ilegal bloqueio e para manifestar a solidariedade com os palestinos encarcerados por Israel na maior prisão do mundo. O MPPM condena os crimes do Estado sionista e manifesta a sua solidariedade à população palestina da Faixa de Gaza, que é parte integrante da nação palestina tanto quanto a Faixa de Gaza é parte inalienável do futuro Estado palestino. O MPPM reafirma a sua solidariedade indefectível com a luta do povo palestino contra a ocupação e a repressão israelitas, pela constituição do Estado palestino independente, soberano, contíguo e viável nas fronteiras de 4 de Junho de 1967, tendo Jerusalém Oriental por capital, com uma solução justa do problema dos refugiados conforme com as resoluções da ONU. Lisboa, 31 de Julho de 2018A Direcção Nacional do MPPM