Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Protegidos pela polícia de ocupação israelita fortemente armada, cerca de 1300 colonos israelitas invadiram ontem, domingo, a Mesquita Al-Aqsa e entraram em confronto com fiéis muçulmanos palestinos.

Os colonos respondiam ao apelo de grupos extremistas israelitas para forçarem a entrada no complexo Al-Aqsa em grande número no dia 18 de Julho, por ocasião do aniversário do que Israel chama «a destruição do templo».

A Mesquita de Al-Aqsa é o terceiro local mais sagrado do mundo para os muçulmanos. Os judeus chamam à área «Monte do Templo», afirmando que foi o local de dois templos judeus em tempos antigos.

O deputado ao Knesset Itamar Ben-Gvir e o antigo deputado e rabi extremista Yehudah Glick acompanharam os grupos de colonos que invadiram a Mesquita de Al-Aqsa.

O presidente do FC Barcelona, Joan Laport, nega que o clube tenha acordado a realização de um jogo amigável de pré-época contra a equipa israelita Beitar de Jerusalém, numa carta enviada ao presidente da Associação de Futebol da Palestina, Jibril Rajoub.

O jogo estaria agendado para 4 de Agosto, em Jerusalém, num estádio construído sobre as ruínas da aldeia palestina de al-Malha, cujos residentes foram expulsos à força e deslocados para campos de refugiados.

«Recebemos a carta que enviou em nome da Associação de Futebol da Palestina, na qual transmitiu as suas preocupações sobre a presumível participação do FC Barcelona num jogo amigável em Jerusalém», diz a carta.

Laport esclarece que o FC Barcelona não anunciou a agenda da equipa para a nova época através dos seus canais oficiais, afirmando que os clubes não contactaram nem afirmaram a realização de qualquer jogo amigável em Jerusalém.

O elenco de Let There Be Morning, um filme realizado pelo israelita Eran Kolirin, está a boicotar o Festival de Cinema de Cannes, onde o filme deve estrear hoje. Os actores, que são cidadãos palestinos de Israel, explicaram numa declaração nas redes sociais que vão estar ausentes em protesto contra o apagamento cultural dos palestinos por parte de Israel.

«Não podemos ignorar a contradição da entrada do filme em Cannes sob o rótulo de "filme israelita", quando Israel continua a levar a cabo a sua campanha colonial de décadas de limpeza étnica, expulsão e apartheid contra nós - o povo palestino», disse o elenco numa declaração.

A equipa de produção explicou ainda o prejuízo que é causado aos palestinos quando o seu trabalho é categorizado como "israelita" nos meios de comunicação social.

Uma declaração condenando as práticas israelitas e apelando ao fim imediato do regime do apartheid do Estado judeu já foi assinada por mais de 700 académicos, artistas e intelectuais de mais de 45 países, incluindo Portugal.

A declaração, promovida pela Associação de Académicos para o Respeito pelo Direito Internacional na Palestina (AURDIP), apela a uma constituição democrática que garanta a igualdade de direitos e o fim da discriminação com base na raça, origem étnica ou religião.

«Israel estabeleceu um regime de apartheid em todo o território da Palestina histórica, dirigido contra todo o povo palestino, que deliberadamente fragmentou», lê-se no documento.

O maior fundo de pensões da Noruega (KLP) alienou activos em 16 empresas pelas suas ligações aos colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, incluindo o gigante do equipamento de telecomunicações Motorola, segundo noticiou a Al Jazeera.

«Na avaliação do KLP, existe um risco inaceitável de que as empresas excluídas estejam a contribuir para o abuso dos direitos humanos em situações de guerra e conflito através das suas ligações com os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada», disse o KLP, que gere cerca de 95 mil milhões de dólares em activos, num comunicado emitido na segunda-feira.

Para o KLP, as empresas, que abrangem as telecomunicações, a banca, a energia e a construção, todas ajudam a facilitar a presença de Israel e, portanto, correm o risco de ser cúmplices em violações do direito internacional e contrárias às directrizes éticas do KLP.

«Esta noite não somos judeus, somos nazis», lê-se numa das mensagens partilhadas por supremacistas israelitas de extrema-direita posando com armas em fotografias divulgadas nas redes sociais durante a recente vaga de repressão das manifestações de protesto dos cidadãos palestinos de Israel contra os despejos em Jerusalém Oriental e a ofensiva israelita de 11 dias contra a Faixa de Gaza e divulgada num novo relatório da Amnistia Internacional divulgado esta semana.

Dois membros extremistas do Knesset, o parlamento israelita, invadiram o bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, na terça-feira à tarde, para pressionar três famílias palestinas a abandonar as suas casas.

Os dois deputados, Bezalel Smotrich e Orit Strock do Partido do Sionismo Religioso, de extrema-direita, que estavam acompanhados por colonos judeus e protegidos por agentes da polícia israelita, ameaçaram as famílias Diab, Al Kurd e Qasim de serem expulsas à força das suas casas no prazo de um mês.

Os habitantes locais reuniram-se e protegeram as famílias palestinas contra os intrusos.

Smotrich tem um historial de incitamento racista contra os palestinos. Encontrou-se com os colonos israelitas que tinham ocupado parte da casa da família Al Kurd antes de receberem ordem da polícia para sair.

Os residentes de Sheikh Jarrah têm sido sujeitos a assédio regular por parte de deputados extremistas e colonos judeus.

O MPPM lamenta que, enquanto um pouco por todo mundo do futebol se sucedem as manifestações de solidariedade com o povo palestino oprimido, o Sport Lisboa e Benfica opte por fazer parceria com o opressor, Israel.

O Sport Lisboa e Benfica anuncia na sua página oficial que acaba de estabelecer uma parceria com a Academia Israelita de Excelência no Futebol (AFEX). Esta ligação visa a realização de Campos de Futebol, em Telavive, entre 25 e 29 de Julho próximo.

«Treinadores do Sport Lisboa e Benfica vão trabalhar em conjunto com treinadores israelitas, garantindo o acompanhamento metodológico de todas as atividades e assegurando que todos os participantes vão poder ter a experiência única de fazer parte de um projeto que é referência mundial no desenvolvimento de jovens jogadores de futebol», esclarece o clube.

Cerca de 5000 israelitas participaram ontem, terça-feira, na provocatória Marcha da Bandeira organizada por colonos israelitas de extrema-direita para comemorar a captura de Jerusalém pelas forças israelitas em 1967.

Os manifestantes empunhavam bandeiras e entoaram slogans racistas como «morte aos árabes» enquanto percorriam as áreas palestinas muçulmanas e cristãs na cidade ocupada.

A marcha tinha sido originalmente planeada para 10 de Maio para assinalar o que os israelitas chamam o dia da unificação de Jerusalém, em referência à ocupação da cidade em 1967, mas devidos às tensões existentes, só agora foi autorizada.

Após semanas de controvérsia sobre questões de segurança, a polícia israelita aprovou uma marcha organizada por judeus israelitas extremistas, incluindo ministros e deputados ao Knesset, informa o Middle East Monitor citando o jornal israelita Haaretz.

A marcha das bandeiras terá lugar na próxima terça-feira, estando prevista a passagem pelo Bairro Muçulmano na Cidade Santa e a chegada à Porta de Damasco, um ponto de tensão entre palestinos e a polícia nos últimos meses.

A marcha segue da Porta de Damasco para a Porta de Jaffa e dirige-se daí para a Muralha Ocidental da Mesquita de Al-Aqsa.

«Agradecemos a cooperação da Polícia de Israel, do comissário de polícia e do Distrito de Jerusalém e estamos felizes por as bandeiras israelitas serem exibidas com orgulho em todas as partes da Cidade Velha», declararam os organizadores, de acordo com o Haaretz.

Páginas

Subscreva Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas