Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Um rapaz palestino de 15 anos, Mohammad Said Hamayel, foi ontem morto a tiro pelas forças de ocupação israelitas em Beita, a sul de Nablus, na Cisjordânia ocupada, durante um protesto público contra a construção de um posto avançado israelita, perto da aldeia.

O comício não violento foi convocado depois de um grupo de colonos israelitas ter instalado mais de 20 casas móveis ou caravanas no topo do Monte Sabih, como prelúdio para tomar conta de todo o monte e estabelecer um posto avançado colonial, ameaçando a subsistência de pelo menos 17 famílias palestinas que dependem da colheita das suas azeitonas nas terras que possuem há gerações.

Segundo o Crescente Vermelho Palestino as forças israelitas, além de atingirem mortalmente Mohammad, feriram pelo menos 11 participantes com munições reais e outros 16 com balas revestidas de borracha, enquanto várias dezenas foram sufocados por gás lacrimogéneo.

A Amnistia Internacional condenou, nesta quarta-feira, a decisão das autoridades de ocupação israelitas de encerrar os Comités de Trabalho em Saúde (HWC) considerando que isso terá consequências catastróficas para as necessidades sanitárias dos palestinos nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO).

Na madrugada do dia 9 de Junho, as forças de ocupação israelitas invadiram a sede dos HWC em al-Bireh, Ramala. A Directora-Geral, Shatha Odeh, relatou que soldados israelitas fortemente armados derrubaram a porta principal da sede e irromperam no seu interior, adulterando e danificando a maior parte do seu conteúdo e apreendendo quatro computadores, tendo afixado uma ordem militar para fechar o edifício durante seis meses, renováveis.

O Município israelita de Jerusalém emitiu, na segunda-feira, ordens de demolição para as casas de 119 famílias palestinas de Al-Bustan, no bairro de Silwan, na Jerusalém Oriental ocupada, para dar lugar a um parque arqueológico israelita.

O aviso de demolição diz: «Queremos informá-lo que procederemos à demolição de acordo com a decisão do tribunal. Para minimizar os danos, deverá deixar a casa sem pessoas e objectos até 21 dias após a recepção desta carta. O município não é responsável por danos materiais se a casa não for evacuada como mencionado».

Uma manifestação de residentes de Silwan para denunciar as ordens de demolição foi brutalmente dispersada pelas forças de segurança israelitas que espancaram os manifestantes e prenderam Sultan Surhan e Qutaiba Odeh, de 16 anos, residentes de Silwan cujas casas estão ameaçadas com ordens de demolição.

No próximo dia 9 de Junho, a selecção nacional de futebol defrontará a selecção de Israel numa partida de carácter particular organizada pela Federação Portuguesa de Futebol no quadro da preparação para a fase final do Campeonato da Europa de 2020.

O MPPM denuncia a aquisição pela Carris de quinze eléctricos articulados à multinacional CAF que está envolvida na construção e operação do metro ligeiro de Jerusalém, instrumento da consolidação do domínio colonial de Israel na cidade.

Foi recentemente anunciada a assinatura de um contrato entre a Carris, uma empresa integralmente detida pelo município de Lisboa, e a CAF, Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, S.A., uma empresa multinacional sedeada no País Basco espanhol, para fornecimento de quinze eléctricos articulados a partir de 2023.

A polícia israelita deteve 1700 palestinos em Israel durante as últimas duas semanas, informou a Agência Anadolu na sexta-feira, acrescentando que foram registadas 300 agressões contra árabes e as suas propriedades.

De acordo com o Comité de Emergência Árabe, que está filiado no Alto Comité para os Cidadãos Árabes em Israel, estas detenções e agressões inserem-se na violenta repressão israelita contra os protestos levados a cabo por cidadãos árabes contra a agressão israelita à Mesquita Al-Aqsa e em solidariedade com a Faixa de Gaza.

O Comité de Emergência Árabe confirmou que está a documentar a agressão israelita e as detenções de cidadãos árabes em Israel. O comité fez notar que a campanha de detenções ainda não parou, afirmando que cerca de 100 cidadãos árabes estão a ser detidos todos os dias.

O comité também documentou mais de 150 agressões a indivíduos levadas a cabo pela polícia israelita ou por bandos de colonos.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, durante uma sessão especial realizada ontem, aprovou a criação de uma comissão de inquérito internacional independente e permanente para investigar a prática de crimes contra a humanidade no contexto da recente agressão israelita a Gaza, bem como as causas subjacentes.

A Resolução foi aprovada com 24 votos a favor, nove contra e 14 abstenções (*).

As autoridades israelitas entregaram hoje vários avisos de confisco de centenas de hectares de terras agrícolas pertencentes a palestinos, na província de Salfit, para construir uma conduta de água que irá servir dois colonatos ilegais.

A agência WAFA, que veicula a notícia, diz que a conduta de água, com 15 quilómetros de comprimento, irá atravessar cinco cidades e aldeias, danificando substancialmente as terras.

O estabelecimento de colonatos na Cisjordânia viola o direito humanitário internacional, que estabelece os princípios aplicáveis durante a guerra e a ocupação. Os colonatos estão também na origem de sistemáticas violações dos direitos humanos, por parte dos colonos.

A polícia israelita anunciou que irá prender mais de 500 jovens cidadãos palestinos de Israel nos próximos dias pela sua participação nas recentes manifestações de apoio aos palestinos de Jerusalém Oriental ocupada e da Faixa de Gaza sitiada.

A onda de detenções terá lugar no âmbito daquilo a que a polícia chamou «operação lei e ordem»" e destina-se a «ajustar contas» com aqueles que participaram em manifestações contra a violência dos colonos, os despejos forçados em Sheikh Jarrah, a repressão das forças israelitas no complexo da Mesquita de Al-Aqsa e a campanha militar de bombardeamento de Gaza.

Numa declaração na noite de domingo, a polícia israelita afirmou que cerca de 1550 pessoas já foram detidas desde 9 de Maio e que a campanha é uma «continuação» que visa processar os manifestantes que nas últimas duas semanas saíram às ruas em cidades e vilas de todo o Israel.

1.  O MPPM saúda o cessar-fogo incondicional em Gaza que entrou em vigor nesta sexta-feira, 21 de Maio, e que põe fim a 11 dias de bárbaros e intoleráveis bombardeamentos, nos quais Israel causou a morte a quase 250 palestinos, entre os quais 65 crianças, e provocou ferimentos em cerca de dois milhares, além de provocar uma devastação generalizada num território já de si empobrecido.

2. O MPPM considera que o cessar-fogo é uma vitória da resistência heróica de todo o povo palestino, em Gaza, em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, na diáspora, mas também entre os que têm a cidadania israelita.

Páginas

Subscreva Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas